Entendendo nomes códigos das placas da Asus

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Entendendo nomes códigos das placas da Asus
Introdução

A placa mãe é sem dúvida o componente mais importante de qualquer PC. O processador, as memórias, a placa 3D podem ser facilmente substituídos, mas para isso, será necessário que a placa mãe suporte os novos componentes. Hoje em dia estão tornando-se cada vez mais comum também as placas com componentes onboard, populares por causa do baixo custo, mas que podem trazer armadilhas em termos de possibilidade de expansão futura.

Existe uma noção geral de qualidade, baseadas na marca das placas. Por exemplo, quase todo mundo concorda que as placas da Asus tem uma qualidade melhor que placas BX-Pro, BX-Cell, etc. Por exemplo. As placas da Abit tem fama de serem boas para overclock, as placas produzidas pela Intel tem fama de serem estáveis etc.

Mas, rotular as placas com base apenas no fabricante está muito longe de ser o ideal. Afinal, mesmo fabricantes de prestígio produzem placas de baixo custo com “tudo onboard”, enquanto mesmo fabricantes muitas vezes execrados, como a PC-Chips, podem produzir placas razoáveis, até boas, nada é eterno, e existe uma grande diferença de qualidade e recursos entre diferentes modelos de placas mãe do mesmo fabricante.

Surge então outro problema, nem sempre é fácil diferenciar os inúmeros modelos de placas do mesmo fabricante. Você saberia dizer de cor, qual é a diferença entre uma Asus A7VL-VM e uma A7S-VM? Ou entre uma Pc-chips M758LMR+ e uma M768LM?

A proposta desta série de artigos é explicar como decifrar os códigos dos diferentes modelos de placas.

Note que este não é um comparativo, não vou tentar dizer qual placa mãe é “pior” ou “melhor”, mas apenas apontar as diferenças entre elas e a que tipo de uso cada uma seria mais adequada, uma ajuda para ajuda-lo a escolher entre as placas do fabricante que preferir.

Note que nem todas estas placas podem ser facilmente encontradas no mercado Brasileiro. Por questões éticas, decidi não mais indicar vendedores de hardware em minhas matérias, mas você pode pedir recomendações nos nossos fóruns. https://www.hardware.com.br/forum_new/default.asp

Como afinal, existem muitos modelos de placas diferentes, vou dividir esta análise em partes, cada uma cobrindo um fabricante de placas. Não existe nenhum motivo em especial por começar pelos modelos da Asus, apenas foi o fabricante que me veio primeiro à cabeça. Os próximos artigos cobrirão os modelos da Abit, Soyo, MSI e PC-Chips, que são as marcas mais comuns aqui no Brasil. Terminando esta primeira rodada, pretendo citar outros fabricantes, se estiver vivo até lá 🙂

Entendendo os nomes código

Apesar de à primeira vista os nomes código das placas parecerem bastante confusos, existe uma lógica básica por trás das designações. No caso das placas da Asus tudo começa com duas letras, que designam a família de processadores que a placa suporta. Em seguida vem mais uma ou duas letras que indicam o chipset usando, sendo que muitas placas incluem nomenclaturas adicionais, que indicam algum tipo de recurso adicional que a placa possui. Por exemplo, a Asus CUV4X-V é destinada a processadores Pentium III/Celeron com core Coppermine (CU), é baseada em um chipset Via (V), possui um slot AGP4X (4X) e traz ainda vídeo onboard (-V), neste caso um chipset de vídeo Savage 4, embutido no chipset Via SavagePro PM133. Parece fácil não é? E realmente é, basta apenas entender as siglas e convenções que a Asus usa para nomear suas placas. Vamos lá:

O processador

As primeiras letras em todas as placas da Asus indicam a família de processadores que a placa suporta:

P2 –

Vem de “Pentium II” Todas as placas que começam com P2, como “P2B” ou P2B-F” são destinadas a processadores Pentium II. Naturalmente são todas placas antigas, com encaixe Slot 1, que não são mais produzidas. Algumas placas P2, também suportam processadores Pentium III, inclusive os Coppermine, mas sempre com limitações, como por exemplo não poder utilizar processadores que usam bus de 133 MHz. Também não espere nenhum tipo de suporte por parte da Asus, já que estas placas estão descontinuadas, eles querem que você compre placas novas, e não que fique aproveitando sua P2x indefinidamente.

P3 –

Agora ficou fácil, se P2 diz respeito às placas projetadas para processadores Pentium II, as placas que começam com P3 são destinadas aos processadores Pentium III, brincadeira de criança 🙂 Mas, uma pequena observação é que todas as placas “P3”, usam encaixe Slot 1. Isso as torna versáteis em termos de upgrade, já que usando um adaptador é possível usar nelas também processadores soquete 370.

CU –

Ok, essas duas letrinhas são um palavrão por aqui, mas os gringos chamam os processadores Pentium III com core Coppermine de “Cumine”, daí a Asus usar o “CU” para todas as placas soquete 370 para Processadores Pentium III Coppermine. Note que nenhuma destas placas suporta processadores Pentium II, pois todos os Pentium II existem apenas em formato Slot 1, e não existe nenhum adaptador Slot 1 > Soquete 370, apenas o contrário.

gdh1Asus CULS2
(Copyright Asus Inc.)
TU –

Vem de “Tualatin” que é a nova geração dos processadores Pentium III de 0.13 mícron. O TU é usado em todas as placas soquete 370 que tem suporte oficial aos Pentium III Tualatin. Enquanto escrevo, a única disponível é a TUSL2-C, mas claro, logo devem ser lançado novos modelos, que eventualmente substituirão todas as “CU”. Para mais detalhes sobre os Pentium III Tualatin, leia também:

Chipsets e placas para o Pentium III Tualatin – Pré Análise

https://www.hardware.com.br/analises/tualatin/index.asp

K7 –

K7 é o nome código do Athlon. Aproveitando a familiaridade dos usuários, a Asus usa o “K7” no nome de todas as placas para processadores AMD Athlon com encaixe Slot A. Vale mais uma vez lembrar que tanto as placas quanto os processadores em formato Slot A foram descontinuados a algum tempo, e que os Athlons e Durons atuais vem apenas em formato soquete A.

A7 –

Estas são as placas atuais para processadores Athlon e Duron soquete A. O “A” enfatiza justamente o encaixe, soquete A, e serve para distinguir essas placas das antigas placas slot A.

gdh2Asus A7V, Slot A
(Copyright Asus Inc.)

gdh3Asus A7V133, soquete A
(Copyright Asus Inc.)
P4 –

Este também é fácil, vem de “Pentium 4”. Por enquanto, todas as placas Asus para Pentium 4 começam com “P4”. Aliás nem são muito modelos. Enquanto escrevo são só dois, P4T e P4T-M

P5 –

Este era o nome código da arquitetura do Pentium antigo (Pentium 1). A Asus aproveitou esta nomenclatura para dar nome às suas últimas placas soquete 7, que suportam toda a família Pentium, assim como os Cyrix e os K6, K6-2 e K6-3. Exemplos são a P5A, P5S-V, etc.

P/I –

Estas são placas antigas, aliás, muito antigas, todas descontinuadas. O “P” vem de Pentium e “I” de Intel. Mas isso não ajuda muito, pois estas placas podem ser para processadores Pentium Pro, ou mesmo placas soquete 7 para Pentium 1 ou MMX. Nesse caso, são os dois números seguintes que indicam a paternidade da placa. P/I-P5, significa que trata-se de uma placa para processadores Pentium I, enquanto P/I-P6 indica que a placa é para processadores Pentium Pro. A exceção é a P/I-P65UP5/C-PKND (parece um palavrão, mas é o nome de uma placa 🙂 que foi a primeira placa da Asus para Pentium II, um dinossauro de qualquer forma.

ME –

Estas são as primeiras placas Asus com o encaixe soquete 370. Estas pioneiras suportavam os processadores Celeron PPGA, de 366 a 533 MHz, os que já vinham em formato soquete, mas ainda não usam core Coppermine como os atuais. Algumas das placas ME também suportam os processadores Coppermine atuais, mas assim como no caso das P2, não existe suporte oficial por parte da Asus. As ME se dividem em “MEZ”, com chipset Intel i440ZX, “MEL”, com chipset i440LX, “MEB”, com chipset BX, “MES” ou “ME-99”, com chipset SiS e “MEW” com chipset i810.

O Chipset

Logo depois da designação do processador, vem a designação do chipset:

V –

Todas as placas com o V no nome usam chipsets da Via. O V é genérico, pode ser qualquer um dos chipsets da Via. Por exemplo, a CUV4X usa o Via ProSavage PM133, enquanto a CUV4X-D usa o VIA 694XDP, mas, como disse, são chipsets Via Nove que o “V” sempre vem depois do código principal da placa, o P2, P3 ou CU que expliquei acima.

BX –

Enquanto o V vem de “Via”, o “BX” também diz respeito ao chipset, mas neste caos não diz respeito à marca do chipset, mas sim diretamente o modelo, no caso o “i440BX”. O BX é provavelmente o chipset mais famoso da história, mas se você nunca ouviu falar dele, o “BXzão” foi lançado na época do Pentium II, na verdade foi o primeiro chipset para Pentium II a suportar bus de 100 MHz. Só que o BX se revelou um projeto tão bom do ponto de vista do desempenho, que os fabricantes o utilizam até hoje, adicionando recursos que o chipset originalmente não tem para construir placas destinadas aos processadores modernos. Controladoras externas adicionam suporte a UDMA 66 ou 100, ou mesmo RAID. Reguladores de voltagem e BIOS atuais garantem compatibilidade com os processadores Coppermine, o suporte a bus de 133 MHz é obtido via overclock (já que originalmente o BX só suporta 100 MHz) e por aí vai. Exemplos de placas atuais com o BX são a CUBX, CUBX-E e CUBX-L

B –

Também indica que a placa usa o i440-BX, mas é usado nas placas mais antigas, como em P2B e P3B-F. Mais uma vez valem lembrar que todas as P2 ou P3 são slot 1, enquanto todas as CU são soquete 370.

A –

Vem de “Ali”, e serve para indicar as placas com chipsets desta companhia, como em “A7A-266” (soquete A, chipset Ali MAGIK1 M1647 e suporte a Bus de 266 MHz) ou a CUA (Pentium II Cumine, chipset Ali Aladdin TNT2).

SI –

De “SiS’, novamente indica o fabricante do chipset, no caso a SiS, como em CUSI-M e CUSI-FX, ambas com o SiS 630E

S –

Um “S” sozinho, numa placa soquete A (nas placas soquete 370, para Pentium III/Celeron, é usado o “SL”, que significa outra coisa, como veremos a seguir) também indica que a placa possui chipset SiS. Um exemplo é a A7S-VM.

SL –

São as placas mais recentes para Pentium III/Celeron, soquete 370, com o chipset i815 e slot AGP 4X. Todas as placas “SL” são soquete 370, isso significa que todas são “CU” (Cumine) ou “TU” (Tualatin). Não existem por exemplo uma P3SL ou uma P2SL. Exemplos de placas com o i815 são as CUSL2-C, CUSL2-M ou a TUSL2-C

C ou C2 –

São as placas para Pentium III/Celeron que utilizam o antigo chipset i820, tanto as que utilizam memórias Rambus quanto as que usam o chip MTH e suportam memórias SDRAM PC-100. Estas placas foram descontinuadas a algum tempo. Exemplos são as CUC2 e P3C-L.

W –

Indicam as placas com o chipset i810, que tem video onboard, mas não suporta slot AGP. Pelo que sei, todas estas placas já estão descontinuadas, sendo substituídas pelas com o chipset i815, que também traz vídeo onboard, mas já oferece suporte a AGP 4X. Exemplos de placas com o i810 são a CUW e a P3W-E.

Recursos adicionais

Depois dos processadores suportados e do chipset usado, o restante do nome das placas serve para indicar que a placa possui algum recurso adicional, como por exemplo som ou rede onboard, suporte a bus de 133 MHz, slot AGP 4X, o formato da placa (ATX ou mini-ATX) etc.

Por exemplo, a diferença entre um CUSL2 e uma CUSL2-M é que a primeira vem em formato ATX, com 6 slots PCI, enquanto a CSL2-M (o M vem de “mini”) vem em formato Mini-ATX e que por ser bem menor, possui apenas 3 slots PCI. Existem claro mais algumas diferencinhas entre os dois modelos, mas a principal diferença é o formato.

4X –

Este é fácil, indica que a placa tem um slot AGP 4X. O slot pode ser tanto um AGP 4X convencional, quanto um AGP Pro, o “4X” é genérico. O 4X sempre vem logo depois das duas letras do processador e as letras do chipset (se houverem), antes do traço, como em P3V4X, CUV4X-D ou CUV4X-DLS. Naturalmente, nem todas as placas com AGP 4X tem o “4X” no nome, como por exemplo a TUSL2-C (onde é obvio que a placa suporta AGP 4X, já que é baseada no chipset i815), o 4X é usado apenas onde pode haver dúvida.

-V –

Um V depois do traço, como em CUV4X-V indica que a placa tem vídeo onboard. V de “video”.

-M –

Indica que a placa mãe vem no formato Mini-ATX.

-VM –

O -VM indica que além de ter vídeo onboard, a placa vem no formato Mini-ATX. As placas Mini-ATX são bem menores que as ATX, e possuem apenas 4 slots, ou 4 slots PCI, ou então 1 AGP e 3 PCI. Este formato é usado normalmente em placas de baixo custo, que já vem com componentes onboard, por prejudicar as possibilidades de expansões futuras. Muitas vezes as placas -VM também vem com som e/ou rede onboard, mas não é uma regra. Por exemplo, a A7S-VM vem com video, som e rede onboard. A CUVL-VM por sua vez vem com vídeo onboard e trás o som como opcional (algumas placas vem com, outras sem, deixando a escolha por parte do consumidor) mas não traz rede.

-L –

O L vem de “lan” ou rede. Indica que a placa tem rede onboard. Exceção fica por conta da CUBX-L, onde a interface de rede é apenas opcional.

-S –

Ao contrário do que pode parecer à primeira vista, o “-S” não significa “sound” mas sim “SCSI”, significando que a placa tem uma interface SCSI onboard. São poucos modelos da Asus com este recurso, sempre placas caras, entre elas a P3C-S e a P2B-S.

-LS –

SCSI e interface de rede onboard, como na P3C-LS

-D –

Indica que a placa suporta dois processadores. Como no caso das placas com SCSI, são sempre placas caras, destinadas a servidores. O -D vem de “dual”.

-DSL –

Essas são sempre as placas topo de linha da Asus, destinadas a servidores. Possuem suporte a dois processadores (D), e trazem interfaces de rede (L) e SCSI (S) embutidas. Como a CUV4X-DLS

-E –

O E vem de “enhanced” ou “aperfeiçoado”. Indica que a placa possui algum recurso adicional, que não faz parte do chipset ou que a diferencia de outros modelos baseados no mesmo chipset. Por exemplo, a CUBX-E é baseada no chipset i440BX, que originalmente traz interfaces IDE UDMA 33, mas, graças a uma controladora externa, a placa suporta UDMA 100, daí o “enhanced”. A A7V-E por sua vez, oferece a possibilidade de configurar o FSB em intervalos de 1 em 1 MHz, grande novidade na época que foi lançada, e assim por diante.

-C :

O -C vem de “complete”, ou completa. As placas com esta nomenclatura vem em formato ATX, com 5 slots PCI e slot AGP (a exceção fica por conta da MEL-C, que tem duas versões, uma com 5 PCI e 1 ISA e outra com 4 PCI e 2 ISA), e, além disso trazem som onboard opcional. A exceção no caso do som onboard fica por conta da CUV4X-C, que traz on contatos para o chip e os conectores de audio, mas ainda não foi lançada em versão com este recurso.

-FX –

FX vem de Flex-ATX. Este é um formato de placa ainda menor que o Mini-ATX, com espaço para apenas dois slots de expansão. A idéia seria uma placa de baixíssimo custo, com video, som e rede onboard e mais um ou dois slots para que o usuário possa incluir mais alguma coisa. Felizmente a Asus só fez três placas nesse formato, a CUSI-FX, CUW-FX e a CUWE-FX

gdh4Asus CUW-FX
(Copyright Asus Inc.)

133 –

Indica que a placa mãe suporta bus de 133 MHz. Assim como o “4X”, a nomenclatura só é usada em modelos de placas onde existe dúvida.

266 –

O 266 indica as placas com suporte a memórias DDR. Apesar de já ser um comentário mais do que manjado, na verdade estas placas usam FSB de 133 MHz, mas como as memórias DDR fazem duas transferências por ciclo, na prática equivale a um bus de 266 MHz. Exemplos de placas são as CUV266 (com o chipset Via Apollo Pro 266) a A7M266 (com chipset AMD 761) e a A7A266, com chipset da Ali.

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