O Celeron M foi durante muito tempo o processador mobile mais vendido da Intel, usado em uma infinidade de notebooks de baixo custo. Embora todo o marketing fosse concentrado em torno da plataforma Centrino, os notebooks baseados no Celeron M acabavam sendo vendidos em maior número, já que eram mais baratos.
Celeron M 350, baseado no core Dothan-1024
Como de praxe, o Celeron M possuía metade do cache do Pentium M. No caso do Celeron com core Dothan, por exemplo, temos 1 MB contra 2 MB do Pentium M. Isto não chega a ser uma desvantagem tão grande, já que reduz o desempenho em apenas 10%, em média. A principal fraqueza do Celeron M reside na falta de gerenciamento avançado de energia. Ao contrário do Pentium M, ele trabalha sempre na frequência máxima, sem a opção de usar o speedstep, o que significa mais consumo e uma menor autonomia das baterias, sobretudo ao rodar aplicativos leves, situação onde a diferença de consumo entre o Celeron e outros processadores (com suporte a sistemas de gerenciamento de energia) é maior.
Muitos aplicativos que permitem ajustar a frequência do processador oferecem a opção de reduzir o clock do Celeron, assim como em outros processadores, como é o caso do cpufreq, no Linux. Você pode forçar a redução de clock usando o comando “cpufreq-set”, como em:
(que força o processador a trabalhar a 175 MHz)
O comando é executado sem erros e usando o comando “cpufreq-info” ele realmente informa que o processador está trabalhando a 175 MHz. Entretanto, esta informação é irreal. Na verdade o que acontece é que o processador continua funcionando na frequência máxima, porém inclui ciclos de espera entre os ciclos usados para processar instruções. Ou seja, no Celeron M, o que o comando faz é simplesmente limitar artificialmente o desempenho do processador, sem com isto reduzir de forma substancial o consumo. Ao forçar uma frequência baixa, como no exemplo, o notebook vai ficar extremamente lento, mas vai continuar esquentando quase que da mesma maneira e a carga da bateria durando praticamente o mesmo tempo.
Você pode comprovar isso verificando o consumo do notebook com o processador na frequência normal e com a frequência reduzida. Para isso, desligue o note da tomada (para que seja usada a carga das baterias) e use o comando:
Naturalmente, o consumo e a dissipação térmica do processador oscilam de acordo com o uso. O TDP do Celeron com core Dothan é de 21 watts, o que é um número aproximado, divulgado pela Intel para toda a plataforma, independentemente do clock. Na prática, o consumo do Celeron M de 1.5 GHz fica entre 12 e 15 watts, de acordo com a tarefa. Em comparação, um Pentium M, quando ocioso, chega a consumir próximo de 6 watts, embora o consumo de ambos em aplicações pesadas seja similar.
O Celeron M foi usado quase que exclusivamente em notebooks de baixo custo, concorrendo com o Sempron e os modelos single-core do Turion. De uma forma geral, o Celeron M perde para um Turion, ou mesmo para um Sempron do mesmo clock em praticamente todos os quesitos, incluindo desempenho e o consumo elétrico, já que, embora o Sempron e o Turion trabalhem com um TDP um pouco mais alto, eles operam em modo de baixo consumo na maior parte do tempo (graças ao PowerNow), enquanto o Celeron opera na frequência máxima o tempo todo.
Tenha em mente que o consumo do Celeron M aumenta juntamente com a frequência de operação, resultando em um notebook mais quente (e/ou mais barulhento) e com uma menor autonomia de baterias, diferente de outros processadores mobile, onde o notebook esquenta mais apenas quando é realmente exigido. Um notebook com um Celeron M de 2.0 GHz só era mais vantajoso que um notebook com um de 1.6 GHz (por exemplo) se você realmente fosse utilizar a maior potência do processador.
A única defesa para os notebooks baseados no Celeron M era o fato da maioria ser baseada em chipsets Intel, que oferecem uma qualidade satisfatória e uma boa compatibilidade geral, sobretudo para quem usa Linux. A maioria dos notebooks com processadores AMD da época utilizavam chipsets VIA e SiS, que eram mais problemáticos.
O chipset é tão importante quanto o processador, sobretudo em um notebook onde você não tem a possibilidade de substituir a placa mãe, como faria em um desktop. Isso fazia com que, em muitos casos, um notebook baseado no Celeron fosse ser uma melhor opção de compra, devido ao “conjunto da obra”, embora o processador fosse fraco.
As primeiras versões do Celeron eram baseadas no “Banias-512” que, como o nome sugere, é uma versão do Pentium M com core Banias com metade do cache L2. Esta série inicial engloba o Celeron M 310 (1.2 GHz, 512 KB, 24.5W), 320 (1.3 GHz, 512 KB, 24.5W), 330 (1.4 GHz, 512 KB, 24.5W) e 340 (1.5 GHz, 512 KB, 24.5W).
A série seguinte foi baseada no “Dothan-1024“, novamente uma versão do Pentium M com metade do cache. Ela inclui o Celeron M 350 (1.3 GHz, 1 MB, 21W), 360 (1.4 GHz, 1 MB, 21W), 360J (1.4 GHz, 1 MB, 21W), 370 (1.5 GHz, 1 MB, 21W), 380 (1.6 GHZ, 1 MB, 21W) e 390 (1.7 GHz, 1 MB, 21W).
Todos estes modelos utilizam placas soquete 479 e suportam apenas instruções MMX, SSE e SSE2, sem suporte a SSE3. Os modelos 360J, 370, 380, 390 suportam XD bit (o recurso de segurança, que protege áreas de memória, dificultando a ação dos vírus). Todos os modelos utilizam também bus de 400 MHz.
Em seguida temos os modelos mais atuais, baseados no Yonah e no Meron. Ao contrário do Pentium M, os Celerons baseados em ambas as séries são single-core e possuem apenas 1 MB de cache L2. Os núcleos são chamados respectivamente de “Yonah-1024” e “Meron-1024”.
A série baseada no Yonah-1024 inclui o Celeron M 410 (1.46 GHz, 1 MB, 27W), 420 (1.6 GHz, 1 MB, 27W), 430 (1.73 GHz, 1 MB, 27W), 440 (1.86 GHz, 1 MB, 27W) e 450 (2.0 GHz, 1 MB, 27W).
A série baseada no Meron-1024 inclui o Celeron M 520 (1.6 GHz, 1 MB, 30W) e 530 (1.73 GHz, 1 MB, 30W). Existe ainda a série baseada no “Meron-L”, uma versão de baixo consumo do Meron-1024 que inclui o Celeron 520 (1.6 GHz, 1 MB, 26W), 540 (1.86 GHz, 1 MB, 30W), 550 (2.0 GHz, 1 MB, 30W), 560 (2.13 GHz, 1 MB, 27W) e 570 (2.26 GHz, 1 MB, 27W).
Todos estes modelos utilizam o soquete M e bus de 533 MHz; a exceção fica por conta dos Celerons 540, 550, 560 e 570, que utilizam o soquete P. Todos eles oferecem suporte também ao SSE3 e ao XD bit. Eles foram seguidos pelo Celeron 900 (2.2 GHz, 1 MB, 35W), um modelo de 45 nm, baseado no core Penryn-3M.
Por serem uma espécie de “refugo” dentro da linha da Intel, vendidos quase sempre abaixo da faixa dos 60 dólares, os Celerons acabam sendo sempre os processadores a ficarem mais tempo no mercado, uma vez que os fabricantes estão interessados em economizar ao máximo e não se importam em comprar modelos antigos, desde que com desconto. Isso explica o fato de que em pleno início de 2010, é ainda possível encontrar alguns notebooks novos com estes modelos baseados no Meron, que foram lançados em 2007.
Existem também modelos dual-core do Celeron, que englobam as séries T1xxx (baseados no Merom-2M, de 65nm) e T3xxx, baseadas no Penryn-3M de 45 nm:
Celeron T1400: 1.73 GHz, 512 KB, 533 MHz, 35W
Celeron T1500: 1.86 GHz, 512 KB, 533 MHz, 35W
Celeron T1600: 1.67 GHz, 1 MB, 667 MHz, 35W
Celeron T1700: 1.83 GHz, 1 MB, 667 MHz, 35W
Celeron T3000: 1.8 GHz, 1 MB, 800 MHz, 35W
Celeron T3100: 1.9 GHz, 1 MB, 800 MHz, 35W
Celeron T3300: 2.0 GHz, 1 MB, 800 MHz, 35W
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