Chrome OS, Chrome Web Store e Cr-48, o notebook de referência do Google

Chrome OS, Chrome Web Store e Cr-48, o notebook de referência do Google

O Chrome OS tem sido bastante comentado nos últimos meses, pretendendo mudar a forma como as pessoas tratam os computadores, notebooks ou netbooks. O principal uso dos computadores hoje em dia por pessoas fora da área técnica em informática/computação em geral é acessar a web. Só isso. Para documentos, música, imagens, etc, há “aplicativos” básicos online. Na visão do Google, portanto, basta um navegador web para essas pessoas. E assim é o Chrome OS.

Na terça feira vários detalhes foram divulgados com o lançamento oficial da Chrome Web Store, parte essencial do Chrome OS.

Basicamente a interface do sistema operacional é uma versão adaptada do Chrome. As aplicações são na verdade sites, alguns podem funcionar offline. As telas são simples e intuitivas.

A Chrome Web Store pode ser acessada no Chrome para computadores normais:

https://chrome.google.com/webstore

A abertura dela para o recebimento de aplicações por enquanto se deu apenas nos EUA. Outros países deverão ser adicionados em breve. Além de aplicações gratuitas será possível também vender programinhas para o navegador, normalmente por preços baixos, como jogos.

Foi lançado um programa piloto (também nos EUA) onde o Google entregará um notebook de referência para os interessados. A página do projeto tem mais alguns detalhes:

https://www.google.com/chromeos/

O modelo de referência foi nomeado como Cr-48.

Não há detalhes profundos sobre o hardware, apenas informações básicas: Wi-Fi e 3G, tela de 12 polegadas, teclado em tamanho convencional com touchpad grande, cerca de 1,7 kg e com bateria para 8 horas de uso ativo (ou uma semana em standby). Um detalhe é ele não tem a tecla CAPS LOCK, teclas de função nem HDD.

A operadora Verizon é a primeira parceira do Google para o notebook por lá. No ano que vem modelos comerciais deverão ser lançados pela Acer e Samsung, entre outros fabricantes. O Chrome OS poderá ser usado em outros tipos de dispositivos, não apenas notebooks, indicando que algo mais poderá vir por aí.

Vários avanços feitos para o Chrome OS serão refletidos no navegador Chrome “comum”, como velocidade, aceleração gráfica com o WebGL, leitor de PDFs, etc. Muitos deles na verdade já podem ser percebidos nas versões recentes do Chrome, mas continuarão recebendo aprimoramentos de desempenho.

Ah, pode parecer que o Chrome OS seja exclusivo para uso pessoal, mas não é por aí. Há interesse em tirar uma boa fatia do Windows em empresas, pelo menos nos PCs onde o uso principal é a web. Para isso o Google já tem o Apps, plataforma de serviços do grupo com personalizações e configurações administrativas para uso com domínio próprio, que já conta com vários clientes no mundo todo. A oferta de troca de um terminal simples para acesso à web por um notebook com o Chrome OS já está sendo até divulgada como parte do projeto piloto.

Muita gente tem criticado fielmente essa postura de colocar “tudo na núvem”. É fato que a realidade da internet no Brasil não é a mesma de outros países em termos de alcance, mas a qualidade da conexão não é necessariamente o principal problema: a questão levantada é a privacidade. Para começar, será necessário ter uma conta do Google para aproveitar ao máximo o Chrome OS, e a dependência de serviços de terceiros será muito grande. Um site para isso, um site para aquilo… Tudo “disfarçado” em aplicativos, mas na verdade são sites. Se cair a internet… Todavia há os “aplicativos” que podem guardar dados offline e continuar funcionando, mas a experiência deverá ser bem diferente de um PC desconectado, onde é possível instalar programas a partir de CD/DVD/pendrive/etc, além de um hardware mais forte.

Os notebooks com Chrome OS servirão bem como um segundo computador em casa, para tarefas rápidas relacionadas com a internet. Quem comprar o aparelho em lojas de varejo esperando um notebook “normal” cairá do cavalo. É cedo para julgar, mas já dá para imaginar as dores de cabeça que isso poderá causar para os leigos.

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