Criação de pacotes PBI para o PC-BSD

Criação de pacotes PBI para o PC-BSD
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Creating PBI packages for PC-BSD

Autor original: Jesse Smith

Publicado originalmente no: distrowatch.com

Tradução: Roberto Bechtlufft

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Quando analisei o PC-BSD recentemente, algumas pessoas me disserem que não se sentiam atraídas pelos sistemas operacionais da linha FreeBSD por causa da falta de alguns pacotes PBI. O sistema PC-BSD pode usar a vasta coleção de Ports do FreeBSD, mas quem quiser acessar seu software usando apenas o mouse vai precisar dos arquivos PBI (abreviação em inglês para “instalador ao apertar de um botão”). Parece o caso clássico de “quem veio primeiro, o ovo ou a galinha”: teríamos mais interessados no PC-BSD se ele tivesse mais pacotes pré-compilados, e teríamos mais pacotes se mais gente usasse o PC-BSD. Para tentar sair desse círculo vicioso, decidi aprender a criar pacotes PBI, e vou passar o que aprendi para vocês.

Antes de entrar em detalhes, presumo que você já saiba compilar software. Não é preciso ter experiência em empacotamento de software em outros formatos, como DEB ou RPM, mas é vital que você se sinta à vontade compilando programas a partir do código fonte. Para começar, precisamos de uma cópia do PC-BSD 8 instalada no nosso computador, ou em uma máquina virtual. A primeira coisa que vamos fazer é baixar o programa PBI Creator aqui. O PBI Creator é um arquivo PBI de extração automática. Depois de baixado, ele pode ser instalado com um clique duplo no arquivo via gerenciador de arquivos, ou com o uso do comando:

./PBICreator6.01-PV0.pbi

Agora vamos precisar do software que queremos empacotar. Para os fins deste tutorial, vou presumir que baixamos a versão 1.0 de um projeto de software chamado Foobar. Temos que descompactar o programa Foobar para compilá-lo. O processo é mais ou menos assim:

tar zxf Foobar-1.0.tar.gz

(descompacta o software)

cd Foobar-1.0

(entra no diretório do software)

./configure

(verifica a configuração)

make

(compila o Foobar)

Agora temos uma nova cópia do Foobar no diretório atual, prontinha para funcionar. Até aqui o processo foi típico: baixamos e compilamos um pacote de software. Chegou a hora de transformar esse software em um PBI. Para isso, precisamos de uma nova pasta na qual possamos colocar arquivos específicos do PBI.

mkdir ~/Foobar-PBI

No diretório Foobar-PBI nós vamos criar dois subdiretórios: “bin” vai armazenar nosso novo programa, e “autolibs” vai armazenar eventuais dependências necessárias.

mkdir ~/Foobar-PBI/bin
mkdir ~/Foobar-PBI/autolibs

Criação da estrutura de diretórios

Com os diretórios criados, temos que colocar nosso programa no diretório “bin” do PBI.

cp ~/Foobar-1.0/Foobar ~/Foobar-PBI/bin/

A instalação do PBI Creator deve ter criado um ícone de atalho no desktop. O próximo passo é abrir o PBI Creator. Trata-se de um assistente gráfico que nos guiará pela criação do arquivo PBI, dando um passo de cada vez. A primeira tela nos oferece campos para a definição do nome do pacote, do número da versão, do site do projeto e do nome do autor.

Digitação das informações básicas

A segunda tela nos dá a opção de exibir um contrato de licença para o usuário que instalar o aplicativo.

Tela opcional de licença

A terceira tela solicita o nome do diretório que criamos para o pacote. No caso, o diretório Foobar-PBI que acabamos de criar. No meio dessa tela há um conjunto de opções, compondo o suporte às bibliotecas. Nós queremos que o assistente descubra quais são as dependências, então escolhemos a opção para popular automaticamente o diretório de bibliotecas (“Auto populate library directory”). Na parte inferior desta terceira tela, temos três botões para edição de scripts. Clicando nesses botões, o usuário pode criar e editar scripts a serem executados antes ou durante a instalação do pacote. Por exemplo, o script “configurar” pode copiar um arquivo de configuração para /etc enquanto a instalação avança. Já o script “remover” pode apagar o arquivo de configuração de /etc durante o processo de desinstalação. O script “primeira_execucao” seria executado antes do começo da instalação para apagar arquivos de configuração de uma instalação anterior, o que cai bem no caso de atualizações. É importante observar que alguns programas simples não precisam desses scripts; é possível ignorá-los, mas eles estão aí para quem quiser fazer uso deles.

Localização de nosso diretório e de scripts opcionais

Na quarta tela, podemos associar um programa executável a um ícone e a um atalho no menu. Aqui podemos editar as entradas para alterar o ícone, pôr o programa em uma pasta de menu específica e configurar vários outros atributos da entrada de menu.

Criação de uma entrada de menu para o aplicativo

Na tela seguinte podemos associar extensões de arquivo ao nosso pacote. Isso é útil se estivermos empacotando um processador de textos ou um visualizador de imagens, mas na maioria dos casos não será necessário. Depois da tela de associação de arquivos, o assistente assume o comando e transforma nosso programa em um arquivo PBI, a ser salvo em nosso diretório home. No nosso exemplo, o arquivo provavelmente será chamado de Foobar1.0-PV1.pbi. Este pacote pode ser instalado no próprio sistema ou ser transferido para instalação em outro computador.

Associação de tipos de arquivos ao nosso aplicativo

Pode parecer muita coisa, mas o grosso do trabalho é compilar o programa antes de empacotá-lo. Quase todas as etapas posteriores são gerenciadas de maneira amigável pelo assistente do PBI Creator. Achei muito mais fácil, rápido e intuitivo criar pacotes PBI do que criar meus primeiros arquivos DEB e RPM. Há pouco a se fazer na linha de comando, só é preciso instalar uma ferramenta de empacotamento e não há necessidade de se editar arquivos complicados com especificações.

Se você quer compilar um arquivo PBI mas não sabe qual software seria mais útil nesse formato, consulte a lista de pacotes solicitados. Precisa de mais ajuda? Peça dicas e tire suas dúvidas no fórum. Nesta semana, com a valiosa ajuda de Kris Moore do PC-BSD, criei três novos pacotes PBI, e espero que mais gente faça o mesmo.

Créditos a Jesse Smithdistrowatch.com

Tradução por Roberto Bechtlufft <info at bechtranslations.com.br>

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