GNOME 3.0 é lançado: visual moderno, com muitas novidades

GNOME 3.0 é lançado: visual moderno, com muitas novidades

Depois de muito tempo com o layout básico do GNOME 2.x e três anos em desenvolvimento, chegou a hora: ontem foi lançado o GNOME 3.0. Essa versão se destaca pelo visual, radicalmente diferente de todas as edições do GNOME anteriores.

Embora moderna, os principais objetivos do amibiente foram mantidos – destacando a simplicidade. Mesmo que isso signifique falta de opções importantes em alguns programas, especialmente para quem está acostumado com KDE ou Windows 😛

Falar do GNOME 3 é complicado sem mostrar o visual. É incomparável à versão anterior, totalmente diferente:

Desktop do GNOME 3

Só para comparar com o 2.x:

Gnome 2.x

A interface GNOME Shell vem com o menu Atividades, onde você pode ver todos os programas em execução, pesquisar por arquivos ou programas e chamar novos aplicativos. A barra de tarefas clássica desapareceu, assim como os botões minimizar e maximizar.

Um atalho para a tela de atividades é a tecla do logotipo do Windows, que até hoje não é bem aproveitada por boa parte das distros Linux – mas está em praticamente todos os teclados.

Se tudo isso é bom, tudo isso tem um preço: computadores muito antigos não serão capazes de rodar o novo ambiente com todos os recursos. Isso uma hora ou outra iria acontecer, não é mesmo? É natural. Foi assim com o Windows Vista e 7, foi assim com o KDE 4, chegou a hora do GNOME. Dizem que um computador de uns 5 anos de vida mais ou menos consegue aguentá-lo bem. É bom ter hardware com suporte a aceleração de vídeo no Linux, assim os efeitos e recursos visuais funcionam melhor – caso contrário a interface clássica será usada.

O sistema de notificações foi projetado de forma que não prejudique a experiência de uso, mantendo um histórico das mensagens exibidas.

O novo GNOME também ficou mais social, exibindo uma janela de conversa na parte inferior da tela. Por ali dá para responder a seus contatos sem precisar alternar para outras telas.

Chat

Na série 2.x muitos recursos desejados pelos usuários só eram possíveis com aplicativos de terceiros ou configurações extras, como uma caixa de pesquisa rápida – lembrando a que tem no Windows Vista/7, KDE ou Mac. O GNOME 3 ganhou um campo de busca na tela Atividades, que pesquisa não só em arquivos e programas, mas também em configurações do sistema:

Pesquisa

O ambiente ainda traz um dock, apelidado de Dash. Ali ficam os aplicativos favoritos, acessíveis a um clique. O GNOME 3 facilita a organização de janelas lado a lado, recurso bastante útil para monitores widescreen ao trabalhar em dois documentos ou sites ao mesmo tempo. E vem também com uma fonte nova, Cantarell.

Mas nem só no visual o GNOME 3 se mostra moderno: várias coisas foram atualizadas no ambiente como um todo, indo desde os programas nativos até as bibliotecas e recursos disponíveis para aplicativos de terceiros. É só o começo de uma nova era.

O gerenciador de arquivos Nautilus ficou com um visual mais limpo, mas a essência está lá:

Gerenciador de arquivos

O Epiphany, navegador web do GNOME, recebeu melhorias de desempenho e agora traz suporte a geolocalização. Nova barra de status, interface de downloads redesenhada e outras coisas o tornam mais amigável. Ele não é um navegador ‘top’ considerando os grandes nomes do mercado, mas é bom por ser integrado ao ambiente.

O Gedit 3.0 vem com verificador ortográfico inteligente, suporte a arquivos compactados e agora lida melhor com arquivos que tenham caracteres inválidos, permitindo, na pior das hipóteses, tentar ler esses arquivos.

GEdit

O Empathy tem uma nova manipulação de chamadas, verificação ortográfica, manipulação de senhas e certificados. Dá para bloquear chamadas de usuários indesejados e pesquisar por pessoas em servidores remotos.

E as novidades não acabam por aí não, quase todos os programas do ambiente passaram por alguma evolução ou melhoria, como o Cheese, Evince, visualizador de imagens, Totem, etc.

Visualizador de imagens

Há outros detalhes nas notas de versão, como sempre com vários screenshots – uma característica que admiro no pessoal do GNOME sempre que lançam novas versões.

Enquanto o ambiente não chega aos repositórios oficiais da sua distro, a melhor forma de experimentá-lo é baixar um liveCD dedicado ao sistema. Na página http://gnome3.org/tryit há opções com openSUSE e Fedora.

Bom, tudo isso não foi suficiente para convencer a Canonical. O Ubuntu, sistema mais popular com o ambiente GNOME, está deixando o GNOME de lado em troca de uma interface própria, aproveitando componentes do GNOME – ainda – 2.x. A interface Unity foi desenvolvida inicialmente para netbooks, e numa olhada rápida até lembra uma versão mais pobre do GNOME 3.x – basicamente pelo dock na mesma posição. Seja lá como for, as próximas versões do Ubuntu não deverão vir com o GNOME, focando completamente no Unity. É a liberdade de escolha, viva o software livre.

Talvez a Canonical só tenha errado no momento da escolha, afinal ela nem ao menos testou o GNOME 3.0. Por outro lado, é algo bom e inovador, mesmo que possa ser dolorido. Raramente uma distro diz “não” para um projeto grande a favor de um ambiente próprio, e foi justamente o que o Ubuntu fez, doa a quem doer. Mais sobre minha opinião pessoal eu postei esses dias no meu blog: afinal, o Ubuntu inova ou não?. Muita gente critica duramente a Canonical pelas suas decisões como se só existisse o GNOME no mundo… Se ela não pode ter a liberdade de escolha no mundo do software livre, seria melhor desenvolver software para Windows ou Mac.

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