Fechando a nova imagem

Depois de fazer a primeira rodada de alterações, é hora de fechar a nova imagem e testar. Evite fazer muitas modificações de uma vez, pois assim fica mais difícil de detectar a origem dos problemas. O ideal é fazer algumas
alterações, fechar uma nova imagem, testar, fazer mais algumas alterações, fechar outro, e assim por diante. Salve as imagens anteriores, elas podem ser usadas como pontos de recuperação. Com elas, você pode recuperar o sistema a partir de qualquer ponto,
caso aconteça qualquer problema estranho que não consiga resolver sozinho.

Caso, mais adiante, você faça alguma alteração que quebre o sistema, basta dar boot com o último CD gerado, deletar o conteúdo da pasta “/knxsource/KNOPPIX” e extrair a imagem novamente. Você terá seu sistema de volta da forma como estava quando gravou o
CD.

Para fazer os testes, você tem duas opções: gravar os CDs e dar boot num segundo micro ou usar uma máquina virtual, configurada para usar o arquivo .iso gerado como CD-ROM (a melhor opção se você tem apenas um PC). Evite gravar as imagens em CD-RW para
testar, pois eles apresentam muitos erros de leitura, que podem levar a problemas estranhos no sistema, causados por falta de arquivos. Eles podem fazer você perder muito tempo procurando por problemas que na verdade são causados pela mídia. Use CD-R
normais, ou use diretamente os arquivos .iso dentro da VM.

Ao fechar as imagens, comece limpando o cache de pacotes do apt-get dentro do chroot. O apt conserva uma cópia de todos os pacotes baixados, o que desperdiça bastante espaço.

# apt-get clean

Você pode também deletar a base de dados dos pacotes disponíveis (que é gerada ao rodar o “apt-get update”), reduzindo o tamanho da imagem final em quase 10 MB:

# rm -f /var/lib/apt/lists/*

(não delete a pasta “/var/lib/apt/lists/partial”, apenas os arquivos)

Outro comando útil, que ajuda a liberar espaço é o “deborphan”, que lista bibliotecas órfãs, que não são necessárias para nenhum programa instalado. Elas vão surgindo conforme você instala e remove programas.

# deborphan

Os pacotes listados por ele podem ser removidos com segurança usando o “apt-get remove”.

Delete também o histórico de comandos do root, que contém os comandos que você executou durante o processo de personalização; não existe necessidade de divulgá-los ao mundo. Aproveite para eliminar também o diretório .rr_moved:

# rm -f /home/root/.bash_history
# rm -rf /.rr_moved

Finalmente chegou hora de dar adeus ao chroot e gerar a nova imagem. Comece desmontando o “/dev/pts”, o “/sys” e o diretório “/proc” que montamos no início do processo, caso contrário todo o conteúdo da memória e do diretório /dev será incluído na imagem,
gerando um arquivo gigante:

# umount /dev/pts
# umount /sys
# umount /proc

Agora pressione CTRL+D para sair do chroot.

O próximo passo é gerar o novo arquivo compactado. Esta etapa demora um pouco já que o sistema precisa compactar todo o diretório knxsource.

Antes de tentar gerar a imagem, use o comando free para verificar se a memória swap está ativada. Se necessário, formate novamente a partição swap e reative-a com os comandos “mkswap /dev/hda2” e “swapon /dev/hda2”, substituindo o “hda2”
pela partição correta.

Depois de tudo verificado, o comando para gerar a imagem é:

# mkisofs -R -V “Meu_CD” -hide-rr-moved -pad /mnt/hda6/knxsource/KNOPPIX
| /usr/bin/create_compressed_fs – 65536 > /mnt/hda6/knxmaster/KNOPPIX/KNOPPIX

(As duas linhas formam um único comando)

Ele é um pouco longo mesmo, dado o número de parâmetros necessários. Aqui vai uma explicação mais detalhada da função de cada um:

mkisofs: Este é o programa usado para gerar imagens ISO no Linux. Ele é utilizado originalmente por programas de gravação de CD. Graças aos parâmetros extras, ele é “adaptado” para gerar a imagem compactada do sistema.

-R: Ativa as extensões Rock-Ridge, que adicionam suporte a nomes longos no Linux.

-V “Kurumin”: O nome do volume. Você pode substituir o “Kurumin” por qualquer outro nome.

-hide-rr-moved: Esconde o diretório RR_MOVED caso encontrado. Apenas uma precaução.

-pad: Para prevenir problemas de leitura, o tamanho total da imagem deve ser sempre um múltiplo de 32 KB. Este parâmetro verifica isso e adiciona alguns bits zero no final da imagem para completar os últimos 32 KB, caso necessário.

/mnt/hda6/knxsource/KNOPPIX: Este é o diretório fonte, onde está a imagem descompactada do sistema. Não se esqueça de substituir o “hda6” pela partição correta.

| /usr/bin/create_compressed_fs – 65536: Este é o grande truque. O pipe direciona toda a saída do comando para o programa “create_compressed_fs” (incluído no sistema), que se encarrega de compactar os dados. Note que por causa do uso
deste comando, você só poderá gerar a imagem compactada a partir do Kurumin ou outra distribuição baseada no Knoppix, de preferência uma instalação do próprio sistema que está remasterizando. Você não conseguirá fazer a partir do Mandriva (por exemplo),
pois ele não inclui o executável citado aqui.

> /mnt/hda6/knxmaster/KNOPPIX/KNOPPIX: O redirecionamento (>) faz com que o fluxo de dados gerado pelos comandos anteriores seja salvo no arquivo que especificamos aqui, gerando a imagem compactada do sistema, que será usada no novo
arquivo .iso.

Depois de gerar a imagem você notará que o seu micro ficará um pouco lento, pois o processo consome toda a memória RAM disponível. Isso é normal, mova um pouco o mouse e clique nas janelas que ele logo volta ao normal.

Com a nova imagem compactada gerada, falta agora apenas fechar o .iso do CD, usando os arquivos da pasta knxmaster. Este comando é usado nas versões recentes, que utilizam o Kernel 2.6:

# cd /mnt/hda6/knxmaster

# mkisofs -pad -l -r -J -v -V “Kurumin” -no-emul-boot -boot-load-size 4
-boot-info-table -b boot/isolinux/isolinux.bin -c boot/isolinux/boot.cat
-hide-rr-moved -o /mnt/hda6/kurumin.iso /mnt/hda6/knxmaster

No final será gerado o arquivo “kurumin.iso” dentro da pasta “/mnt/hda6”. Você pode alterar o nome do arquivo destino de acordo com a necessidade.

O comando gera um CD bootável usando o isolinux, um sistema de boot que tem uma função similar à do lilo e grub, mas é otimizado para uso em CD-ROMs. Os arquivos vão dentro da pasta “boot/isolinux” no raiz do CD. O comando indica o caminho para o
executável do isolinux, que será incluído no CD (boot/isolinux/isolinux.bin).

As versões antigas, com o Kernel 2.4, usavam uma imagem de um disquete de 1.44 como sistema de boot. Este é o sistema mais compatível com placas antigas, mas tem uma séria limitação: o sistema de boot precisa ter menos que 1.44 MB, a capacidade do
disquete. Com todas as novidades e melhorias, o Kernel 2.6 ficou muito maior, tornando quase impossível criar um sistema de boot funcional em apenas 1.44 MB.

Caso você precise remasterizar uma versão antiga, ainda com o Kernel 2.4, os passos e comandos para remasterizar são os mesmos, mas o comando para fechar o ISO fica:

# mkisofs -pad -l -r -J -v -V “Meu_CD” -b KNOPPIX/boot.img -c
KNOPPIX/boot.cat -hide-rr-moved -o /mnt/hda6/kurumin.iso /mnt/hda6/knxmaster

Ao remasterizar o Kanotix, ou outra distribuição live-CD que utilize o grub como gerenciador de boot, o comando fica:

# mkisofs -pad -l -r -J -v -V “Kanotix” -b boot/grub/iso9660_stage1_5 -c
boot.cat -no-emul-boot -boot-load-size 4 -boot-info-table -hide -rr -moved
-o /mnt/hda6/kanotix.iso /mnt/hda6/knxmaster

Existem duas variáveis dentro do script de instalação (o arquivo “/usr/local/bin/kurumin-install”), que devem ser alteradas de acordo com o tamanho do sistema. Você pode verificar isso a partir do próprio Konqueror, ou usando o comando “du -sh”, como
em:

$ du -sh /mnt/hda6/knxsource/

Logo no começo do script, você encontra a função responsável pela barra de progresso exibida durante a cópia dos arquivos. Altere o valor de acordo com o tamanho do sistema informado pelo du:

progressbar()
{
{
TOTAL=1300

Um pouco mais abaixo, pela variável que determina o espaço mínimo necessário para fazer a instalação do sistema. O script aborta a instalação caso a partição destino seja menor que o valor especificado aqui:

FSMIN=1300

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