O Sempron de 45 nm

Com o lançamento do Athlon II X2 e X4 a expectativa geral era de que a AMD abandonaria a produção de processadores single-core, descontinuando o Sempron. Afinal, os modelos mais lentos do Athlon X2 passaram a ser vendidos (nos EUA) abaixo da faixa dos 60 dólares, o que já é considerado um preço bastante baixo.

Entretanto, com a Intel ganhando terreno em várias frentes, a AMD não podia se dar ao luxo de perder nenhuma oportunidade, o que levou à criação do core Sargas.

Diferente dos núcleos anteriores, sempre usados em várias versões, o Sargas deu origem a uma única versão, o Sempron 140, de 2.7 GHz. Ele é um processador AM3, produzido usando uma técnica de 45 nm, com 1 MB de cache L2 e suporte às instruções SSE3, instruções de 64 bits e ao AMD-V, basicamente uma versão single-core do Athlon II X2 com core Regor:

Com um único core e o processamento de um único thread de cada vez, o desempenho em multitarefa não é dos melhores (não muito melhor que um Athlon 64 antigo em overclock) mas ele é ainda mais do que utilizável em tarefas leves e na maioria dos jogos.

O principal argumento de venda é mesmo o preço. No início de 2010 ele podia ser encontrado por menos de R$ 100 no Brasil (US$ 36 nos EUA), o que o tornou um processador bastante popular. Por ser um processador AM3 ele é uma espécie de curinga, que pode ser usado tanto em placas AM3 e AM2+ novas, quanto em placas AM2 antigas, fazendo par com memórias DDR ou DDR3 e mantendo aberta a possibilidade de upgrade para um Athlon II ou Phenom II substituindo apenas o processador.

O baixo custo explica o por quê de a AMD ter lançado o processador em uma única versão, em vez de segmentá-lo em 3 ou 4 versões com clocks diferentes, como de praxe. O Sargas foi encaixado em uma faixa extremamente baixa de preço, logo abaixo do Athlon II X2 215 (que na mesma época era vendido por US$ 50 nos EUA).

Não faria sentido para a AMD vender versões com clock mais baixo do Sargas por preços ainda mais baixos (os US$ 36 já são um preço extraordinariamente baixo para o padrão da AMD) e também não faria muito sentido produzir versões com clock maior, apenas para fazê-las competir com o X2 215 que está logo acima na pirâmide de preços.

Com a popularização do Athlon X2, que assumiu o posto do Sempron como processador de baixo custo, tudo indica que a AMD abandonará a fabricação de processadores single-core para desktop. O dual-core passará a ser o low-end, o quad-core o mainstream e os processadores com oito núcleos passarão a ser o novo high-end. Infelizmente este é um mundo sem lugar para o Sempron, que se juntará ao Duron nas páginas da história.

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