Por Denilson Marcos Nepomuceno
Originalmente postado no site Guia Informática
Frequente motivo de dúvidas frente os usuários, o uso da pasta térmica é essencial para prover um melhor contato entre o processador e a base do cooler. Nesse artigo iremos abordar algumas questões que são frequentemente motivo de debates em fóruns de Informática.
Que a pasta térmica é necessária não tenha dúvidas, por mais polida que esteja a superfície do processador e dissipador, o contato entre eles não é perfeito. O papel da pasta térmica é preencher pequenas lacunas e promover melhor contato entre as superfícies, dessa forma reduzindo a temperatura de operação do processador.
Nos testes usamos a pasta térmica mais simples e popular encontrada nas lojas de Informática, a base de silicone, para representar melhor o cenário real de nossos leitores. Vale ressaltar que usamos pasta térmica a base de prata no micro de nossos clientes e do laboratório. A melhor qualidade do material garante maior durabilidade e alguns poucos graus a menos na temperatura de operação do processador.
Abaixo você confere o nosso teste, montamos o conjunto sem pasta térmica.
Veja o resultado:
A primeira imagem mostra o processador sem a pasta térmica. A segunda é resultado dessa falha, um simples Celeron D a 56ºC logo ao ligar o micro. Cinco minutos depois, a temperatura alcançou 68ºC. É preciso considerar que o micro estava ocioso no setup, com a máquina em real uso, essas temperaturas seriam maiores.
Como aplicar a pasta térmica?
Jamais aplique a pasta dessa forma:
Isso é um erro constantemente cometido. O excesso de pasta térmica além de desnecessário, é prejudicial a temperatura de funcionamento do processador. Se o material da pasta for condutor elétrico, você ainda corre risco de fechar um curto em algum local, já que esse material certamente vai extrapolar os limites do cooler, além de fazer uma bela lambança.
O correto é que você aplique apenas uma pequena gota, no centro do processador. A própria pressão do cooler se encarrega de espalhar a pasta.
Veja como fazemos a aplicação:
Resultados:
A primeira imagem mostra a temperatura imediata após ligar o micro, e a segunda imagem mostra após cinco minutos de funcionamento.
Quando eu preciso trocar a pasta térmica?
Em nosso laboratório, trocamos a pasta térmica de todos os micros que entram para revisão. Por um motivo simples, nunca sabemos se ela está aplicada e como foi feito, além do material usado. Se você tem certeza que a pasta térmica é de boa qualidade e está bem aplicada (aplicação será abordada abaixo), não existe motivos para ficar trocando essa pasta regularmente, você provavelmente irá trocar de micro sem precisar se preocupar com isso.
Porém a troca é necessária se você por algum motivo remover o cooler do processador. Se você utiliza a pasta térmica mais simples, a base de silicone e deseja ser bem cuidadoso com a manutenção preventiva, troque a pasta térmica a cada 3 anos, apenas para garantir. Alguns fabricantes estimam a validade em até 12 anos, então não existe motivo para trocar a pasta térmica toda vez que for dar uma limpeza básica no micro, somente no caso de se retirar o processador.
Alguns modelos da Artic Silver (um dos melhores fabricantes) estimam o tempo de cura de alguns modelos em 200 horas. Ou seja, levam 200 horas para o produto atingir seu melhor desempenho. A troca regular da pasta térmica regularmente não traz vantagens, pelo contrário. O material de alguns coolers é bem sensível, se você iniciar um ciclo constante de monta e desmonta, com certeza alguma parte do cooler vai se quebrar antes da hora.
Resumindo, não tem segredo. Aplique uma pasta térmica de boa qualidade, da forma correta e pode esquecer que ela existe. Durante a manutenção preventiva, limpe apenas a poeira dos componentes, não é necessário retirar o cooler da CPU.
Você, Técnico em Informática, sugerimos que sempre troque a pasta térmica na primeira vez que for trabalhar no micro do seu cliente, vocês irão encontrar muitos micros com pasta térmica mal aplicada, sem pasta térmica e até mesmo com material não identificado.
Agradecimentos especiais ao companheiro Otávio Prado (OP no fórumGDH), que me forneceu vários links e sugestões, um grande abraço!
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