Uso básico

Depois de salvar a configuração no winecfg, o Wine já estará pronto para uso. A forma tradicional de executar aplicativos dentro do Wine é chamá-los via terminal (sempre usando seu login de usuário), como em:

$ wine ps55.exe

Entretanto, na maioria das distribuições atuais os arquivos “.exe” (entre outras extensões do Windows) já estão associadas com o Wine, o que permite que você simplesmente clique nos arquivos dentro do gerenciador de arquivos.

No caso dos aplicativos .MSI (os aplicativos empacotados usando o Windows Installer), você pode usar o msiexec, mais um pequeno utilitário do Wine que permite executá-los diretamente, sem que você precise instalar primeiro o instalador da Microsoft e fazer algum malabarismo para fazê-lo funcionar dentro do Wine. Para instalar um programa, basta chamar o msiexec, seguido pelo parâmetro “/i” e o nome do arquivo, como em:

$ msiexec /i /home/gdh/msxml6.msi

Todos os aplicativos são instalados dentro da pasta “.wine/drive_c” dentro do home, respeitando a estrutura de diretórios do Windows. O Wine monitora a instalação de aplicativos e adiciona os ícones no iniciar (ou no desktop, de acordo com as opções do instalador) automaticamente na maioria dos casos, mas, em casos em que o sistema falha, você pode executar o aplicativo manualmente, acessando a pasta de instalação e clicando sobre o executável:

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Também funciona se você executar o aplicativo via terminal, mas nesse caso você precisaria especificar o caminho completo (adicionando barras invertidas antes dos espaços, como em “wine ~/.wine/dosdevices/c:/Arquivos de programas/Adobe/Photoshop 5.5/Photoshp.exe”).

Como todos os aplicativos e as configurações ficam instalados dentro da pasta “.wine”, é fácil se livrar de uma instalação do Wine com problemas: basta remover a pasta e começar de novo.

O Ubuntu (https://www.hardware.com.br/livros/linux/ubuntu.html) 9.04 (em diante) inclui um assistente para a execução de aplicativos dentro do Wine, que é executado ao clicar sobre um arquivo .exe dentro do Nautilus. Ele se encarrega de instalar os pacotes do Wine e fazer a configuração básica, de maneira similar ao assistente para a instalação de codecs restritos que é disparado ao tentar assistir um vídeo em um formato não suportado no Totem. Ele é apenas um pequeno truque destinado a facilitar a instalação inicial, tornando o uso dos aplicativos mais natural.

Aplicativos bem suportados (como os das categorias Gold e Platinum do http://appdb.winehq.org) devem instalar diretamente, enquanto aplicativos mais problemáticos costumam exigir passos adicionais, como instalar outros componentes, copiar DLLs do Windows ou inserir chaves no registro manualmente.

Em geral, o nível de compatibilidade desses aplicativos melhora gradualmente com o lançamento de novas versões do Wine, um processo gradual que muitas vezes demora anos. Este é um dos motivos de, em geral, aplicativos mais antigos serem os mais bem suportados.

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Photoshop 5.5: um exemplo de aplicativo antigo que roda perfeitamente dentro do Wine

Antigamente, se recomendava instalar o “dcom98”, uma atualização da Microsoft para o Windows 98 que, quando executado dentro do Wine, instalava alguns componentes e bibliotecas adicionais, melhorando a compatibilidade com alguns aplicativos. Ele é desnecessário nas versões atuais, muito embora ainda existam muitos outros componentes que ainda são úteis, como veremos a seguir, no tópico sobre o Winetricks.

O Wine possui também uma ferramenta para remover programas instalados, o “uninstaller”, que substituiu o “Adicionar/Remover” do Windows. Basta chamá-lo diretamente via terminal, assim como o winecfg:

$ uninstaller

Outra dica é que o Wine é capaz também de acessar impressoras instaladas através do Cups automaticamente, permitindo que os aplicativos imprimam sem necessidade de drivers adicionais. Em outras palavras, desde que a impressora seja reconhecida pelo sistema, você não terá grandes problemas em utilizá-la dentro do Office 2003 instalado dentro do Wine, por exemplo.

Nas versões recentes, você pode também instalar fontes do Windows, simplesmente copiando os arquivos para dentro da pasta “.wine/drive_c/windows/Fonts/”. As fontes são um fator importante para a compatibilidade, já que muitos aplicativos não rodam se pelo menos as fontes básicas (Times, Arial, Verdana, etc.) não estiverem disponíveis.

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