Já comentei em outros momentos aqui no Hardware.com.br que 2016 tem tudo para ser um ano crucial na história da AMD, já que além da arquitetura Polaris, responsáveis pelas placas de vídeo RX 480, RX 470 e RX 460, há também a arquitetura Zen que será responsável pelos novos processadores. Tanto Polaris como Zen chegam forte no quesito inovação. No caso das placas de vídeo inclusive assumindo a vanguarda no processo, com os 14nm FinFET da Global Foundries, litografia que também faz parte dos Zen.
A própria estratégia que a AMD vem adotando mostra bem a maturidade da companhia, focada em exorcizar seus próprios males, como a questão da eficiência energética, que já se mostrou positiva com as placas Polaris, e que deve seguir a mesma linha com os Zen. Em março conversei com Alfredo Heiss, que atua na AMD como especialista de hardware, ele nos disse naquela ocasião que tanto Polaris como Zen, são produtos revolucionários. A cada novo anúncio esse sentimento de uma revolução por parte dos produtos da AMD vai ficando ainda mais visível.
Ontem a AMD divulgou em um evento em São Francisco novas e importantes informações sobre os processadores Zen, e para deixar você por dentro das novidades, elencamos um Top 5 de coisas importantes sobre esses novos processadores. Vamos lá!
O que é Zen?
Zen é o nome da nova arquitetura que a AMD utilizará em seus processadores. Baseada em três pontos, performance, throughput, e eficiência. Ele é digno de tanto hype porque mostra uma grande evolução em termos de produtos lançados pela AMD. O principal ponto é a evolução no processo de fabricação, deixando de lado os 32nm (e os 28nm nas APUs), para dar lugar aos 14nm FinFET, fazendo com que a AMD entre na onda dos “transistores 3D”, isso garante uma bela redução no consumo energético além é claro de poder tirar proveito do tamanho reduzido do transistor para aumentar a capacidade e consequentemente o desempenho.
Durante a apresentação foi mostrado um slide onde a relação desempenho e consumo é mencionada. De acordo com a AMD os Zen conseguem oferecer 40% mais IPC (instruções por ciclo de clock) em relação aos Excavator, além manter a meta da redução de energia, e fica visível na escala que a redução é drástica.
Outra grande diferença é que eles serão melhores em situações multi-tarefa, já que a AMD está deixando de lado CMT, (Cluster-based Multithreading) e adotando o SMT (Simultaneous multithreading), similar ao HyperThreading, isso garante que a cada núcleo físico haja dois núcleos lógicos, então com uma CPU de 8 núcleos físicos, há 16 lógicos, o threads. Falando em núcleos esse é ponto da próxima pergunta.
Quantos processadores serão lançados?
Essa questão ainda não está muito clara, o que se sabe até então é que o Zen atuará em diversas frentes, de desktop a servidores. Durante o evento foi revelado que em relação ao desktop, a bola da vez é a CPU de codinome Summit Ridge que terá 8 núcleos e 16 threads. Já para os servidores o poderoso Naples é o mais robusto, com 32 núcleos e 64 Threads.
Placa-mãe com o Naples de 32 núcleos
Embora não tenha sido mencionado no evento, de acordo com o vazamento de um roadmap também haverá APUs baseadas em Zen do codinome Raven Ridge, que será equipado com 4 núcleos, 8 threads.
Vou precisar de uma nova placa-mãe?
Sim, assim como já estava confirmado desde a CES 2016, para utilizar os processadores Zen será necessário uma nova placa-mãe com socket AM4, se por um lado demanda mais um custo, por outro essa plataforma irá unificar as CPUs e APUs. Isso significa que você poderá migrar facilmente de processadores.
Novas tecnologias importantes também chegam com essa nova plataforma e os Zen, como o suporte para memórias DDR4, USB 3.1 (10 Gbps), SATA Express, NVME.
O desempenho é realmente bom?
Essa é a dúvida de todos, se o salto de desempenho será realmente significativo, principalmente em relação aos produtos da concorrente, a Intel. Recentemente o site WCCFTech teve acesso a uma amostra de engenharia do Zen e o colocou em testes no Ashes of Singulatiry contra alguns processadores da Intel, o da AMD conseguiu superar o Core i5-4670K, e perdeu para Core i7-4790. Muitos questionaram que o comparativo foi feito com processadores já antigos da Intel, e ficou o questionando de como o Zen se sairia contra produtos mais recentes.
Durante o evento realizado ontem a AMD colocou o Summit Ridge contra o recente Intel Core i7-6900K, da linha Broadwell-E, em testes de rendeziração no Blender, que exige muito do processador o Zen conseguiu ser mais rápido. Ambos os processadores contam com 8 núcleos de processamento e 16 threads, o clock de operação do modelo da Intel é de 3.7 GHz podendo chegar a 4.0 GHz. O Zen não teve os seus clocks revelados. Já em games a AMD utilizou como exemplo o Deus EX juntamente com a placa de vídeo Fury X, que conseguiu segurar as pontas na resolução 4K.
Confira abaixo o vídeo que mostra o confronto das CPUs na renderização.
Quando serão lançados?
A AMD ainda não revelou informação em relação a data de lançamento ou preço desses novos processadores. Mas a companhia revelou que o Summit Ridge chegará de forma maciça ao mercado no início de 2017, mas é bem provável que um pequeno lote seja vendido ainda no fim de 2016. Já Naples, voltado para servidores chegará no segundo trimestre do ano que vem.
Siga-me no Twitter: @WRPlaza
Veja também
Sobre o Autor
Deixe seu comentário