Bem, o Athlon 2800+ já foi oficialmente lançado, junto com o seu irmão menor, o XP 2700+. Alguns sites de review receberam amostras do processador, alguns integradores de PCs receberam “quantidades limitadas” e só. Os processadores provavelmente só estarão disponíveis em quantidade a partir de Dezembro. Caso a demanda seja muito grande é possível que você só possa encontrá-los facilmente à venda a partir de Janeiro.
A AMD está se vendo pressionada a apressar seus lançamentos devido à forte pressão da Intel, assim como a própria Intel a dois anos atrás se via obrigada a apressar os lançamentos de novas versões do Pentium III a fim de acompanhar as novas versões do Athlon. Às vezes se está por baixo, mas outras se está por cima 🙂
A AMD está com sérias dificuldades em produzir seus processadores de 0.13 mícron em quantidades suficientes para atender à demanda do mercado. Nem mesmo os Athlon XP 2400+ e 2600+, anunciados a quase um mês não podem ser encontrados facilmente. Ou seja, por enquanto é só pra olhar mesmo, contente-se em comprar um Athlon 2100+ como todo mundo ou vá procurar um processador de outro fabricante. Mas não se lamente, o Athlon XP 2800+ custa a bolada de US$ 397 e com o real valendo menos que o peso Argentino você não poderia comprá-lo de qualquer forma 🙂 Por outro lado, já é possível encontrar processadores Pentium 4 de 2.8 GHz à venda em algumas lojas online e, possivelmente mesmo aqui no Brasil. O Pentium 4 de 3.06 GHz com suporte a HyperThreading também está para ser lançado.
Os dois processadores utilizam o core Thoroughbred “B”, que além da técnica de 0.13 mícron utiliza uma técnica de fabricação com 9 camadas de filamentos, contra as 8 camadas dos primeiros Thoroughbreds, que incluem algumas séries dos XP 1700+ a 2100+, além dos XP 2200+ a 2600+. A linha de evolução dos Athlons inclui o seguinte:
0.18 mícron, 6 camadas de filamentos. Inclui versões de até 1.4 GHz.
0.18 mícron, 7 camadas de filamentos, suporte às instruções SSE. Inclui os modelos XP 1500+ a 2100+
0.13 mícron, 8 camadas de filamentos. Inclui modelos XP 1700+ a 2600+. No caso dos modelos 1700+ a 2100+ é possível diferenciar os Thoroughbreds dos Palominos pelo tamanho do core, que é bem menor e também pela tensão usada. Os Palominos usam 1.75v, enquanto os Thoroughbreds utilizam 1.5, 1.6 ou 1.65v, dependendo da versão.
0.13 mícron, 9 camadas de filamentos. Athlon XP 2700+ e 2800+ que estamos conhecendo agora.
Neste caso a camada extra não é apenas questão de marketing, ela possui um papel fundamental na redução do consumo elétrico do processador e, consequentemente na frequência de operação. Basicamente, a camada extra permite aumentar a oferta de caminhos para que os elétrons possam trafegar dentro do processador. Em muitos casos foram criados atalhos para permitir que os sinais de um componente percorram um caminho menor para chegar a outro e em outros é possível utilizar simultaneamente mais de um caminho.
O processador consome energia justamente devido ao tráfego dos elétrons, o cobre utilizado no Athlon pode ser mais eficiente que o alumínio utilizado no Duron e no Pentium 4, mas nenhum condutor é perfeito. Todos, em maior ou menor grau oferecem uma certa resistência à passagem de elétrons e, como consequência disso, parte deles se perdem a cada ciclo, transformando-se em calor. quanto menor é o caminho que o sinal precisa percorrer dentro do processador, menor é a perda.
Enquanto o antigo Athlon Thunderbird atingiu a marca de 72 Watts aos 1.4 GHz, o Athlon Palomino atingiu 72 Watts aos 1.73 GHz e o Thoroughbred “A” consome 68 Watts a 1.8 GHz, o novo Thoroughbred atinge 2.26 GHz consumindo 74.3 Watts, um consumo por ciclo de clock brutalmente inferior. Outra melhoria secundária é que a área do processador diminuiu de 84 mm2 para 80 mm2, o que ajuda a aumentar a produção e baixar o custo unitário. Por outro lado, a compatibilidade com placas antigas é limitada. As placas oficialmente suportadas incluem apenas as baseadas nos chipsets VIA KT333, KT400, SiS 735, SiS 745, Nvidia nForce e nForce 2, além do AMD 750 e 760.
Para aumentar um pouco mais a relação consumo/desempenho, a AMD optou por utilizar bus de 333 MHz nos dois modelos. Apesar do ganho de desempenho ser pequeno (como havia reportado na notícia do dia 12/08), de em média apenas 3%, este é mais um fator que se soma aos demais para tornar o processador mais competitivo. Afinal, todos os chipsets atuais oferecem esta possibilidade e os pentes de memória PC-333 já são comuns. Nada mais lógico do que aproveitar esta disponibilidade. Um lembrete importante é que muitas placas permitem manter a memória RAM operando a 166 ou mesmo 200 MHz mesmo nos modelos antigos do Athlon, que ainda utilizam bus de 133 MHz. A diferença é que nestes casos as transferências entre a memória e o processador são feitas de forma assíncrona, com o chipset lendo os dados da memória mas tendo que esperar para transmiti-los ao processador. É uma espécie de meio termo entre os 133 MHz e os 166 “reais” dos novos modelos, onde você deve se lembrar de configurar a opção “Memory Frequence” no setup com a opção “sync”, que mantém a memória e o processador operando na mesma frequência.
Apesar do consumo dos Athlon de 0.13 mícron ser semelhante ou até mais baixo que o das versões anteriores (no caso dos modelos de clock mais baixo), os requisitos de refrigeração são maiores, simplesmente por que a área do processador passou a ser quase 36% menor. São 84 ou 80 mm2 contra os 128 mm2 dos processadores de 0.18 mícron. Muita gente se pergunta por que a AMD simplesmente não inclui um heat spreader, a chapa metálica que protege o núcleo do processador como nos processadores Pentium 4, já que ela aumenta a área de dissipação, mas a verdade é que o heat spreader na verdade atrapalha o resfriamento do processador, pois acrescenta mais uma camada de metal e mais uma camada de pasta térmica entre o processador e o cooler. Ela serve para proteger o processador diminuindo o número de acidentes durante a montagem, mas do ponto de vista da dissipação de calor ela só atrapalha. Ou seja, de qualquer forma um cooler poderoso é indispensável. Infelizmente estamos chegando ao ponto em que a frequência de operação dos processadores começa a depender mais da evolução dos coolers do que da evolução técnica.
Como de praxe, aqui está uma lista dos reviews com benchmarks dos novos modelos. A disputa com o Pentium 4 continua cabeça a cabeça, com o Athlon ainda ganhando na média por uma pequena vantagem. A grande diferença no caso é que o Pentium 4 de 2.8 GHz já está disponível e o de 3.06 GHz está prestes a ser lançado, enquanto o Athlon XP 2800+ é apenas um paper launch.
http://tech-report.com/reviews/2002q4/athlonxp-2800/index.x?pg=1
http://www.anandtech.com/cpu/showdoc.html?i=1718
http://hardocp.com/article.html?art=MzY0
http://firingsquad.gamers.com/hardware/xp2700/default.asp
http://www17.tomshardware.com/cpu/02q4/021001/index.html
http://www.extremetech.com/print_article/0,3998,a=31673,00.asp
http://www.extremetech.com/print_article/0,3998,a=31735,00.asp
http://pcworld.terra.com.br/pcw/update/7906.html
A minha opinião sempre foi de que vale mais à pena comprar os processadores mais baratos, mas que tenham um bom potencial de overclock e investir a economia em outros componentes do que querer comprar um processador topo de linha. Além dos Athlon AXIA e Durons, on novos Celerons de 0.13 mícron recentemente lançados pela Intel estão mantendo a tradição dos Celerons, suportando os míticos overclocks de 50%.
Esta matéria do overclockers.ru mostra que o Celeron de 2.0 GHz suporta trabalhar estavelmente a até 3.0 GHz, desde que aumentando a voltagem de 1.525v para 1.725v. A mágica neste caso é que estes processadores utilizam bus de 100 MHz (4 ciclos por clock, 400 MHz práticos), mas são espetados em placas soquete 478, para Pentium 4. Acontece que todas as placas atuais suportam bus de 133 MHz, sendo que muitas permitem aumentar a frequência para até 166 MHz. Sendo assim, mesmo com o multiplicador travado é possível fazer o Celeron de 2.0 GHz trabalhar a 3.0 GHz simplesmente aumentando a frequência do barramento para 150 MHz. Você também pode roda-los tranquilamente a 2.66 GHz, utilizando o bus de 133 MHz padrão, neste caso sem precisar aumentar a voltagem do processador. A matéria está em Russo, mas dá para entender traduzindo com o Babelfish ou outro tradutor qualquer:
http://www.overclockers.ru/news/newsitem.shtml?category=2&id=1032932792
Estes Celerons lembram bastante os primeiros modelos, os antigos 266 MHz sem cache. Apesar do desempenho na frequência normal não ser lá grande coisa (um Celeron de 2.0 GHz perde facilmente para um Athlon XP 1500+), em overclock para 3.0 GHz o desempenho destes processadores começa a ficar mais convincente… 🙂 Por enquanto eles ainda são novidade, mas dentro de alguns meses eles vão estar disponíveis a preços módicos. Longa vida ao Celeron.
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