Como acessar vídeos e sites dos EUA bloqueados no Brasil

Como acessar vídeos e sites dos EUA bloqueados no Brasil

Muitos sites bloqueiam o acesso de visitantes estrangeiros ao seu conteúdo. A medida normalmente se dá por acordos comerciais (ou falta deles): licenciamento. Produtoras de mídia normalmente licenciam seus vídeos apenas para determinadas empresas dentro de certos mercados, e os materiais não podem ser reproduzidos fora do local determinado – a menos que novos acordos sejam feitos, com a mesma ou com outras empresas.

Por essas e outras alguns filmes não estão disponíveis na Netflix no Brasil mas estão nos EUA e Canadá, por exemplo; algumas músicas no YouTube não podem ser vistas por brasileiros; alguns sites de notícias impedem o acesso aos seus vídeos a partir de outros países; etc. O contrário também ocorre, não é uma questão de mero patriotismo. Sites brasileiros que licenciam conteúdo normalmente bloqueiam a exibição para os outros locais.

Porém a web é uma terra muito livre, cheia de artimanhas. Quase tudo pode ser burlado de alguma forma. Visitantes em países com grandes restrições na liberdade normalmente usam ferramentas para acessar o conteúdo bloqueado localmente. Coisas como o Tor, por exemplo:

https://www.torproject.org

O Tor visa fornecer acesso anônimo (ou quase, pelo menos em teoria…), mas perde-se muito em latência e velocidade de transferência de dados, já que os dados trafegam por muitas redes diferentes antes de chegarem ao destino. Ele serve para acessar sites bloqueados em alguns locais, tática que o popular Pirate Bay adotou: eles disponibilizam um navegador pré-configurado para acesso ao site em locais onde o mesmo é bloqueado, seja por governos ou por provedores de internet.

O Tor oferece o Tor Browser Bundle, uma versão portable do Firefox pré-configurada (roda sem precisar instalar). Basta baixá-lo e sair acessando os sites por meio das redes anônimas. Uma recente vulnerabilidade afetou a privacidade para alguns usuários de Windows, mas ele também é disponibilizado para Linux e Mac.

Para nós do Brasil acessarmos vídeos dos EUA bloqueados para o mundo, o Tor não serve: quase sempre os pontos de saída dele virão de redes de usuários em outros países, onde tais vídeos também estariam bloqueados.

Para acessar sites dos EUA como Hulu, vídeos do YouTube restritos ao mercado local ou até mesmo a Netflix com catálogo dos EUA (bem mais amplo do que no Brasil), uma saída seria usar IPs de redes norte-americanas.

Isso pode ser feito de várias formas, umas mais fáceis do que outras. Citarei brevemente duas mais complicadas, comerciais (dependem de pagar algum site para que o acesso seja liberado), e uma mais simples e direta, gratuita.

Para um acesso rápido a páginas de texto os servidores proxy via web geralmente dão conta, mas em geral eles não funcionam para vídeos, já que outras checagens são feitas no navegador.

Acesso via VPN

Uma VPN é uma rede virtual privada, que cria um túnel de comunicação entre dois pontos. Você acessa recursos de rede de um computador como se estivesse logado localmente nele, porém o faz remotamente, por outro computador em qualquer lugar do mundo pela internet. A comunicação é criptografada. É como se você estendesse um longo cabo para acessar sua rede a partir de outro lugar, usando a internet e sua estrutura atual como um meio de transporte.

Como consequência, ao usar uma VPN conectada à internet nos EUA, você consegue acessar sites dos EUA bloqueados nos outros países. É quase como se você estivesse usando uma conexão local por lá, como numa residência, hotel ou bar.

As VPNs para uso desse tipo normalmente são serviços pagos, que custam poucos dólares por mês. Podem ser assinadas por cartão de crédito internacional, Paypal, etc. Uma breve busca no Google por VPN, US VPN, USA VPN etc deve retornar vários serviços. Eu usei por um bom tempo a StrongVPN antes de conhecer os serviços gratuitos.

Algumas VPNs são bem lentas ou ficam congestionadas, inviabilizando a reprodução de vídeos online, especialmente em HD ou full HD. Vale testar os serviços antes de assinar por longos períodos, para não se decepcionar depois.

Acesso via Unblock-US

O Unblock US é um serviço um pouco diferente: ele atua de forma mais obscura e transparente para os usuários finais. Basta configurar seu computador ou roteador para usar os DNS deles e tudo milagrosamente passa a funcionar. Não é necessário criar uma conexão VPN manualmente, algo que exige vários cliques no Windows, Linux ou Mac.

Não seria recomendável se conectar a sites de pagamentos ou com dados sigilosos enquanto você estivesse conectado numa VPN alheia, já que sabe-se lá o que iriam fazer com seus dados… Mas para acessar os sites de vídeos (ou os recursos desejados) e depois se desconectar já está bom.

O Unblock US oferece um trial de 7 dias. Depois disso custa cinco dólares por mês. Se interessar, experimente o trial, tudo o que pedem é um endereço de e-mail:

http://www.unblock-us.com

Como ele é baseado numa simples alteração de DNS, ele é um dos serviços mais amigáveis porque pode ser configurado diretamente no roteador – nem todo roteador permite configurações de VPN, mas praticamente todos deixam configurar os servidores DNS a serem usados.

Na prática qualquer sistema ou dispositivo conectado ao roteador passaria pelas rotas do serviço, o que inclui tablets e smartphones, já que não seria necessário alterar a configuração nestes aparelhos.

Acesso via Media Hint

O Media Hint é um dos métodos gratuitos mais populares. O serviço oferece extensões para Chrome e Firefox. Basta instalá-las e sair usando! Não há cadastro nem mensalidades.

Acesse e baixe as extensões, dependendo do seu navegador:

https://mediahint.com

O lado negativo deste serviço, como é de se imaginar, é que ele só funciona nos navegadores com as extensões instaladas e ativadas. Não dá para usar em todo tipo de aparelho, diferente da VPN ou do Unblock US.

Pelo lado positivo, pode ser considerado mais seguro: você deixa um navegador sem a extensão dele para uso geral (e-mail, banco, serviços, redes sociais, etc) e um outro navegador com a extensão, a ser usado exclusivamente para os sites bloqueados no Brasil.

Assim você consegue ver filmes e séries no Hulu, acessar a Netflix com catálogo dos Estados Unidos, etc.

Conclusão

Note que isso não se trata de nenhuma forma de burlar serviços pagos: para acesso ao catálogo da Netflix, por exemplo, você ainda precisará de uma assinatura do serviço – e não há garantias de que funcionará para sempre, eles poderiam bloquear o catálogo pelo tipo de conta em vez da região do planeta… Mas o Hulu tem muitos conteúdos gratuitos, basta acessar sem precisar fazer cadastro nenhum, idem para os vídeos no YouTube restritos no Brasil. Pesquisando um pouco você acha diversos outros sites.

É isso, use as dicas com responsabilidade 🙂 Acessar conteúdo restrito no seu país por meio destas formas até funciona, mas lembre-se de proteger seus dados: não envie informações confidenciais enquanto estiver usando redes ou extensões suspeitas, já que podem existir interessados em roubar os dados nas conexões intermediárias – ou até mesmo pelos fornecedores de tais serviços.

Valeu Marlus Lopes pela dica da Media Hint, eu já havia usado ela anteriormente mas tinha esquecido 🙂

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