Tirando o máximo do Motorola Milestone

Tirando o máximo do Motorola Milestone

Quando foi lançado no final de 2009, acompanhado de uma forte campanha de marketing, o Motorola Droid (posteriormente rebatizado de Motorola Milestone, ao ser lançado em outros países) se tornou rapidamente um dos modelos mais icônicos baseados no Android, combinando uma bela tela capacitiva com Gorilla Glass de 854×480, um processador rápido (para a época) e teclado físico, tudo isso em um aparelho com apenas 13 milímetros de espessura.

Para obter o feito, eles foram obrigados a reduzir o tamanho da placa lógica (para que ela compartilhasse o espaço com a bateria, reduzir a espessura do teclado e do mecanismo de abertura, reduzir a espessura da tela (daí o uso do Gorilla Glass, que é mais fino e resistente) e assim por diante. Para a época, ele foi um verdadeiro milagre da engenharia, como ilustra essa foto do iFixit:

Entretanto, com o passar o tempo o Milestone passou a parecer ultrapassado, dando espaço a aparelhos com processadores mais rápidos, telas maiores, câmeras de maior resolução, e versões mais atuais do Android: o velho processo de obsolência programada entrando em ação.

O sucessor direto é o Motorola Droid 2, que oferece especificações muito similares à mesma versão, mantendo a mesma câmera de 5 MP e a mesma tela. As melhorias (além de detalhes secundários, como o novo layout do teclado) se limitam ao uso de uma versão de 45 nm do processador (operando a 1.0 GHz em vez de 550 MHz), o uso de 512 MB de RAM (em vez de 256 MB) e a inclusão de 8 GB de memória interna, complementados pelo cartão.

Com tão poucas mudanças no hardware, as principais melhorias introduzidas pelo Droid 2 residem não no aparelho propriamente dito, mas no upgrade do Éclair para o Froyo, que introduziu muitas melhorias. Este é um dos motivos da Motorola ter atrasado a atualização do Froyo para o Droid e o Milestone, temendo que a atualização prejudicasse as vendas do Droid 2.

Entretanto, é possível atualizar o Milestone original para o Froyo (sem depender da Motorola) e overclocar o processador para até 1.2 GHz, superando o desempenho do Droid 2 sem gastar nada. Naturalmente, não é possível fazer nada em relação aos 256 MB de memória, ao teclado ou aos demais fatores estéticos, mas estas duas mudanças acompanhadas de outros tweaks são mais do que suficientes para dar um novo folego ao Milestone, colocando-o para competir em pé de igualdade com outros aparelhos atuais.

Combinado com o fato de o Milestone ser um modelo bastante acessível hoje em dia (já é possível encontrá-lo por menor de 900 reais), isso faz com que ele seja uma das opções baseadas no Android com o melhor custo-benefício hoje em dia, ideal para quem quer embarcar na plataforma sem gastar muito.

A primeira providência é substituir a imagem padrão do sistema. Por enquanto, a última versão oficial para o Milestone é ainda a 2.1.1, que é muito antiquada se comparado ao Froyo. A Motorola prometeu disponibilizar uma imagem do Froyo “no primeiro semestre de 2011” (eu realmente só acredito vendo), mas por mais fé que você tenha nas promessas do departamento de comunicações da empresa não vale à pena esperar, pois as ROMs customizadas já estão bem à frente, oferecendo versões bastante aprimoradas do Froyo (já com acesso de root, overclock, customizações e já sem os aplicativos das operadoras) e recebendo atualizações constantes. Além disso, se algum dia o Gingerbread chegar ao Milestone, será através das ROMs customizadas, e não através das atualizações da Motorola.

Além do compartilhamento nativo da conexão 3G via Wi-Fi/Bluetooth, visual primorado, melhor gerenciamento de aplicativos, suporte a Flash e outras melhorias, o Froyo oferece uma grande melhora de desempenho em relação ao 2.1.1, um conjunto de melhorias muito difícil de desprezar. Como sempre, existe um certo risco em alterar o firmware, mas na prática o sistema de atualização do Android é bastante robusto e com exceção de problemas de força maior, não existe realmente muita coisa que não seja solucionável, uma vez que o sistema é capaz de acessar o modo de recuperação mesmo sem uma cópia funcional do sistema (resultado de casos em que você tenta gravar uma imagem incompatível ou a gravação é interrompida), permitindo que você grave novamente a imagem a partir do cartão de memória.

Para os usuários do Brasil, a mais recomendada é o ShadowMOD (http://code.google.com/p/shadowmodbr/), que é compilada por Brasileiros e já inclui diversos ajustes para uso pelos usuários daqui, além de ter mantido um bom histórico, com atualizações frequentes e rápida solução de bugs. Ela pode ser instalada tanto em aparelhos que ainda estão com a ROM padrão da Motorola, quanto nos com acesso de root ou que já estão rodando outras ROMs customizadas. Ele oferece uma versão limpa do sistema, bem similar à que os usuários do Google Nexus One receberam com a atualização para o Froyo. Ela vem também completamente desbloqueada, com acesso de root, script de overclock e outras vantagens.

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