A questão das telas AMOLED

As telas AMOLED são também mais econômicas do ponto de vista do consumo elétrico (uma tela AMOLED pode gastar mais energia ao exibir uma imagens predominantemente brancas, já que nesta situação todos os sub-pixels ficam acesos, mas em situações normais de uso elas se saem melhor, principalmente nos temas atualmente usados no Android, que são predominantemente escuros), não possuem limitações em relação aos ângulos de visão e, principalmente, são mais finas e leves que as telas LCD, o que permite reduzir a espessura dos aparelhos em cerca de 1 mm e reduzir o peso em de 10 a 20 gramas. Isso é intensificado no Super AMOLED, onde a camada sensível ao toque é produzida diretamente sobre a tela, em vez de ser um componente separado como tradicionalmente.

Um bom exemplo da questão do peso é o Nexus S, que foi lançado em duas versões, com tela AMOLED e Super LCD. Embora as duas versões compartilhassem a mesma carcaça e por isso tivessem a mesma espessura, a versão Super LCD pesava 140 gramas, enquanto a versão AMOLED pesava apenas 129 gramas.

Embora do ponto de vista técnico as telas AMOLED tenham muitas vantagens, a implementação adotada pela maioria dos fabricantes adota layouts pentile RGBG, em vez do tradicional RGB-RGB do LCD. Com isso, cada pixel possui apenas dois sub-pixels em vez de três sub-pixels como de praxe:

Nesse layout, temos intercalados pixels verde/vermelho com verde/azul, em vez de pixels “completos”, com verde, vermelho e azul. O software controla cuidadosamente a luminosidade individual dos sub-pixels, de forma a obter as cores desejadas, resultando em um resultado satisfatório a média distância. Entretanto, sempre que você olha perto o suficiente para ver os pixels individuais da tela, você percebe que as cores dos pixels ficam embaralhadas e as margens das fontes pouco nítidas, já que, ao exibir um fundo branco, cada par de pixels se funde na prática em um pixel branco e um verde:

LCD IPS (RGB-RGB)

AMOLED pentile (RGBG)

Se você tiver a oportunidade de comparar lado a lado dois dispositivos, com telas LCD e AMOLED pentile de mesmo tamanho e resolução, vai notar que a tela LCD apresenta uma nitidez bem superior quando olhada de perto, o que não é de se admirar, já que ela realmente possui um número 50% superior de sub-pixels. A grosso modo, podemos dizer que uma tela AMOLED pentile se comporta na prática como uma tela LCD que tivesse apenas metade da resolução vertical. Em outras palavras, os ganhos em termos de reprodução de cores e contraste vêm ao custo de uma redução na nitidez.

Tipicamente, os fabricantes adotam o layout pentile devido à dificuldade em produzir telas OLED de PPI muito alto usando a tecnologia atual. Reduzindo o número de sub-pixels, o problema é amenizado, já que precisam incluir apenas 2/3 dos sub-pixels que seriam necessários em um layout RGB. Isso explica também o porquê de alguns aparelhos, com telas maiores, como o Galaxy S II (que adota uma tela AMOLED de 4.3″ e 800×480) usarem telas RGB em vez do pentile, já que o DPI mais baixo permite incluir os sub-pixels necessários.

Duas outras razões por trás da preferência é que as telas pentile oferecem um consumo elétrico mais baixo (já que temos menos pontos luminosos na tela) e que o uso do pentile ajuda a aumentar a longevidade relativa da tela, já que as telas AMOLED possuem uma vida útil relativamente curta e os sub-pixels azuis são os primeiros a se degradarem. O uso do layout pentile torna os artefatos visuais introduzidos pela degradação dos sub-pixels azuis menos pronunciável, permitindo que a tela possa ser usada confortavelmente por mais tempo.

Tipicamente, displays AMOLED oferecem uma vida útil de cerca de 14.000 horas, um valor que vem aumentando ao longo do tempo. A longevidade é ainda um problema para o uso em TVs e monitores, que tendem a ficar ligados continuamente, mas não é considerado uma questão muito importante nos smartphones, que geralmente ficam com a tela ligada apenas alguns minutos por vez. Geralmente, outros defeitos (como problemas no touch-screen, nos circuitos de alimentação, na placa lógica ou danos físicos) acabam fazendo com que os aparelhos sejam aposentados antes que a tela tenha tido a oportunidade de esgotar sua vida útil.  

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