Barra de tarefas e dicas

A barra de tarefas e menu iniciar do KDE é batizada de “kicker”. Por default, a barra tem 46 pixels de altura (o que é mais do que o dobro da altura da barra do Windows XP, por exemplo) e exibe duas colunas de botões de aplicativos na barra de tarefas, uma configuração que a maioria dos usuários acha estranha e até desconfortável.

Entretanto, a configuração pode ser alterada rapidamente clicando com o botão direito sobre uma área livre da barra e acessando o “Configurar Painel”. Ajustando o tamanho como “pequeno” a barra fica com 30 pixels de altura (o tamanho preferido pela maioria), mas você tem a opção de ganhar alguns pixels de área útil na tela usando o “minúsculo”, que deixa a barra com apenas 24 pixels:

Se você quiser que a barra fique centralizada (no estilo da barra do XFCE ou do Dock do OS X) reduza o comprimento para 80% e centralize usando os retângulos no “Posição”. Nesse caso, você talvez queira marcar a opção “Ocultação > Permitir que outras janelas cubram o painel”, para que as janelas possam sobrepor o painel quando maximizadas.

Na seção “Menus” você pode desativar a exibição dos últimos aplicativos usados no topo do iniciar e também remover os ícones de ações que você não utiliza, como o “Executar Comando” (que você pode acessar mais rapidamente pressionando Alt+F2) ou o “Ajuda”.

Similarmente, você pode remover o applet para o Pager (que permite chavear entre as diferentes áreas de trabalho) na barra de tarefas, e passar a alternar entre elas usando o Ctrl+F2, Ctrl+F3, etc. O pager ocupa muito espaço na barra e os atalhos de teclado acabam sendo mais rápidos.

Voltando às opções, por default são exibidos pop-ups com dicas quando você passa o mouse sobre os botões na barra, o que é uma ajuda bem-vinda para quem está se familiarizando com o sistema, mas acaba se tornando um incômodo com o tempo. Você pode desativá-los desmarcando o “Habilitar efeitos quando o mouse passar” na seção “Aparência”.

Clicando no “Opções Avançadas”, você tem a opção de ocultar ou de deixar visíveis os separadores (que permitem arrastar os componentes da barra). O ideal é que, depois de ajustar tudo a seu gosto, você remova os separadores usando o “ocultar”, aumentando o espaço útil na barra.

Aproveite para reduzir também o tamanho do botão de ocultação para 3 pixels. Como ele fica no canto da tela, você não precisa vê-lo para ativá-lo, já que basta levar o mouse até o extremo da tela e clicar. Caso você tenha marcado o “Habilitar transparência” no menu anterior, as opções com a cor e a quantidade de tinta permitem ajustar o nível de opacidade do menu:

Concluindo, aproveite para desmarcar a opção “Mostrar janelas de todas as áreas de trabalho” na seção “Barra de tarefas”, já que ela elimina o propósito de usar várias áreas de trabalho como uma maneira de dividir os aplicativos abertos. Outra opção polêmica é a “Agrupar tarefas similares” (que faz com que o Kicker agrupe diferentes janelas de um mesmo aplicativo em um menu), que a maioria prefere manter como “Nunca”. Concluindo, você pode querer mudar a opção “Aparência” de “Elegante” para “Clássico”, o que faz com que os aplicativos na barra de tarefas sejam exibidos como botões:

Um item de que você provavelmente sentirá falta é o botão para mostrar a área de trabalho, que permite que você volte ao desktop sem precisar minimizar cada uma das janelas abertas. Para adicioná-lo, basta clicar sobre a barra, usar o “Adicionar mini-aplicativo ao painel” e escolher o “Mostrar área de trabalho”. Aproveite para adicionar outros applets que você costuma utilizar, como os botões para travar e sair e o relatório do tempo. Você pode também arrastar ícones do iniciar para a barra, deixando as funções mais usadas à mão.

Se a fonte terrivelmente feia dos números do relógio estiver te incomodando, clique sobre ele para acessar o “Configurar relógio” e mude o tipo de relógio para “Relógio Comum”. Desative a exibição de data e ajuste a fonte a seu gosto.

Mais dicas: Embora à primeira vista pareça ser um pacote único, o KDE é na verdade composto por um conjunto de aplicativos mais ou menos independentes. O componente que mostra a barra de tarefas, onde vai o relógio, iniciar e outros applets, é o kicker. O componente que mostra os ícones, papel de parede e outros componentes do desktop é o kdesktop, enquanto que o kwin é responsável pelo gerenciamento e exibição das janelas dos programas.

Você pode brincar um pouco com estes componentes experimentando ver o que acontece ao desativar cada um. Pressione Alt+F2 para abrir o “Executar Comando” do KDE e execute o comando “killall kicker”. Você vai notar que a barra de tarefas sumiu. Você não tem mais a lista de janelas e os programas desaparecem ao serem minimizados. Pressione Ctrl+F2 novamente e execute o comando “kicker”. Tudo volta à normalidade.

Experimente fazer o mesmo com o kwin. Ao fechá-lo, as janelas ficam “grudadas” na tela, você não consegue mais minimizar nem movê-las, mas ao reabri-lo tudo volta ao normal. Fazendo o mesmo com o kdesktop, você vai perceber que os ícones e o papel de parede do desktop desaparecem.

Às vezes acontece de um destes componentes travar (principalmente o kicker), causando os mesmos sintomas que você acabou de ver. Nestes casos, ao invés de reiniciar o X ou, pior, reiniciar o micro, você pode simplesmente pressionar Alt+F2 e reabrir o componente, sem prejudicar o que estava fazendo.

Você pode ver mais detalhes sobre os componentes e arquivos de inicialização do KDE no: http://www.kde.org/areas/sysadmin/.

Abrindo várias seções do X: No Linux, o ambiente gráfico é bastante flexível. Você pode executar aplicativos de outras máquinas via rede, abrir várias instâncias do X simultaneamente ou, até mesmo, usar mais de um monitor e teclado independentes, no mesmo micro. Toda esta flexibilidade permite a existência dos vários sistemas de administração remota e de recursos avançados, como o LTSP e pode também ser útil em situações mais cotidianas.

Uma situação comum é quando você precisa deixar outra pessoa usar seu micro para checar os e-mails ou fazer qualquer coisa “urgente”. Você pode criar um usuário separado para ela e assim não correr o risco de ver arquivos apagados ou o seu desktop desconfigurado. Mas, como fazer isso sem precisar fechar as 30 abas do Firefox e as 5 janelas do OpenOffice em que você está trabalhando? Simples: abra uma segunda sessão do X.

O jeito mais espartano de fazer isso é iniciar a segunda sessão manualmente, a partir de um terminal de texto. A maioria das distribuições abre por padrão 6 terminais de texto e uma sessão gráfica. Estes terminais de texto são chamados de “vt” (virtual terminal) e são numeradas de 1 a 6.

A sessão gráfica ocupa a posição que seria do sétimo terminal e por isso é chamada de vt7. Todas estas seções são independentes e você pode alternar entre elas pressionando as teclas “Ctrl+Alt+Fx”, onde o “Fx” é a tecla F correspondente ao terminal. Para mudar para o primeiro terminal de texto, pressione “Ctrl+Alt+F1” e para voltar ao ambiente gráfico, pressione “Ctrl+Alt+F7”.

Você pode chavear entre os terminais usando também o comando “chvt”, incluindo o número do terminal desejado, como em “chvt 1” ou “chvt 7” mas, ao contrário do atalho de teclado, ele só funciona se executado como root.

Para iniciar uma segunda sessão gráfica, mude para um dos terminais de texto e use o comando “startx — :2 vt8“.

Na verdade, o “vt8” não é realmente necessário, ele apenas força o X a abrir ocupando a posição desejada, ao invés de simplesmente assumir a próxima posição disponível.

A partir daí, além dos terminais de texto você terá dois ambientes gráficos independentes abertos. Para mudar para a segunda sessão gráfica, pressione “Ctrl+Alt+F8” e, para voltar para a primeira, pressione “Ctrl+Alt+F7”.

Esta segunda sessão gráfica pode ser iniciada por um usuário diferente, rodar uma interface gráfica diferente (você pode usar o KDE na primeira e o GNOME na segunda) ou até mesmo exibir o ambiente gráfico de outra máquina da rede, via XDMCP.

Para resolver o problema do amigo precisando usar o micro, crie um usuário para ele, usando o comando “adduser”, como em “adduser joao”, mude para um terminal de texto (Ctrl+Alt+F2), logue-se usando o usuário criado e rode o comando “startx — :2 vt8” para abrir a segunda sessão do X, usando o login separado.

Depois que seu amigo terminar, pressione “Ctrl+Alt+Backspace” para fechar a sessão e retornar ao seu ambiente de trabalho. Se preferir, você pode usar o comando “xinit — :2” no lugar do startx, ele abre uma instância do X sem gerenciador de janelas, permitindo que você abra a interface que quiser.

Este é o procedimento manual, como os pioneiros faziam no começo dos tempos. Uma forma mais prática e elegante de fazer isso hoje em dia é configurar o KDM ou GDM para abrir a segunda sessão automaticamente.

Ao usar o KDM, abra o arquivo “Xservers“, que dependendo da distribuição pode ser encontrado na pasta “/etc/kde3/kdm/“, ou “/usr/share/config/kdm/“. Neste arquivo vai a configuração das instâncias do X que são abertas durante o boot. Normalmente, este arquivo contém apenas uma linha descomentada, que inicializa a sessão principal:

:0 local@tty1 /etc/X11/X -dpi 75 -nolisten tcp vt7

Para ativar as seções adicionais, edite o arquivo adicionado as linhas:

:1 local@tty2 reserve /etc/X11/X :1 vt8 -deferglyphs 16
:2 local@tty3 reserve /etc/X11/X :2 vt9 -deferglyphs 16
:3 local@tty4 reserve /etc/X11/X :3 vt10 -deferglyphs 16

Estamos aqui adicionando mais três seções. Para evitar que elas fiquem abertas, consumindo memória enquanto não estão sendo usadas, adicionamos a opção “reserve”. Depois de salvar o arquivo, reinicie o KDM usando o comando “/etc/init.d/kdm restart” a partir de um dos terminais de texto.

Uma observação é que o comando que abre o X (“/etc/X11/X”) pode variar de acordo com a distribuição. No Mandriva por exemplo é “/usr/X11R6/bin/X”. Lembre-se de modificar as linhas caso necessário, seguindo o exemplo da primeira linha.

A partir daí, aparecerá uma função “Iniciar nova Sessão” ao clicar sobre o desktop ou acionar o menu iniciar. Clicando sobre ela, é aberta a segunda sessão do X, mostrando a tela de login do KDM. A partir da tela de login você pode efetuar login usando o usuário e interface que quiser. É uma boa maneira de ter o KDE e o GNOME rodando ao mesmo tempo, por exemplo.

A sessão inicial continua aberta e você pode alternar entre as duas pressionando “Ctrl+Alt+F7” e “Ctrl+Alt+F8”. Para o caso do amigo usando o seu micro, existe a opção de travar a primeira sessão. Com as linhas que adicionamos, você pode abrir até quatro sessões ao mesmo tempo. Nada impede que você adicione mais linhas e abra mais sessões, mas lembre-se de que cada sessão adicional consome uma quantidade generosa de memória RAM.

Nas distribuições que usam o GDM, edite o arquivo “/etc/X11/gdm/gdm.conf” e procure pela sessão “Servers”, que normalmente vai no final do arquivo. Adicione as sessões adicionais desejadas, como em:

[servers]2=/usr/bin/X11/X vt9 -deferglyphs 16
1=/usr/bin/X11/X vt8 -deferglyphs 16
0=/usr/bin/X11/X vt7 -nolisten tcp -dpi 75

No caso do GDM, não existe a opção de carregar as sessões adicionais sob demanda: elas são abertas automaticamente durante o boot e ficam abertas continuamente, esperando serem usadas. Assim como no caso do KDM, é preciso reiniciar o gerenciador de login para que a alteração entre em vigor. Mude para um dos terminais de texto e use o comando “/etc/init.d/gdm restart”.

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