Aprenda a ser chato (quanto mais chato, melhor!)

Parece insensatez minha mas não é, quanto mais chato você for melhor será o resultado do seu trabalho.

Mas Razgriz… é possível ser chato sem incomodar os outros?

Bem meu caro aprendiz, essa resposta tem dois caminhos… pois se eu disser que sim estarei dizendo uma meia verdade pois muitos poderão ficar irritados com o resultado do seu trabalho, inclusive você mesmo se não tomar cuidado.

Mas ainda sim Razgriz… defina chato.

Chato meu aprendiz é isto:

arden

Ficar pequeno e ir parar encima do capô do próprio retirando ainda de ambos os pólos o pequeno ponto branco presente em uma das rodas com margem de erro próxima senão a zero.

O primeiro passo é buscar dentro da nossa biblioteca mental o que nós aprendemos sobre construções aditivas e subtrativas (página anterior) para em seguida aplicarmos isso na forma de trabalho conceitual, primeiro, duplique a camada base e redimensione a resultante de maneira proporcional a original até que a camada que sofre a ação tenha o seu objeto principal sobre o capô do primeiro automóvel, depois aplique sobre a camada redimensionada o efeito de camada “Somente Escurecer” e em seguida, duplique essa mesma camada, desta vez aplicando o efeito de camada “Somente Clarear”. É agora que começa a ficar realmente chato, crie um novo pincel ou edite um pré existente de maneira que o mesmo vire literalmente um vassalo seu podendo inclusive ser transformado em apenas um ponto pixel caso necessário.

Apenas para relembrar: para se criar um novo pincel basta clicar sobre o ícone representado por uma folha de papel em branco com um asterisco, e para se editar um pincel pré existente basta clicar sobre o ícone representado por um a folha de papel com um lápis sobre ela, ambos os ícones citados estão localizados na aba/janela de pincéis como mostra a imagem abaixo:

remembrar

Como se pode notar, a imagem acima também traz a nossa já conhecida interface de edição de pinceis, note como o raio de ação do pincel foi drasticamente alterado em favor de que a ferramenta borracha pudesse atingir o grau máximo de eficiência nas partes por menores da imagem.

Pensando nisso, vamos analisar a imagem abaixo (full view obrigatório):

29rover

Muito bem, como se pode notar existem diversas pequenas imperfeições aparentemente difíceis de serem eliminadas na miniatura posta sobre o capô do veiculo grande, ao lado se vê a aba de camadas ativa na interface principal do Gimp, o motivo de termos três abas é para realçar melhor certos pontos do objeto menor que ficaram prejudicados durante a primeira ação da ferramenta borracha, sendo que as duas primeiras camadas sofreram a ação do efeito de camada “Somente Escurecer”, e a terceira camada se destina ao efeito de camada aditivo denominado “Somente Clarear”. A imagem abaixo mostra um exemplo clássico de edição de pincel enquanto se apaga trechos indesejados de uma camada, note que quando se amplia a imagem, o mapa de bytes se torna muito mais evidente, facilitando a distinção dos pixels aproveitáveis dos descartáveis:

exst1

Repare também como o pincel deve ter o seu ângulo alterado em conjunto com a sua proporção para que o mesmo possa atingir espaços diminutos.

verraid

Note que na imagem acima o pincel foi ajustado para o ângulo de 90 graus afim de apenas a parte indesejada da imagem fosse apagada preservando o para choque do veiculo.

tbo

Você pode achar que o objeto menor já está perfeito mas não está, ainda existem imperfeições ocultas dentro da camada, uma boa dica é a mancha negra na “grade da escada”, se prestar bastante atenção vai perceber onde está o problema mais visível de todos que apesar disso pode ser considerado o menor e mais simples de ser resolvido, mas vamos deixá-lo para o final e nos concentrar na mancha negra.

portcf

Aqui podemos notar com mais clareza a “mancha” mencionada anteriormente, pois é o que uma imagem meticulosamente ampliada não revela não é =]?

refc

A imagem acima trás também uma frase muito válida: um mínimo raio atribuído a um pincel pode mover montanhas, digo manchas =]

Muito bem, agora como remover o grande pequeno problema? Primeiro vamos identifica-lo melhor para facilitar a vida de quem não o encontrou: É o ponto branco perto das rodas dos dois automóveis!=]

Para extirpar o problema com perfeição, basta ampliar o tamanho da imagem até 500% e fazer uso do mesmo pincel mínimo anterior, em simbiose com a ferramenta carimbo =].

Repare que para remover o problema da imagem original, podemos trabalhar diretamente sobre a camada base. note que a ação da referida ferramenta se dá apenas nas áreas teoricamente compatíveis umas com as outras.

carimbusd

carib2

O mesmo se fez com o objeto menor em suas múltiplas camadas. O uso da ferramenta bandeie não é recomendado pois ela apenas torna a areá afetada, congruente com a copiada, e não a substitui por pixels copiados como faz a ferramenta “carimbo”.

E assim, é por este motivo que vale mesmo apena ser chato :

arden_range_rover_sportrazgriz

É isso ai, espero que você tenha ao menos assimilado o meu conceito sobre paciência e persistência, afim de que o seu trabalho se destaque cada vez mais.

Confira a terceira parte do tutorial em: https://www.hardware.com.br/tutoriais/gimp3/

Guilherme Razgriz é diretor de arte desde 2003 o mesmo utiliza apenas ferramentas livres em suas tarefas diárias, seja na criação de uma complexa peça como uma empena com tipografia exótica ou ainda redigindo um simples documento interno. Participante ativo de diversos projetos da comunidade Razgriz é autor de vastíssima documentação especializada em direção de arte com software livre sendo hoje o blog “El Diablo Criativo*(http://razgrizbox.wordpress.com)” a fonte mais vasta em documentação avançada que se pode encontrar em português na web sobre o segmento. Razgriz também ministra desde 2005 palestras e mini cursos sobre computação gráfica e direção de arte com software livre, afim de que a própria comunidade deixe de pensar nessa ramificação como uma alternativa a outras soluções pagas, mas sim como uma solução tão boa ou se não superior em diversos quesitos. Ele considera que o software nada mais é do que uma extensão das nossas capacidades mentais e motoras, e que a grande vantagem do software livre é que não existem restrições quanto as possibilidades de tais benefícios.

Sobre o Autor

Redes Sociais:

Deixe seu comentário

X