Em seguida, temos o particionamento, onde você pode escolher entre permitir que o Fedora simplesmente use todo o HD, destruindo as partições existentes (útil para fazer uma instalação rápida em uma máquina nova); substituir uma distribuição Linux já instalada; redimensionar a partição do sistema instalado e fazer uma instalação em dual-boot (Shrink current system); fazer a instalação usando um trecho de espaço não particionado previamente reservado (Use free space) ou criar um layout personalizado:
Ao usar qualquer uma das opções automáticas, é importante marcar a opção “Rever e modificar o layout do particionamento”, que permite ajustar o particionamento sugerido pelo instalador antes de aplicá-lo.
O Fedora utiliza o LVM por padrão, criando um único volume lógico, englobando todo o espaço disponível. Por default, são criados apenas duas unidades, uma para o diretório root e outro para o swap, mas você pode criar outros volumes (usando um separado para o diretório home, por exemplo), da mesma maneira que faria ao utilizar partições:
É usada também uma partição “/boot” separada, que fica fora do volume LVM, já que o grub não é capaz de inicializar o sistema se o diretório “/boot” estiver dentro de um volume lógico.
A opção “Criptografar sistema”, disponível na tela inicial permite encriptar as partições dentro do volume lógico usando o “dm_crypt”, um sistema de encriptação com baixo overhead. Ao marcar a opção, todo o sistema passa a ser armazenado em volumes criptografados (com exceção da pequena partição de boot, que fica fora do LVM), incluindo não apenas o diretório home ou algumas pastas específicas, mas realmente todas as pastas do sistema, incluindo os arquivos temporários, logs e swap. Ao criar os volumes manualmente, certifique-se de que a opção “Criptografar” está marcada (os volumes encriptados aparecem com um cadeado).
Ao encriptar as partições, o instalador pedirá que você defina uma passphrase, que passará a ser solicitada no início do boot. Muitos pensam que a passphrase funciona como uma espécie de senha, mas na verdade ela é uma peça da chave criptográfica que é usada para acessar as partições. Sem a passphrase, a chave fica incompleta e é impossível ler os dados. Este é também o motivo de ser virtualmente impossível de recuperar os dados dentro das partições caso a passphrase seja esquecida.
De volta ao particionamento, é importante enfatizar que o uso do LVM é apenas uma opção. Nada impede que você crie um layout personalizado, utilizando partições convencionais. Nesse caso, basta criar a partição raiz, swap e opcionalmente) a partição home, como faria ao instalar qualquer outra distribuição. A opção de encriptar as unidades também continua disponível:
A principal vantagem do LVM é a possibilidade de redimensionar os volumes, permitindo que eles sejam expandidos para ocuparem o espaço de vários HDs, por exemplo. Isso é muito útil em servidores de armazenamento, onde é preciso trabalhar com vários HDs e organizar o espaço de uma forma eficiente, mas não é assim tão útil em um desktop, onde você raramente precisa alterar o particionamento depois que o sistema já está instalado.
Outra observação é que a partir do Fedora 11, o EXT4 passou a ser o sistema de arquivos default (o Fedora foi, como de praxe, uma das primeiras distribuições a dar a cara à tapa e fazer a transição), mas você pode chavear para o bom e velho EXT3 simplesmente acessando as propriedades das partições. O kernel 2.6.29 usado no Fedora 11 ainda não é capaz de inicializar diretamente a partir de uma partição EXT4, mas isso não é um problema ao utilizar o LVM, onde é usada uma partição separada para o diretório “/boot” de qualquer maneira.
Concluído o particionamento, o próximo passo é a configuração do gerenciador de boot. Assim como praticamente todas as outras distribuições atuais, o Fedora é capaz de detectar outros sistemas instalados no HD e adicionar as entradas automaticamente, permitindo que você verifique e personalize a configuração através do menu principal.
Clicando no “Alterar dispositivo” você tem acesso à opção de instalar o grub no primeiro setor da partição, que é útil caso você já tenha outra distribuição instalada e queira inicializar o Fedora a partir dela, em vez de substituir o gerenciador de boot:
A opção “Utilizar uma senha no gerenciador de inicialização” define uma senha de boot, que é solicitada pelo grub no início do carregamento do sistema. Ela pode ser usada como um primeiro nível de segurança, como uma medida para afastar curiosos, mas ela não é efetiva por si só como medida de segurança, já que basta alterar a configuração do Setup e dar boot usando um live-CD ou um pendrive para ter acesso aos dados. Para ficar seguro, seria necessário combiná-la com o uso de encriptação.
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