Componentes necessários

Se você não sabe, os componentes são recursos que podem ser inclusos nos programas. Eles sozinhos não servem para nada, não passam de um monte de código. Os programas implementam o uso dos componentes e fazem chamadas às funções e recursos dos mesmos, para que eles se tornem úteis. Na programação orientada a objetos, que vem a ser o caso do Delphi (e de muuuitos outros ambientes de programação, quase todos hoje 😉 os objetos são, numa definição para leigos, “coisas”, literalmente “objetos” que podem ser reaproveitados em outras partes do programa, ou em outros programas. O Delphi traz diversos componentes com ele (especialmente os da VCL, “Visual Component Library”, “Biblioteca de Componentes Visuais”), mas nunca uma coisa feita e finalizada uma vez é “completa”, em se tratando de linguagem de programação. Existe a possibilidade de se criar componentes personalizados (não que isso seja fácil, rs), e instalá-los no Delphi, para uso dos programas, adicionando recursos que não vinham com o Delphi, pois em programação pode-se fazer praticamente de tudo! (menos café, como diz meu pai, rs). Basicamente o Mep Texto usa alguns componentes que não vêm com o Delphi, portanto, para modificar o programa, você deverá instalá-los. Todos os componentes usados no Mep Texto Open são abertos, não necessariamente GPL, mas incluem o código fonte.

Alguns componentes requerem que determinados arquivos sejam distribuídos junto com o programa para poderem funcionar, normalmente na forma de arquivos OCX ou DLL (também chamados de “Controle Active-X”, um componente pronto que pode ser usado por outros programas em tempo de execução; por isso que muitos programas requerem determinadas bibliotecas instaladas, como as do Visual Basic, do .NET Framework, etc). Uma coisa que o Delphi tem de bom é que ele embute no executável tudo o que ele precisa (a menos que você não queira). Então você deve instalar os componentes apenas durante o desenvolvimento do programa, sem se preocupar com os usuários finais. Depois de pronto, o programa rodará em qualquer versão de Windows suportada, sem precisar de arquivos adicionais.

Forneci os componentes junto com o código fonte por questões práticas, assim tem-se num único pacote tudo o que você precisa, com as mesmas versões testadas e aplicadas por mim. Já baixei programas abertos sem que eu pudesse encontrar os componentes usados, seja porque o autor só liberava as novas versões ou porque o site saiu do ar, então sei bem como é complicado ter um projeto em mãos e não encontrar as dependências de que ele necessita.

Para começar, descompacte o arquivo com o código fonte, e então descompacte os componentes, cada um para uma pasta própria, em uma pasta fixa no seu computador. Eu normalmente crio uma pasta “Comps” dentro da pasta do Delphi, e deixo os componentes em subpastas dentro dela. Digo “pasta fixa” pois, se você mudá-la de lugar depois, deverá atualizar os caminhos das indicações das pastas no Delphi, para que ele possa achar os componentes.

Eis os componentes usados no Mep Texto Open:

  • Components – IS3.zip

São componentes do Inno Setup, um projeto de gerador de programas de instalação open source. Eu uso algumas funções dele, por isso a dependência dos componentes.

  • psvDialogs.zip

Componentes que apresentam interfaces para manipulação de janelas comuns do Windows, como “Abrir”, “Salvar”, “Propriedades de arquivo ou pasta”, “Executar”, “Desligar o computador”, etc. Quanto às janelas “Abrir” e “Salvar”, uso as fornecidas pelo Delphi, mas algumas outras vêm desse psvDialogs. São meras chamadas, é lógico que estas janelas são na verdade do próprio Windows (ou do Wine, se for o caso). O programa envia um comando ao Windows, o Windows exibe sua janela comum, e retorna um dado ao programa; a partir daí, o programa faz o que quiser com o dado retornado. Por exemplo, quando um programa usa a janela “Salvar como” padrão do Windows, o Windows não salva o arquivo. Ele apenas exibe a janela permitindo que o usuário localize um nome de arquivo, num local, e opcionalmente, faz uma pré-verificação para ver se o arquivo já existe ou não, se o nome é válido, etc. Quando o usuário clica no botão “Salvar”, o Windows devolve ao programa o caminho do arquivo, dizendo “Olha, o usuário pediu para salvar neste caminho e com este nome”, e então é o programa quem faz o salvamento propriamente dito (o salvamento, a impressão, etc., isso ficará por conta do programa).

  • SynEdit-2_0_3.zip

Motor do editor, peça fundamental, que define e controla a área de edição (onde a pessoa digita o texto). Antes eu usava um “TMemo”, da VCL do Delphi, meio compartilhado do Windows. (Não estranhe, a maioria dos componentes do Delphi começa com um “T”). O SynEdit é muito mais poderoso, possui suporte a coloração de sintaxe, não é fresco quando o arquivo é grande, inclui suporte a marcadores nas linhas, exibição dos números das linhas, vários níveis da ação desfazer/refazer, etc., ou seja, vem com bastante coisa “pronta para uso” do programa. Certamente ele tem muitos outros recursos que não são usados no Mep Texto (como auto-substituição ao digitar, por exemplo), quem sabe você implemente outras coisas 🙂

  • tb2k-2.1.5-xp.zip

Componente gerenciador das barras de ferramentas e menus. Originalmente elas ficam no estilo visual do Microsoft Office/Windows 2000. Esse componente gerencia de forma eficiente o que se propõe, facilitando a criação de MRU (lista de arquivos recentes), apresenta menus esteticamente profissionais, janelas e barras arrastáveis e de posição personalizável pelo usuário final, etc.

  • tbx-2_0.zip

Este complementa com classe o anterior, aplicando skins sobre os menus. É praticamente perfeito, deixando os menus e botões com o estilo das barras do Office 2002 ou 2003, praticamente sem reduzir o desempenho.

Se você mexe com o Delphi então já deve saber instalar os componentes, aqui vai apenas um resumo. Mas se será sua primeira experiência, relaxe, não é complicado instalá-los:

  • Components – IS3.zip

Apenas abra o arquivo “ComponentesInnoSetup3.dpk” no Delphi e clique em “compile”, depois em “install”, e então adicione o caminho da pasta no campo “Library path” do Delphi (veremos como fazer isso já, já, caso você não saiba).

  • psvDialogs.zip

Idem o anterior, abra o “psvdd7.dpk” no Delphi, clique em “compile” e em “install”, e adicione o caminho da pasta no Delphi.

  • SynEdit-2_0_3.zip

Esse possui duas pastas, “Packages” e “Source”. Adicione o caminho da pasta “Source” no Delphi, e compile e instale os pacotes “SynEdit_R7.dpk” e “SynEdit_D7.dpk” da pasta “Packages” (um por vez, nesta ordem).

  • tb2k-2.1.5-xp.zip

Similar ao SynEdit, adicione a pasta “Source” no Delphi, e depois compile e instale os componentes “tb2k_d7.dpk” e “tb2kdsgn_d7.dpk” da pasta “Packages”.

  • tbx-2_0.zip

Adicione a pasta dele no Delphi (os arquivos ficam diretamente nela, e não numa pasta “Source” neste caso), e então compile e instale os componentes “tbx_d7.dpk” e “tbxdsgn_d7.dpk” da pasta “Packages”.

Nota: se você tem alguma outra versão de um destes componentes instalada, não é bom se arriscar, a menos que você conheça profundamente cada um deles e já tenha intimidade com o Delphi, para saber como corrigir erros depois. O que eu sugiro neste caso é criar uma nova conta de usuário no seu Windows (supondo que seja o 2000/XP ou superior) e abrir o Delphi por ela, visto que no Delphi 7 os componentes são separados para cada usuário. Se você não sabe do que estou falando, então não se preocupe com isso, pois provavelmente você não terá outras versões desses componentes.

Se você não lembra ou nunca instalou componentes, vamos lá. Primeiro, devemos adicionar a pasta da fonte dos arquivos, onde ficarão os arquivos compilados. É semelhante à variável de ambiente “path” dos sistemas operacionais, devemos indicar ao Delphi as pastas onde ele pode encontrar o código-fonte e as “peças” compiladas dos componentes a serem usados. Sem fazer isso, ao tentar compilar um programa que use um determinado componente não localizado, você receberá uma mensagem de erro, e o programa não será compilado. Para alguns componentes a pasta pode ser adicionada no Delphi depois da instalação, mas em outros ele simplesmente não consegue compilar se não achar a pasta, então é bom adicioná-la antes de compilar.

Para adicionar as pastas dos arquivos no Delphi, faça isso: clique no menu “Tools > Environment Options…” do Delphi, e vá para a aba “Library”. No primeiro campo dela (“Library path”), clique no botão com as reticências ao lado:
index_html_7b6937b7
E então digite ou cole o caminho de cada pasta no campo do nome, e clique em “Add” (nunca em “Replace”, a menos que esteja substituindo uma versão anterior do mesmo componente!). Veja:
mg-a23cf1e4
Faça isso para cada componente, pode ser adicionando a pasta e compilando ele, depois o outro, etc. Cuidado: inclua a pasta certa, em alguns componentes é a pasta “source” que fica dentro da pasta dele, em outros é a própria pasta dos arquivos do componente; isso varia de componente para componente, pois cada programador faz do seu jeito… Veja a listagem dos componentes usados anteriormente neste texto, para não se confundir.

Adicionadas as pastas, é necessário compilar os componentes. O Delphi não gerará “programas” com base no código fonte dos componentes, ele gerará “pedaços” que poderão ser usados depois. Normalmente os arquivos compilados do Delphi têm a extensão “.dcu” (de “Delphi Compiled Unit”, “Unit Compilada do Delphi”). “Unit” neste caso é cada um dos arquivos de extensão “.pas”, que são arquivos de texto com o código fonte, e podem ser editados em praticamente qualquer editor de textos puro.

Para compilar… Existem algumas formas diferentes de instalar os componentes no Delphi. Para facilitar, distribuí todos eles com o pacote pronto, o arquivo de extensão “.dpk” (de Delphi Package). Eles devem ser abertos no Delphi (de preferência, na ordem recomendada mais acima, na listagem) e compilados um por um. Para compilá-los, basta clicar em “Compile” e depois em “Install”, na telinha que se abre logo ao carregá-los:
index_html_4b97b9fc
Você só precisa fazer isso na primeira vez, depois basta abrir o código do programa em si e mandar ver. Se o Delphi perguntar se você quer salvar o arquivo, fica a seu critério; se você não alterar indevidamente o código dos componentes, não haverá problema nenhum em salvá-los. Após instalar todos os componentes é bom clicar em “File > Close all”, no Delphi, para fechar as janelas dele e deixá-lo livre para abrir o projeto do programa em si.

Com os componentes devidamente instalados, basta abrir o “MepTexto.dpr” da pasta do código fonte. Se tudo estiver OK, você já pode sair adicionando ou removendo coisas, personalizando, etc.

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