Conceitos iniciais ou antes de modelar

Nosso mundo é extremamente complexo, disso todos sabemos e para torná-lo compreensível criamos ferramentas de simplificação, de modo a converter realidades infinitas em contextos reduzidos a poucas palavras.

Uma forma interessante de se iniciar um indivíduo que desconhece a arte da modelagem 3D é depará-lo com os conceitos de sistema analógico e sistema digital.

Você já se perguntou qual a diferença de um e de outro?

Segundo TOCCI et al. (2007 p. 2), um sistema analógico contém dispositivos que manipulam quantidades físicas que são representadas na forma analógica. Em sistemas analógicos, as quantidades físicas podem variar ao longo de uma faixa contínua de valores.

O que significa isso? Bem, imagine que você tem um aparelho de som mais antigo, daqueles que o controle de volume é um botão giratório. O valor do botão compreende um limite de 0 até 10. Ao girar o botão o volume vai aumentando continuamente, com uma precisão infinita.

Assim, você para em algum lugar entre 3 e 4.

Ao posicionar o marcador do volume entre 3 e 4, o valor setado foi de 3,31093476… e lá vai pedrada, ou seja, uma precisão infinita.

O nosso mundo, a exemplo do volume do aparelho de som é analógico. Nós lidamos diariamente com volumes incalculáveis de informação. Se precisassemos informar ou saber constantemente o valor preciso do que estamos fazendo ou lidando, certamente estaríamos perdidos e o que conhecemos por civilização dificilmente seria viabilizado.

Felizmente, para a maioria dos seres que aumentam o volume, o que se vê é: algo entre o 3 e o 4. É aí que entra o que conhecemos por sistemas digitais.

Novamente segundo TOCCI et al. (2007 p. 3), um sistema digital é uma combinação de dispositivos projetados para manipular informação lógica ou em quantidades físicas que são representadas no formato digital; ou seja, as quantidades podem assumir apenas valores discretos.

Por valores discretos, podemos entender, no caso do volume, de 1 em 1, ou, de 0,5 em 0,5 por exemplo. o final das contas, é uma simplificação de uma realidade infinitamente complexa.

Se você, ao invés de aumentar o volume em um aparelho analógico o fizesse em um digital, só poderia trabalhar com valores de 1 em 1.

Dessa forma, as coisas ficam mais simples, acessíveis e controláveis.

Esse conceito de simplificação é muito importante, para aqueles que desejam se aventurar na computação gráfica 3- D. Isso por que diariamente somos bombardeados por informações de todos os lados, não apenas pela TV, internet e afins, mas pela própria natureza e demais processos analógicos que recebemos pelo sentidos humanos.

A imagem acima ilustra, grosso modo, o processo criativo de um indivíduo que pretende trabalhar com modelagem 3-D.

Num primeiro momento ele recebe uma conturbada dose de informação do mundo real, filtra e simplifica essa informação para aquilo que vive e precisa criando representações pessoais e simbólicas do mundo para em seguida, simplificar ainda mais o processo ao modelar algum objeto ou cena em 3-D.

Para exemplificar, imaginemos que um indivíduo pretenda modelar alguma coisa em três dimensões.

Num primeiro momento, ele tem a motivação inicial de modelar e dentre as muitas possibilidades, talvez levado por boas experiências passadas, decide modelar alguns livros.

Lançando mão do cubo, um elemento 3-D primitivo e alguns poucos comandos, ele consegue reproduzir uma cena que lembra muito a referência inicial.

Essencialmente, a regra para quem está começando é:

Simplifique aquilo que você .

Ao observar qualquer elemento em seu dia-a-dia, procure reduzi-lo em objetos sólidos simples, como a caixa de presente acima.

Depois de um tempo a mente fica treinada e essa atividade pode se converter em um delicioso vício intelectual.

Quanto maior o nível de simplificação, maior será a chance, de num futuro próximo, você executar a modelagem do objeto observado. Leia mais e entenda o porquê.

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