Depois de instalar o Debian, o primeiro passo é ajustar os repositórios, para que você possa instalar todos os demais pacotes necessários para obter um desktop funcional. O Debian tem por objetivo oferecer apenas pacotes distribuídos sob licenças livres, por isso pacotes com componentes proprietários são segregados, dando origem ao repositório “non-free”.
Similarmente ao que temos no caso do Medibuntu, o Debian conta com o debian-multimedia, um repositório adicional, dedicado a distribuir pacotes com pendências relacionadas a patentes, como o libdvdcss2 e o w32codecs.
Por default, o arquivo “/etc/apt/sources.list” do Debian Lenny inclui apenas três repositórios: main (o repositório principal), updates (atualizações de segurança) e volatile (um novo repositório, destinado a oferecer atualizações para pacotes que mudam com frequência), como nesse exemplo:
deb-src http://ftp.br.debian.org/debian/ lenny main
deb http://security.debian.org/ lenny/updates main
deb-src http://security.debian.org/ lenny/updates main
deb http://volatile.debian.org/debian-volatile lenny/volatile main
deb-src http://volatile.debian.org/debian-volatile lenny/volatile main
Assim como no caso do Ubuntu, as linhas “deb-src” incluem os repositórios com código-fonte, que são necessárias apenas se você pretender compilar pacotes manualmente.
Você encontrará também uma linha apontando para o CD/DVD de instalação logo no início do arquivo. Ela faz com que o apt tente instalar pacotes que ainda não receberam atualizações a partir do CD/DVD (em vez de baixá-los diretamente), o que acaba sendo inconveniente em muitos casos, já que você passa a precisar colocar a mídia no drive. A menos que você acesse através de uma conexão muito lenta, é interessante removê-la.
Para ativar os repositórios adicionais, adicione um “contrib non-free” nas linhas referentes aos dois primeiros repositórios, complementando o “main”. Aproveite para adicionar também a linha do debian-multimedia, que conclui as modificações:
deb-src http://ftp.br.debian.org/debian/ lenny main contrib non-free
deb http://security.debian.org/ lenny/updates main contrib non-free
deb-src http://security.debian.org/ lenny/updates main contrib non-free
deb http://volatile.debian.org/debian-volatile lenny/volatile main
deb-src http://volatile.debian.org/debian-volatile lenny/volatile main
deb http://www.debian-multimedia.org lenny main
Você pode substituir a linha do debian-multimedia pela “deb http://ftp.br.debian.org/debian-multimedia/ lenny main”, que orienta o apt a utilizar o mirror nacional, em vez do servidor principal.
Como de praxe, ao rodar o “apt-get update”, você receberá um erro de chave pública não disponível relacionada ao repositório do debian-multimedia, que acabou de ser adicionado.
Você pode resolver o problema instalando o pacote “debian-multimedia-keyring”, usando o apt. Ele é usado para distribuir a chave pública do repositório, permitindo que o apt faça a configuração automaticamente. Como o download é feito antes que o repositório possa ser verificado, é necessário que você responda “s” para continuar a instalação:
Outra opção é adicionar a chave manualmente (copie o código da chave a partir das mensagens de aviso exibidas pelo apt), usando os dois comandos abaixo:
# gpg –export –armor 07DC563D1F41B907 | apt-key add –
A partir daí, você pode completar o time de suporte a multimídia instalando o VLC e o Mplayer, juntamente com o libdvdcss2 e o w32codecs. Diferente do que temos no Ubuntu, a instalação do VLC e do Mplayer dispara a instalação de diversos codecs, que completam o time. Se você estiver usando o KDE, é interessante instalar também o Kaffeine, que é o player default na série 3.5:
Por algum motivo, o instalador do Lenny instala apenas o suporte à descompactação de arquivos gzip, sem suporte a arquivos .tar.bz2, .zip, .7z ou .rar, que precisam ser instalados manualmente:
O Lenny utiliza por padrão fontes da série DejaVu (que é uma evolução do conjunto Bitstream-Vera), combinado com as fontes Liberation e Dustin. Entretanto, os repositórios incluem diversos outros conjuntos de fontes (os pacotes que começam com “xfonts” e “ttf”, que você pode usar para reforçar o conjunto pré-instalado, como em:
Para instalar as fontes do Windows, instale o pacote “mscorefonts-installer”, que é o sucessor do “msttcorefonts”, usado nas versões anteriores:
Ele é na verdade um pacote vazio, contendo apenas um script de instalação que se encarrega de baixar os arquivos das fontes, extrair os arquivos, copiá-los para a pasta de fontes do sistema e atualizar a configuração.
Se quiser ativar o servidor SSH, basta instalar o pacote “openssh-server” para que o serviço passe a ser inicializado automaticamente durante o boot:
O SSH é muito útil também em redes locais, graças às funções de transferência de arquivos. Deixando o servidor SSH ativado em todas as máquinas, você pode acessar qualquer pasta remotamente abrindo o “sftp://login@endereço” tanto a partir do Konqueror quanto a partir do Nautilus. É possível também acessar os arquivos a partir de máquinas Windows através do Filezilla (http://filezilla-project.org/), usando a opção de abrir uma conexão via SFTP.
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