Opções de acesso: ADSL, ADSL2+, cabo, BPL e outros

Opções de acesso: ADSL, ADSL2+, cabo, BPL e outros
Na Internet, os principais roteadores são interligados através de links de fibra óptica, controlados por carriers, como a Cogent e a Savvis. Embora os links de fibra óptica sejam caros (imagine quanto custa para estender um cabo transatlântico de Miami até São Paulo, por exemplo), eles oferecem um largura de banda fabulosa, já que os backbones são compostos por um enorme número de cabos de fibra e cada um pode oferecer 40 gigabits de banda ou mais, de acordo com o sistema de transmissão usado. Outras formas de conexão, como os links via satélite, acabam sendo muito mais caras, já que embora o custo inicial seja mais baixo, a banda é mais estreita, fazendo com que o custo por megabyte seja muito maior.

O grande problema é que os links de fibra óptica são muito caros, de forma que eles são viáveis para interligar grandes roteadores, datacenters e provedores de acesso, mas não para levar a conexão até os assinantes individuais.

Empresas de telefonia e grandes provedores de acesso assumem então a função de atravessadores, locando os links de fibra óptica (ou criando suas próprias redes de interconexão) e revendendo a banda a empresas menores e aos assinantes individuais através de diferentes modalidades de acesso. Surge então o problema da “última milha” que é justamente como levar o sinal dos roteadores da operadora, ou do provedor de acesso (onde estão ligados os links de fibra óptica) até o usuário final, que é solucionado através das diferentes opções de acesso à web.

Tudo começou com os modems discados, que utilizam o sistema telefônico comutado para transmitir dados. Foram eles que possibilitaram a explosão do acesso à Internet a partir de 1995, quando os links dedicados tinham custos proibitivos e as outras opções de acesso ainda estavam engatinhando.

Os primeiros modems domésticos (usados durante a década de 70) transmitiam a apenas 110 bps, mas eles gradualmente evoluíram até os modems V.34+, que transmitem a 33.6 kbps.

Durante muito tempo, acreditou-se que este seria o limite final dos modems discados, devido à forma como trabalha o sistema telefônico comutado. Todas as chamadas de voz (incluindo aí as conexões via modem) são transmitidas de forma analógica apenas da sua casa até a central telefônica. Chegando na central, o sinal é digitalizado e transmitido através de um canal dedicado de 64 kbits. Este seria o limite fundamental para qualquer modem discado, já que ele não pode transmitir mais rápido do que o link digital entre as centrais permite. A questão é como chegar o mais perto possível dele.

Usando dois modems discados, um de cada lado da conexão, o sinal passa por duas conversões: uma analógico/digital (ao chegar na central do seu bairro) e mais uma, digital/analógica (ao chegar na central usada pelo modem do outro lado da conexão). A conversão digital/analógico do outro lado não é um grande problema, mas a conversão analógico/digital feito pela central inicial atenua bastante o sinal, reduzindo a velocidade prática da conexão aos 33.6 kbits oferecidos pelo padrão V.34+:

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O padrão V.90 conseguiu derrubar esta limitação eliminando a conversão analógico/digital no sentido provedor > usuário, fazendo com que os provedores de acesso fossem conectados ao sistema telefônico via ISDN, frame relay ou outro sistema digital. A velocidade de download passou então a ser de 56k (na prática 53k, devido a limitações impostas pelos órgãos regulatórios). Entretanto, a velocidade de upload continuou sendo de 33.6, sem avanços com relação ao protocolo anterior.

Em 1999 surgiu o padrão V.92 que, através de uma otimização cuidadosa do protocolo, conseguiu aumentar a taxa de upload para 48k, apesar da conversão analógico/digital no sentido usuário > provedor. Ele trouxe também avanços como o quick connect (que reduziu o tempo necessário para efetuar a conexão) e o modem on hold, que permitia congelar a conexão, de forma a atender uma chamada telefônica e depois restaurar a conexão. Apesar disso, a taxa de download continuou sendo de 56k.

O acesso via modem é ainda uma modalidade de conexão muito usada, já que é possivelmente a única modalidade de conexão que não tem um custo fixo, ou seja, você usa a linha telefônica que já tem e paga apenas os pulsos referentes ao tempo que ficar conectado, muitas vezes discando para um provedor gratuito. Ele tem também a vantagem de estar disponível em muitas áreas distantes, onde o acesso via ADSL ou cabo ainda não está disponível.

Os dois problemas fundamentais com os modems é que a conexão é muito lenta e o custo dos pulsos torna o acesso muito caro para quem fica muitas horas conectado. Isso tem feito com que ele perca espaço rapidamente para as conexões de banda larga.

A primeira alternativa ao acesso discado foi o ISDN. Nele o modem instalado na sua casa cria um link digital com a central (na verdade um sinal digital transmitido dentro de um portador analógico), eliminando a conversão e permitindo aproveitar os 64k reservados para a chamada de voz.

Para tornar o serviço mais atrativo, as operadoras instalam duas linhas, de forma que você pode usar uma para conectar e outra para receber chamadas de voz, ou usar as duas simultaneamente para se conectar a 128k. O grande problema do ISDN é o custo: além do custo do modem e das taxas para habilitar o serviço, você continua pagando pulsos (em dobro se resolver conectar a 128k), o que explica por que o ISDN sempre foi tão pouco usado no Brasil.

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