Notebooks: Review do Travelmate 2423WXCi

O Acer Travelmate 2423WXCi é um notebook bem acessível, seu preço não chega à R$ 2400, ele nos foi cedido pela Hardstore Informática (http://www.hardstore.com.br). O notebook tem um visual legal, nada extremamente elaborado, pelo contrário, algo bem clássico. Pense nele como um notebook sem muitas frescuras, porém funcional.

Este notebook está entre os mais baratos atualmente, o que o torna automaticamente um dos modelos mais vendidos. Neste review vamos falar um pouco sobre os recursos e a compatibilidade no Linux.

A principal diferença entre o 2423WXCi e os modelos mais caros da Acer é o processador. Ao invés de ser baseado na plataforma Centrino (onde temos um Processador Pentium M e uma placa wireless Intel IPW2200), ele utiliza um Celeron M 370 (core Dothan, de 0.9 micron) de 1.5 GHz (1 MB de cache L2) e uma placa wireless Broadcom.

Assim como em versões anteriores, o Celeron M possui metade do cache do Pentium M (1 MB contra 2MB). Isto não chega a ser uma desvantagem tão grande, já que reduz o desempenho em apenas 10%, em média. A principal fraqueza do Celeron M reside na falta de gerenciamento avançado de energia. Ao contrário do Pentium M, ele trabalha sempre na freqüência máxima, sem a opção de usar o speedstep, o que significa mais consumo e uma menor autonomia das baterias.

Naturalmente, o consumo e a dissipação térmica do processador oscilam de acordo com o uso. O TDP do Celeron com core Dothan é de 21 watts, o que é um número aproximado, divulgado pela Intel para toda a plataforma, independentemente do clock. Na prática, o consumo do Celeron M de 1.5 GHz fica entre 10 e 15 watts, de acordo com a tarefa. Em comparação, um Pentium M, quando ocioso, chega a consumir próximo de 6 watts, embora o consumo de ambos em aplicações pesadas seja similar.

Ainda assim, o Celeron M é um processador de baixo consumo, que gera pouco calor. Isso permite usar o notebook confortavelmente no colo. Não se deixe enganar pelo baixo clock: mesmo a 1.5 GHz, o Celeron com core Dothan supera facilmente um Pentium 4 de 2.6 GHz na maioria das tarefas, embora perca para o Sempron 3000+ usado em outros modelos.

O Acer 2423WXCi vem de fabrica com 256MB de DDR2, HD de 40GB à 4200 RPM, drive combo (gravador de CD e leitor de DVD), tela de 14.1″ widescreen WXGA (1280×800) e Wi-Fi 802.11b/g (com chipset Broadcom). O modelo que nos foi enviado estava com mais um pente de 256MB de memória, totalizando 512MB.

Uma coisa boa é o fato de ele possuir dois slots de memória, os chips não são soldados na placa como em alguns modelos de baixo custo. Isso possibilita que você tenha até 2 GB de RAM (DDR2 400 – PC3200) utilizando dois pentes de 1 GB. É útil pois se você não se contenta com os 256 MB que já vem de fábrica (realmente é pouco), pode simplesmente colocar mais um módulo de 256MB ou 512MB totalizando 512 ou 768 MB de RAM.

Ele conta com o chipset Mobile Intel 910GML Express e o já conhecido Graphics Media Accelerator (GMA) 900 para o processamento de video. O GMA 900 é um controlador de video integrado no próprio chipset, o objetivo dele é ser uma alternativa de baixo custo, portanto, não espere muito. Para o uso comum ele é completamente aceitável, porém não pense em utiliza-lo para edição de videos ou games 3D atuais, pois seu desempenho em jogos é fraco.

Quanto a conectividade, o notebook vem com 3 portas USB 2.0, uma entrada de rede (RJ-45) e uma para linha telefônica (RJ-11), entrada para som e microfone (possui microfone e alto-falante integrados) e saída para fones de ouvido. Além de um slot PC Card.

Com exceção do CD-ROM e slot PC-Card, todas as portas ficam do lado esquerdo do note, incluindo todas as USB. Esta disposição atrapalha um pouco (caso você seja destro) ao usar um mouse externo, pois os fios ficam no caminho, lhe obrigando a manter o mouse um pouco mais afastado. Por outro lado, o CD-ROM fica posicionado à esquerda, o que não atrapalha na hora de inserir um CD:

Ao contrário dos Toshiba, que concentram a maior parte dos conectores na traseira do note, no 2423WXCi temos apenas o conector VGA para monitor externo e o encaixe da fonte. O restante do espaço é ocupado pela bateria:

A tela, de 14.1″, tem a resolução nativa de 1280×800. Ela possui um brilho aceitável, embora em algumas situações, quando o ambiente está muito iluminado, a tela fica devendo um pouco. Apesar disso, a tela é bem mais brilhante e tem um contraste melhor que a tela que equipa equipamentos um pouco mais antigos, como o HP NX6110, por exemplo.

O formato widescreen é, nesse caso, 16:10 e não 16:9 como é o padrão para televisores. As telas wide se tornaram outro ítem extremamente comum nos notes atuais, pois oferecem um ganho considerável na área útil, sem com isso aumentar muito o custo. Naturalmente, quem vem de uma tela 4:3 vai estranhar algumas coisas no início, as janelas ficam mais largas e as fontes um pouco menores, devido à maior resolução. Mas, depois de pouco tempo você passa a gostar da maior área útil, sem falar que assistir a um DVD numa tela wide é realmente muito melhor.

Os speakers são localizados na parte frontal, assim como em diversos outros modelos atuais. No geral, esta é uma boa posição, pois seus braços não ficam encobrindo os speakers enquanto está digitando, como no Toshiba A70, por exemplo. A única queixa é que o volume dos speakers é um pouco baixo, o que atrapalha um pouco na hora de assistir DVDs, a menos que você use fones de ouvido ou caixas externas.

O teclado é muito confortável de usar, as teclas são macias e silenciosas, como de praxe nos notebooks. Ele possui uma leve curvatura, que faz com que possamos digitar com o ângulo das mãos um pouco mais aberto do que o normal, tornando, em teoria, a digitação um pouco mais confortável. No início, a curvatura torna o teclado um pouco estranho, sobretudo para quem digita por toque: é preciso trabalhar no note por alguns minutos para se acostumar.