De volta, feliz ano novo a todos =)
A Canonical tem planos ambiciosos para expandir radicalmente o uso do Ubuntu, indo muito além dos PCs. Logo no início de 2013 uma bomba foi revelada: o Ubuntu for Smartphones. Ele não é o Ubuntu for Android, que continua em desenvolvimento: é o Ubuntu mesmo, uma distro Linux completa compilada para ARM com um ambiente de trabalho criado do zero para telefones.
A base do sistema é exatamente a mesma do desktop ou servidor: todos os serviços tradicionais do ambiente Linux estão lá. O sistema pode ser gerenciado com ferramentas de acesso remoto, por exemplo. Ao ser conectado a um dock ou monitor, temos o tradicional Unity com os aplicativos desktop: um celular e desktop tudo-em-um.
Embora ainda não tenha anunciado parceiros comerciais para o telefone, a ideia da Canonical é finalizar o desenvolvimento da primeira versão em 2014. Imagens de desenvolvimento serão lançadas até lá para alguns modelos de aparelhos existentes. Há um grande esforço em tornar o Ubuntu o mais compatível possível com a safra de aparelhos Android atuais, tanto a nível de requisitos como de drivers. Uma imagem de teste para o Galaxy Nexus deverá ser liberada em breve.
Se o telefone roda Android e pode receber imagens de sistemas personalizados, muito provavelmente ele poderá rodar o Ubuntu. Na prática a existência de uma versão compatível com seu aparelho dependerá dos desenvolvedores e voluntários interessados. É de se esperar uma comunidade parecida com as de ROMs personalizadas do Android.
Diferente do Android, o Ubuntu não usará os apps na máquina virtual Java, e a princípio não será compatível com aplicativos do mesmo. Ele usará apps escritos com um SDK próprio, além de webapps que se comportam como os outros. Aceleração gráfica e outros recursos serão possíveis com os apps compilados. Os webapps ainda assim serão bem integrados ao sistema, tendo direito a ícone de programa, acesso às notificações, etc. Webapps atuais podem ser adaptados ao sistema sem muito esforço.
Sem botões físicos, os comandos na tela são dados pelas bordas (lembra o Windows 8: deslizando de fora para dentro…). A borda esquerda ativa o menu de aplicativos. A direita permite alternar entre os últimos apps abertos. A borda superior traz a barra de notificações, com itens acessíveis para diversas configurações comuns (como redes sem fio). Por fim, a barra inferior exibe botões específicos dos aplicativos, algo como uma barra de ferramentas ou menu. Esse conceito deverá ser mantido durante o desenvolvimento. Não há exatamente uma tela de bloqueio tradicional: qualquer app da lista pode ser chamado diretamente da tela, a qualquer momento. No lugar de um simples relógio ou mensagens para desbloquear fica um círculo com as notificações.
O hotsite do Ubuntu para telefones traz muitos outros detalhes:
http://www.ubuntu.com/devices/phone
No vídeo abaixo (em inglês) há mais informações sobre o sistema, onde você pode ver diversas telas e conceitos. A parte que fala exclusivamente do telefone está a partir dos 6:00. Ele será exibido na CES, então mais novidades podem aparecer em breve.
Especificações esperadas
Os modelos mais básicos irão precisar de pelo menos um Cortex A9 de 1 GHz, de 512 MB a 1 GB de RAM, entre 4 e 8 GB de armazenamento e suporte a cartões SD. Esses de entrada não deverão oferecer o modo desktop. Os aparelhos mais parrudos poderão ter um quad-core A9 ou alguma versão do Atom (x86), pelo menos 1 GB de RAM e 32 GB de espaço interno.
Nos aparelhos mais poderosos conectados a uma TV ou monitor e teclado teremos o bom e velho Ubuntu dos desktops. Como quase todos os programas livres nos repositórios do Ubuntu podem ser compilados para ARM sem alterações, é de se esperar uma grande quantidade de software, assim como há para o Ubuntu for Android ou o Raspbian, por exemplo (que é baseado no Debian e roda em ARM).
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