O básico para o Debian Lenny no desktop

O básico para o Debian Lenny no desktop
A popular distribuição Linux Debian (que atualmente oferece mais que o Linux) é considerada “pura”, pelo fato de ser desenvolvida por voluntários apenas, nem tendo vínculos vitais com empresas. Da mesma forma, o Debian é uma das distribuições consideradas mais estáveis, devido à grande carga de testes que são realizados em cada pacote, para depois serem classificados como “estáveis”; por isso, na grande maioria das vezes não encontramos as últimas versões de cada aplicativo. Por toda essa robustez, e além do fato de ter um maiores repositórios de todas as distros, com mais de 20 mil pacotes, o Debian é a base para muitas distribuições Linux populares, como o Ubuntu, somando grande fatia do uso em desktops.

Historicamente, pouquíssima gente utiliza o Debian no desktop, devido ao alto grau de configurações, falta de utilitários automatizados, etc, segmento esse preenchido na “família Debian” principalmente pelo Ubuntu, uma derivação do Debian voltada para iniciantes (ou não apenas) utilizarem em seus desktops. Mas vale lembrar que toda distribuição – até mesmo o Ubuntu – sempre tem algumas coisas a fazer após a instalação.

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Debian recém instalado em um desktop

O Debian no desktop é uma questão muito polêmica, que vem sendo discutida há anos: porque o Debian não é tão fácil de se usar em um desktop? A resposta parece simples: esse não é o foco principal da distribuição, que é mantida por voluntários que possuem o objetivo do Debian GNU/Linux ser uma distribuição voltada para ser usada universalmente, em qualquer âmbito. Aos poucos, o Debian está, através de instaladores mais inteligentes e didáticos, definindo o público-alvo na instalação e fixando determinados pacotes mais específicos. Por exemplo, quando o Debian é usado em um desktop, é instalado um pacote chamado “desktop-base”, que segundo sua descrição, “contém vários arquivos genéricos que são usados pelas instalações “Desktop” do Debian. Atualmente, fornece algum trabalho artístico e temas associados ao Debian, arquivos .desktop contendo links para material associado ao Debian (adequado para ser posto no Desktop do usuário), e outros arquivos comuns aos ambientes de desktops disponíveis como o GNOME e o KDE”. Achei muito interessante, por exemplo, que ao selecionar o idioma como Português do Brasil na instalação, o Debian tenha instalado o BrOffice automaticamente.

Uai, se ela é universal, serve para o desktop também, certo? Certíssimo. Apesar dessa não ser uma das principais preocupações da equipe, o Debian vem melhorando muito nos últimos tempos para o usuário de desktop, sobretudo na versão 5.0, a Lenny – que por sinal me impressionou bastante. Só por observação, a versão Lenny ainda é considerada RC (Release Candidate), uma candidata à versão final. Contudo, em meus experimentos, ele se mostrou muito mais estável que versões finais de renomadas distros. A versão final chegará dentro de alguns meses.

Em um parágrafo de opinião pessoal, a título de curiosidade, migrei para o Debian visto que, como uso o computador para trabalhar, outras distribuições mais focadas no usuário doméstico não estavam me satisfazendo nos quesitos estabilidade, segurança, flexibilidade, maior leveza e velocidade, além da vantagem do fato do Debian ser “rolling-release” – ou seja, não preciso ficar baixando CDs e atualizando/formatando o PC a cada seis meses ou um ano, como faria em outras distribuições mais decoradas (fato que também não era muito “chegado” – os “frufrus”). E antes que me perguntem, não achei a comunidade Debian chata e “louca”, como é o que se espalha por aí, muito pelo contrário – bem receptiva e prestativa. E antes que me acusem, não uso a camiseta da distribuição e saio na rua distribuindo panfletos – usa o sistema quem quiser e gostar. Eu uso ele porque ele satisfaz as minhas necessidades corporativas. A cada necessidade e gosto, uma distribuição 🙂

Voltando, uma impressão boa a primeira vista, para um usuário desktop, se deve pelo fato principalmente do Debian identificar tudo automaticamente, sem que eu tivesse que interferir, além do instalador gráfico bem explicado, que facilita muito a vida dos usuários finais. O Debian identificou todo o meu hardware automaticamente, e foi praticamente tudo automatizado até a tela de login do GDM – não tive que configurar nada, mexer em arquivos de texto, nada disso. Não deu uma mensagem de erro sequer, tudo fluiu sem obstáculos. Resumindo, a instalação do Debian via interface gráfica foi como o de qualquer outra distribuição voltada a desktops (para os mais aficionados, até os ícones e ações automáticas quando insiro um CD-ROM ou pendrive tem!). Como disse Roberto Bechtlufft, grande colaborador na redação desta dica, “embora no Ubuntu tudo seja bastante simples, o Debian não é difícil de usar. No Slackware, por exemplo, é preciso configurar áudio, acesso a pendrives, tudo na unha. O Debian já entrega o sistema funcionando bonitinho, é só ir personalizando e acrescentando coisas. E não ter que reinstalar o sistema é uma mão na roda”.

instalador
Mas vamos ao que interessa. O Debian, como disse lá em cima, também é uma distribuição “pura” em outro sentido – ou seja, não vem por padrão com alguns codecs, Java da Sun, Adobe Flash (vem com o SwfDec, um Flash opensource). Antes que me perguntem, o Debian não vem totalmente preparado para o usuário desktop justamente pelo fato dela ser uma distro “universal”, além de não conter determinados pacotes proprietários que necessitaremos. Claro que ela instala alguns pacotes voltados para um usuário doméstico (com direito a papel de parede! :-P), mas não é tudo o que precisamos. Há muita coisa ainda a melhorar – como a configuração de fontes – mas até agora a equipe tem mostrado esforços em deixar a distro mais adaptada ao usuário final.

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