Solucionando problemas com periféricos no Linux

Solucionando problemas com periféricos no Linux
No Linux, a configuração do mouse faz parte da configuração do vídeo, que vai no arquivo “/etc/X11/xorg.conf“. Em 99% dos casos o mouse é detectado automaticamente, mesmo que você tenha mais de um, como ao usar um mouse USB em um notebook que já possui um touchpad. Mas existem algumas dicas que podem ser usadas em caso de problemas.

Se você está tendo problemas com seu mouse ou teclado USB, reinicie e desative a opção “USB LEGACY SUPPORT” no Setup do micro. Esta opção ativa uma camada de compatibilidade, destinada a fazer o teclado e mouse funcionarem no MS-DOS, que em algumas placas faz com que o sistema deixe de detectar os dispositivos e ativar os drivers necessários durante o boot. Pressione a tecla “DEL” durante a contagem de memória para acessar o setup.

Caso você realmente precise revisar a configuração do mouse manualmente, abra o arquivo “/etc/X11/xorg.conf” em um editor de texto. Se você estiver no KDE (e sem mouse), pressione Alt+F2 para abrir o “executar comando” e chame o “kdesu kedit /etc/X11/xorg.conf” (para abrir o kedit como root). Se estiver no modo texto, logue-se como root e rode o comando “mcedit /etc/X11/xorg.conf”.

A configuração do mouse, dentro do arquivo, é dividida em duas seções. Na primeira você especifica o tipo de mouse que está usando e, em seguida, existe uma seção maior com a configuração de cada tipo.

O arquivo do Kurumin vem comentado, o que facilita a configuração. Este mesmo arquivo pode ser usado em outras distribuições, já que todas usam o mesmo servidor gráfico, o X.org ou (nas mais antigas) o Xfree. Basta copiar o arquivo, substituindo o arquivo padrão da outra distribuição para que o vídeo e o mouse fiquem configurados da mesma maneira que estão no Kurumin.

Logo no começo do arquivo, procure a linha com a configuração do mouse, como em:

InputDevice “USB Mouse” “CorePointer”

O “USB Mouse” indica o tipo de mouse usado. Você pode substituí-lo por “PS/2 Mouse” ou “Serial Mouse”, no caso de um mouse serial. Nas versões do Kurumin que usam o Kernel 2.6 (a partir do 4.0), a opção para mouses USB funciona também com mouses PS/2 e touchpad, de forma que normalmente você só precisará alterar esta opção caso use um antigo mouse serial.
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O restante da configuração, como a sensibilidade do cursor, comportamento da roda, intervalo do clique duplo entre outras opções é feita no Painel de Controle do KDE, na seção Periféricos > Mouse.
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Alguns mouses PS/2 utilizam uma taxa de leitura diferente da padrão e, por isso, o cursor fica muito “leve” e difícil de controlar. Nos casos em que alterar a aceleração e sensibilidade do mouse através do painel de controle do KDE não resolver, você pode corrigir o problema alterando diretamente a configuração do X.

Procure a seção referente a seu mouse dentro do arquivo “/etc/X11/xorg.conf” e adicione a linha Option “Resolution” “800”, como em:

Section “InputDevice”
Identifier “PS/2 Mouse”
Driver “mouse”
Option “Protocol” “IMPS/2”
Option “ZAxisMapping” “4 5”
Option “Device” “/dev/input/mice”
Option “Emulate3Buttons” “true”
Option “Emulate3Timeout” “70”
Option “Resolution” “800”
Option “SendCoreEvents” “true”
EndSection

Reinicie o X (pressionando Ctrl+Alt+Backspace) para que a alteração entre em vigor. Em geral esta configuração funciona melhor combinada com um valor baixo para a opção “Aceleração do ponteiro” (uso geralmente “1,2x” neste caso) e “0”, na opção “Limite do Ponteiro”.
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O Centro de Controle do KDE inclui também opções para os touchpads dos notebooks, em “Periféricos > Touch Pad”.

Ele inclui opções para ajustar a sensibilidade, configurar o taping (os toques no touchpad que equivalem a cliques nos botões), opção para desligar o touchpad enquanto está digitando, configurar as opções de scroll usando as bordas do touchpad e outras. Você pode também ativar a opção “Dock in the system tray”, que ativa um miniutilitário que fica residente ao lado do relógio, permitindo ativar e desativar o touchpad, conforme for conveniente.
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Em casos específicos, onde o mouse não funcione corretamente, você pode substituir o “Option “Protocol” “auto” por “Option “Protocol” “IMPS/2”, que é o protocolo padrão para mouses de três botões, com roda, ou “Option “Protocol” “PS/2”, que é o protocolo para mouses PS/2 antigos, sem roda. Neste caso, a seção dentro do arquivo referente ao mouse ficaria:

Section “InputDevice
Identifier “USB Mouse”
Driver “mouse”
Option “Protocol” “IMPS/2”
Option “ZAxisMapping” “4 5”
Option “Device” “/dev/input/mice”
Option “Emulate3Buttons” “true”
Option “Emulate3Timeout” “70”
Option “SendCoreEvents” “true”
EndSection

Existem ainda algumas configurações mais “exóticas”, para mouses com mais botões, que não são corretamente detectados pelo sistema.

No caso de mouses com 5 botões, com uma ou duas rodas, o protocolo usado muda para “ExplorerPS/2 e você precisa especificar a configuração dos botões extras. Para um mouse com 5 botões e uma roda, a seção fica:

Section “InputDevice”
Identifier “USB Mouse”
Driver “mouse”
Option “Protocol” “ExplorerPS/2”
Option “ZAxisMapping” “4 5”
Option “Buttons” “7”
Option “Device” “/dev/input/mice”
EndSection

Se a função dos dois botões extra e da roda ficarem trocadas, substitua a linha “Option “ZAxisMapping” “4 5” por “Option “ZAxisMapping” “6 7”.

No caso dos mouses com duas rodas, a configuração fica:

Section “InputDevice”
Identifier “USB Mouse”
Driver “mouse”
Option “Protocol” “ExplorerPS/2”
Option “ZAxisMapping” “6 7 8 9”
Option “Buttons” “9”
Option “Device” “/dev/input/mice”
EndSection

As versões atuais do Firefox e outros aplicativos atribuem funções para os botões extras automaticamente. Os dois botões laterais assumem as funções dos botões para avançar e voltar no Firefox, por exemplo.

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