Supercomputador responsável pela previsão do tempo no Brasil pode parar a qualquer momento

Infelizmente mais um episódio negativo para os supercomputadores brasileiros. Após o Santos Dumont, sair da lista do Top500 dos supercomputadores mais potentes do mundo, o Tupâ, localizado no Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) do Inpe, em Cachoeira Paulista, responsável pela previsão do tempo no Brasil, pode parar de funcionar a qualquer momento. Mesmo com as manutenções constantes a máquina chegou ao que os especialistas apontam como “fim do ciclo de vida útil”. Para a troca são necessários R$ 120 milhões, de acordo com o Estadão.

Dos R$ 120 milhões, o Inep conseguiu apenas R$ 10 milhões. Além de não ter a grana necessária, são necessários dois anos para licitar, comprar e instalar um novo supercomputador, que poderia substituir o Tupã, adquirido em 2010 por R$ 50 milhões. Sem esse supercomputador a realidade é nua e crua: o Cptec para, já que não haverá a máquina responsável por gerar as previsões do tempo, declara Gilvan Sampaio, Chefe de Operações do centro de previsão. 

Assim como o Santos Dumont, o Tupã, já figurou entre o 500 supercomputadores mais potentes do muno. Em 2010, com sua capacidade de realizar 258 trilhões de cálculo por segundo o supercomputador chegou inclusive a ficar entre os 30 mais potentes.

Outra similaridade com o Santos Dumont, só que dessa vez negativa, são os problemas enfrentados por falta de recursos. O Santos Dumont, que é utilizado, por exemplo, nas pesquisas contra o Zika Vírus, chegou a ser ficar um período desligado no ano passado por falta de dinheiro para o pagamento da conta de luz. Em setembro deste ano, o supercomputador passou novamente por maus momentos, e quase que foi novamente desligado.

O procedimento padrão para que os supercomputadores brasileiros não ficassem tão defasados e enfrentassem essas barreiras técnicas, de acordo com Sampaio, seria adquirir uma nova máquina a cada quatro anos. “Desde 2014 estamos solicitando recursos para comprar uma máquina nova, sem sucesso.” O custo estimado é de 120 milhões de reais, explica.

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