Atualizações do sistema

 Em seguida, temos as opções de atualização do sistema, que são agrupadas na terceira aba. Elas são divididas em 4 grupos:

security: Inclui as atualizações de segurança, que tapam as brechas do sistema, mas não adicionam novas funcionalidades aos programas. As atualizações de segurança são especialmente importantes no Ubuntu, já que o sistema não utiliza nenhum firewall por padrão, dependendo apenas das atualizações dos serviços. Elas são atualizações de baixo risco, que raramente causam problemas.

updates: Inclui todas as novas versões dos programas, o que representa mais de 80% das atualizações disponíveis. Se você quer apenas manter seu sistema estável, baixando somente as atualizações importantes, você pode desativar este repositório, mantendo apenas o security.

proposed: Contém atualizações em estágio de teste, que não são inteiramente estáveis. É uma espécie de versão “beta” do updates, que permite que você tenha acesso às atualizações em primeira mão, mas sem garantia de estabilidade. Se você não quer dor de cabeça, é melhor mantê-lo desativado.

backports: As versões do Ubuntu são suportadas por um período de 18 meses (nas versões normais), ou 36 meses (no caso das versões LTS), o que corresponde ao lançamento de duas ou cinco novas versões. Os backports são versões portadas de algumas atualizações, adaptadas para rodarem nas versões antigas do Ubuntu.

Eles permitem que você atualize alguns componentes do sistema (obtendo acesso a uma nova versão do GNOME ou do KDE, por exemplo), sem precisar atualizar o sistema inteiro. A principal observação é que os backports recebem apenas uma rodada rápida de testes, o que abre margem para o aparecimento de bugs inesperados. Justamente por isso, você tem a opção de desativá-los no gerenciador:

Estas opções correspondem às linhas com o “security”, “updates” e “backports” dentro do sources.list que (descontados os comentários), seriam:

deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid-security main restricted
deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid-security universe
deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid-security multiverse

deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid-updates main restricted
deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid-updates universe
deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid-updates multiverse

deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid-backports main restricted universe multiverse

Definidos os repositórios, falta a configuração das atualizações automáticas, que é feita através do Gerenciador de Atualizações (“Sistema > Administração > Gerenciador de atualizações”). Ele é também o responsável pela (muitas vezes irritante), setinha ao lado do relógio.

Por padrão, o sistema vem configurado para notificar sobre atualizações do security e do updates diariamente, o que resulta em um volume muito grande de pacotes a baixar e faz com que muitos optem por simplesmente desativar as atualizações automáticas. Entretanto, você pode reduzir o número de avisos desativando o updates (mantendo apenas o security) e especificando um intervalo maior para as atualizações.

Outra opção é desmarcar o “Verificando atualizações”, o que faz com que ele deixe de exibir os avisos, se limitando a mostrar as atualizações disponíveis quando você clica sobre ele.

Embora não seja recomendável, é possível também remover completamente o gerenciador de atualizações e passar a fazer as atualizações manualmente. Nesse caso, você usaria o “killall update-notifier” e, em seguida, o “apt-get remove update-notifier”.

Continuando, o gerenciador também avisa sobre a disponibilidade de novas versões do sistema, o que é ajustado através da última opção, onde você pode escolher entre receber avisos de todas as novas versões, atualizando a cada 6 meses, ou ser avisado apenas do lançamento de versões LTS, atualizando a cada 18 meses:

Como em outros sistemas, o upgrade direto de uma versão para outra é sempre um processo passível de falhas. O grande problema é que (por simples falta de mão de obra suficiente) os upgrades são testados apenas em configurações comuns, onde o sistema é usado sem grandes modificações.

Entretanto, na prática, é comum que você use um conjunto de pacotes muito diferente do original, com muitos dos programas originais substituídos por outros, somado com a instalação de vários programas adicionais. Isso faz com que o trabalho do atualizador seja muito mais complicado e os resultados mais imprevisíveis, fazendo com que a atualização apresente defeitos diversos ou mesmo falhe completamente em alguns casos específicos.

Outra observação importante é que você nunca deve desligar o sistema no meio do processo de atualização, caso contrário você criará uma situação onde parte dos pacotes estão atualizados e outros não, o que será uma receita para o desastre no próximo boot.

O ideal é que você inicie a atualização no final do dia, deixando que o sistema baixe os pacotes e inicie o processo durante a noite e você possa apenas responder as configurações e terminar o processo na manhã seguinte. Como de praxe, é sempre importante fazer um backup completo do diretório home e de outras pastas do sistema onde guarde arquivos importantes, só por via das dúvidas.

Você notará que o gerenciador não oferece uma opção para baixar os pacotes através de um proxy. Na verdade, ele simplesmente utiliza a configuração de proxy do sistema, definida no “Sistema > Preferências > Proxy da rede”. É possível também configurar diretamente o apt-get para utilizar um proxy; veja a dica no tópico sobre ele.

Como quase tudo no sistema, a atualização pode ser feita também manualmente. Você precisa apenas editar o sources.list, substituindo o nome da versão em todas as linhas (de “intrepid” para “jaunty”, por exemplo) e, em seguida, rodar o “apt-get update” seguido do “apt-get dist-upgrade”, que é justamente o que é feito pelo atualizador:

$ sudo apt-get update
$ sudo apt-get dist-upgrade

Diferente do “apt-get upgrade”, que faz uma atualização seletiva, instalando apenas pacotes cujas atualizações não demandem a instalação de novos pacotes, o dist-upgrade faz uma atualização completa do sistema, atualizando todos os pacotes e instalando todas as novas dependências.

O dist-upgrade é especialmente importante se você está usando um alpha ou beta de uma nova versão do sistema, já que nelas os bugs são corrigidos muito rapidamente e você precisa manter o sistema atualizado para poder reportar bugs. Se você continuar a instalar todas as atualizações regularmente ao longo do ciclo de desenvolvimento, acaba obtendo a versão final do sistema no fim do processo, sem precisar realmente baixar o novo ISO e reinstalar o sistema.

Para reduzir o tempo que você precisará ficar na frente do micro acompanhando o upgrade, você pode fazer com que ele baixe os pacotes na noite anterior, deixando para fazer o upgrade propriamente dito no dia seguinte. Para isso, adicione a opção “-d”, como em:

$ sudo apt-get -d dist-upgrade

O “-d” ativa o modo “download only”, onde o apt apenas baixa os pacotes e os salva no cache. Isso permite que você execute o comando novamente (sem o “-d”) quando quiser fazer a atualização propriamente dita.

Por default, o apt simplesmente usa toda a banda disponível, o que pode ser um problema se você quiser fazer outras coisas enquanto ele baixa os arquivos, ou se compartilha a conexão com outras pessoas. Para limitar a taxa de download, crie o arquivo “/etc/apt/apt.conf.d/98bandlimit“, com o seguinte conteúdo:

Acquire {
Queue-mode "access";
http { Dl-Limit "48"; };
};

O “48” na terceira linha especifica a taxa máxima de download que será usada pelo apt, basta substituí-lo pelo valor desejado. Uma boa fórmula é limitar o apt a 50% da banda total oferecida pela conexão, o que faz com que o download continue sendo feito a um limite razoável e o impacto sobre outras atividades seja pequeno.

Outra maneira de limitar a taxa de download do apt é executar o comando através do trickle (que você pode instalar usando o “apt-get install trickle”), como em:

$ sudo trickle -s -d 48 apt-get -d dist-upgrade

Assim como no exemplo anterior, o “48” especifica a taxa máxima de download, em kbytes.

 

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