Vendas de celulares irregulares bate recorde no Brasil; Xiaomi domina este mercado paralelo

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No último trimestre deste ano, viu-se um aumento alarmante nas vendas de celulares não autorizados no Brasil, alcançando 21% do mercado total

Esse número representa um crescimento significativo em relação aos 17% observados no trimestre anterior.

A Xiaomi, principal fabricante desses celulares, domina cerca de 80% desse mercado paralelo. Os produtos, em sua maioria, são trazidos ilegalmente do Paraguai após serem importados da China.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e a consultoria IDC, o volume de vendas desses celulares irregulares aumentou de 4 milhões em 2022 para 5,5 milhões este ano.

Em um evento recente da Abinee, com o objetivo de analisar os dados coletados ao longo do ano, foram compartilhadas fortes preocupações sobre essa tendência. No entanto, nenhuma medida específica foi anunciada para combater o problema.

A Abinee divulgou, inclusive, como os celulares irregulares entram no Brasil. Pequenas quantidades de smartphones, geralmente modelos populares como o Redmi Note 12, são transportadas por motoboys.

Como o número de celulares transportados por vez é pequeno, os motoqueiros acabam conseguindo evitar a detecção pelas autoridades aduaneiras.

Uma vez em território brasileiro, esses aparelhos são vendidos em marketplaces a preços significativamente mais baixos do que os modelos legítimos, chegando a até 50% de desconto.

Usando como exemplo o já citado Redmi Note 12, nos marketplaces ele chega a custar em torno de R$ 940. No entanto, o seu preço oficial de lançamento foi de R$ 2.599.

Uma das principais diferenças dos celulares irregulares em comparação com os legalizados é a falta de certificação da Anatel, um carregador diferente do padrão nacional e a ausência do recolhimento de impostos.

Esses smartphones são normalmente vendidos online e distribuídos por todo o Brasil, sem incluir o cupom fiscal exigido pela Receita Federal. 

A marca Realme também tem visto um aumento em suas vendas irregulares, seguindo um padrão semelhante ao da Xiaomi.

1º trimestre 2023: 880 mil celulares irregulares vendidos 2º trimestre 2023: 967 mil celulares irregulares vendidos 3º trimestre 2023: 1,57 milhão de celulares irregulares vendidos 4º trimestre 2023: 2,05 milhões de celulares irregulares vendidos

Luiz Carneiro, diretor de relações governamentais da Abinee, destacou o impacto econômico negativo dessas vendas irregulares, especialmente pela falta de recolhimento de impostos. 

Estima-se que cerca de R$ 2,1 bilhões em impostos deixem de ser recolhidos graças a este mercado paralelo.

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