O Phenom II

Apesar de parecerem boas no papel, estas são melhorias incrementais, que não possuem um grande impacto sobre o desempenho. As duas grandes melhorias foram mesmo o aumento no tamanho do L3 e a possibilidade de atingir frequências de operação mais altas, especialmente entre os processadores da série Black Edition, composta pelos chips mais “saudáveis”, separados durante o processo de binning dos processadores.

O Phenom II é de 4 a 12% mais rápido que um Phenom do mesmo clock e, com um pouco de sorte, é possível conseguir de 3.5 a 3.6 GHz com estabilidade em um Phenom II (aumentando a tensão em 0.1 ou 0.15V), o que é quase 1 GHz acima do teto do Phenom, que fica entre 2.6 e 2.7 GHz (em ambos os casos com refrigeração a ar).

É possível fazer overclocks maiores usando um water cooler ou nitrogênio, mas a aplicação nesse caso é muito mais restrita, já que além do custo inicial, a durabilidade do processador em overclocks extremos acaba sendo muito baixa. É o caso de quem precisa manter o overclock por meia hora para rodar uma suíte de benchmarks e vencer algum concurso (como o www.oc-arena.com), mas não tanto para quem pretende realmente usar o PC no dia a dia.

Estas duas imagens divulgadas pela AMD ilustram bem as diferenças físicas entre o Phenom e o Phenom II. Na imagem da esquerda temos o Phenom original, com o quadrado superior indicando a área ocupada por um dos núcleos e os dois “L” inferiores indicando a área ocupada pelo cache L3 compartilhado:

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Na ilustração da direita temos um Phenom II, com seus 6 MB de cache L3, que ocupam agora quase metade da área do processador, que é composto por nada menos do que 758 milhões de transistores (contra 463 milhões do Phenom original). Apesar disso, o chip ficou um pouco menor, ocupando uma área de 258 mm², quase 13% menor que os 285 mm² do Phenom original. Comparando as duas, você pode ver por que os fabricantes investem tanto dinheiro em novas técnicas de produção: elas permitem fazer mais com menos.

Mesmo com as melhorias no cache, a AMD não foi capaz de conseguir atingir a paridade de desempenho por clock com o Core 2 Quad, que embora por uma margem muito menor, continuou sendo um pouco mais rápido clock por clock na maioria das aplicações. Entretanto, a AMD continuou oferecendo os processadores a um preço mais baixo, com os modelos do Phenom II X4 custando muitas vezes mais barato do que Core 2 Quad com frequências 300 ou 400 MHz inferiores, o que equilibrou a balança.

Com medo de que versões mais rápidas do Core 2 Quad canibalizassem as vendas do i7, a Intel limitou as frequências de lançamento dos processadores. Enquanto a AMD lançou rapidamente modelos de até 3.4 GHz do Phenom II, a Intel ficou estacionada nos 3.0 GHz do Core 2 Extreme QX6850, dando espaço para a AMD. Naturalmente, os Core i7 eram capazes de oferecer um desempenho superior, mas a combinação do processador, placa e memórias DDR3 acabava saindo caro, fazendo com que eles se situassem em outra faixa de preço.

Outro fator que ajudou foi o grande volume de tweaks incluídos no AMD Overdrive. Além das funções normais de ajuste de clocks e tensões, um recurso digno de nota é o Smart Profiles. Ele é uma espécie de versão via software do Turbo Mode do Core i7, que permite reduzir o clock de dois ou três dos núcleos (reduzindo a dissipação térmica do processador) e assim aumentar sua margem de overclock do núcleo ativo, resultando em um pequeno ganho adicional em jogos e aplicativos single-thread. Ao usá-lo, o software bipassa o agendador do Windows, fazendo com que o thread rode apenas no núcleo reservado:

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Embora seja de uso limitado (atendendo apenas a quem usa o Windows XP/Vista/7 e uma placa-mãe com chipset AMD), essas opções acabaram ajudando a reforçar a imagem da AMD entre o público entusiasta, ajudando a aumentar as vendas.

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