A Xiaomi, principal fabricante desses celulares, domina cerca de 80% desse mercado paralelo. Os produtos, em sua maioria, são trazidos ilegalmente do Paraguai após serem importados da China.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e a consultoria IDC, o volume de vendas desses celulares irregulares aumentou de 4 milhões em 2022 para 5,5 milhões este ano.
Em um evento recente da Abinee, com o objetivo de analisar os dados coletados ao longo do ano, foram compartilhadas fortes preocupações sobre essa tendência. No entanto, nenhuma medida específica foi anunciada para combater o problema.
A Abinee divulgou, inclusive, como os celulares irregulares entram no Brasil. Pequenas quantidades de smartphones, geralmente modelos populares como o Redmi Note 12, são transportadas por motoboys.
Uma vez em território brasileiro, esses aparelhos são vendidos em marketplaces a preços significativamente mais baixos do que os modelos legítimos, chegando a até 50% de desconto.
Usando como exemplo o já citado Redmi Note 12, nos marketplaces ele chega a custar em torno de R$ 940. No entanto, o seu preço oficial de lançamento foi de R$ 2.599.
Uma das principais diferenças dos celulares irregulares em comparação com os legalizados é a falta de certificação da Anatel, um carregador diferente do padrão nacional e a ausência do recolhimento de impostos.
Luiz Carneiro, diretor de relações governamentais da Abinee, destacou o impacto econômico negativo dessas vendas irregulares, especialmente pela falta de recolhimento de impostos.