Tablet Surfer, com o Telechips TCC8902

Tablet Surfer, com o Telechips TCC8902

Tablets chineses de 100 dólares como o Eken M001, sobre o qual falei em agosto (https://www.hardware.com.br/analises/ekin-m001/) não são mais novidade para ninguém. Eles são mais uma obra dos rebeldes da província de Shanzai, que começaram produzindo clones baratos do iPhone e outras quiquilharias, e logo passaram a produzir alguns designs exclusivos e a ampliar os horizontes. Embora muitos dos produtos ainda sejam incipientes e a qualidade varie muito, eles indiretamente concretizaram as promessas do OLPC, oferecendo computadores portáteis por menos de 100 dólares.

Esta é mais uma análise de um tablet Chinês, dessa vez de uma versão OEM do Smartbook Surfer (http://www.smartbook.de), um modelo mais caro (US$ 168 na DX) que é baseado no Telechips 8902 de 720MHz, um SoC muito mais poderoso que o VIA VM8505 de 350 MHz do Eken 001. Além da diferença no clock, o Telechips 8902 inclui um processador ARM11 e inclui suporte à decodificação de vídeos 1080p via hardware, enquanto o VM8505 é um chip muito mais simples, baseado em um processador ARM9 e com bem menos chips auxiliares.

A presença do decodificador auxiliar do Telechips 8902 faz com que este tablet seja um dos poucos a oferecer uma saída HDMI, permitindo que seja ligado diretamente a uma HDTV para exibir vídeos e fotos. Ele inclui também uma câmera frontal para video-conferência e possui uma construção bem mais sólida que o Eken M001, parecido com um iPad em miniatura:

A protuberância lateral agrupa os conectores de alimentação, o conector mini-USB, o leitor de cartões microSD e a saída mini-HDMI. Uma inconveniência é que ele inclui um conector de áudio e 2.5mm, por isso não se esqueça de incluir um adaptador na compra caso se interesse por ele. A caixa inclui um fone, mas como era de se esperar a qualidade não é boa.

Apesar da aparência externa, a carcaça é inteiramente plástica. A tela usa um substrato de vidro rígido sob o touchscreen, o que faz que ela tenha uma aparência parecida com a de uma tela capacitiva e um aspecto mais sólido que o de uma tela resistiva regular. Entretanto esta é uma característica puramente estética.

As especificações são:

SoC: Telechips TCC8902 (720MHz ARM11)
Sistema: Android 2.1 (Eclair)
Ram: DDR2, 256 MB
Flash: Cartão microSD, até 32 GB
Tela: 7″ WVGA (800×480), resistiva
Rede: Wi-FI 802.11b/g
Câmera: 0.3 MP (640×480)
Áudio: Conector de 2.5mm, microfone e speaker (mono)
Portas: Mini-USB, mini-HDMI
Formatos de vídeo suportados: MPEG1 / MPEG2 / MPEG4 / H.264 / VC-1 / RV
Formato de áudio suportados: WMA / MP3 / WAV / OOG / AAC / EAAC
Bateria: Li-Ion 3000mAh (interna)
Peso: 434 gramas

Além da saída HDMI, um dos grandes atrativos é o fato de ele rodar o Android 2.1, em vez da versão 1.5 ou 1.6 como na maioria dos outros modelos. A diferença reside na combinação do SOC e da quantidade de memória RAM. Os tablets baseados no VIA VM8505 utilizam apenas 128 MB de RAM, o que combinado com o baixo do desempenho do processador tornam muito difícil rodar o Android 2.0 ou 2.1, sem falar no Froyo, que tem um footprint ainda maior. O Surfer por outro lado inclui 256 MB de RAM e um processador cerca de 2.5x mais poderoso, o que facilita as coisas. Em teoria, ele tem recursos suficientes para rodar o Froyo ou possivelmente até mesmo o Gingerbread caso algum grupo de usuários disponibilize imagens do sistema.

O processador mais rápido faz com que ele se comporte bem melhor que o Eken em diversas áreas, principalmente com relação à navegação web, onde mais processamento significa uma experiência bem mais agradável. Você pode navegar de forma relativamente confortável usando o Dolphin HD ou mesmo assistir a vídeos em Flash usando o Skyfire, que oferece uma opção para os usuários de dispositivos pré-Froyo, exibindo os vídeos com a ajuda de um proxy remoto:

Assim como no caso do Eken, ele não possui memória de massa interna, ficando o armazenamento de arquivos a cargo do cartão. Este não é realmente um grande problema, já que você pode usar cartões microSD de até 32 GB, mas não se esqueça de colocar o preço do cartão na conta.

O firmware default possui um problema em relação ao acesso ao certão SD: ao ligar o tablet ao PC através da porta mini-USB, ele monta o conteúdo da memória interna, em vez do cartão. Com isso, você acaba sendo obrigado a desmontar o cartão através do Settings e usar um leitor de cartões para conseguir transferir arquivos.

Para evitar a fadiga, a melhor opção é acessar os arquivos através da rede usando o SwiFTP (download direto do APK no http://code.google.com/p/swiftp/downloads/list) que permite acessar o conteúdo do cartão via Wi-Fi, usando qualquer cliente de FTP.

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