Graças ao uso do protocolo TCP/IP, podemos hoje em dia acessar a web a partir de praticamente qualquer aparelho com um mínimo de poder de processamento; dos PCs aos celulares. O grande problema é que existem tantos meios diferentes de acesso, que acaba ficando complicado conhecer e saber configurar todos eles, ainda mais no Linux ;).
Hoje em dia é possível acessar a Web de (basicamente) 8 maneiras diferentes:
- Através de uma conexão compartilhada, dentro da rede local;
- Via modem discado;
- Via ADSL, com IP fixo ou usando um modem ADSL configurado como roteador;
- Via ADSL com autenticação via PPPoE, usando um modem configurado em modo bridge;
- Via rádio (a modalidade oferecida em condomínios);
- Via cabo;
- Via wireless;
- Via GPRS, EDGE ou outra rede celular.
No Kurumin, os ícones de configuração podem ser acessados dentro do Iniciar > Internet > Conectar na internet ou configurar a rede, ou dentro do menu “Conectar na Internet ou Configurar a Rede” no Painel de Controle.
O grande número de opções, reflete justamente as muitas formas de acesso disponíveis. É necessário oferecer muitas opções para poder atender a todos. Vamos, então, às explicações detalhadas:
Acessando via ADSL, cabo, rádio ou rede local
Os modems já foram a forma mais popular de acesso à Web, mas atualmente os serviços de banda larga têm uma relação custo-benefício bem melhor. Afinal, você não gasta com telefone e, por ser ininterrupta, a conexão pode ser compartilhada entre vários micros dentro da rede local. O próprio Kurumin permite compartilhar a conexão de forma muito rápida.
O ícone “Configurar Rede Local, cabo ou modem roteador” chama o netcardconfig, que permite configurar a rede. Ele lhe dá a opção de configurar a rede automaticamente via DHCP ou especificar os endereços manualmente. Na verdade, o Kurumin já tenta configurar a rede automaticamente via DHCP durante o boot, em muitas redes você já vai sair navegando.
Em seguida, temos as conexões via ADSL, onde temos duas possibilidades:
As instalações antigas e os planos empresariais usam IP fixo ou configuração via DHCP, onde a conexão é configurada como se fosse uma conexão de rede local. Uma segunda forma de conectar desta forma é configurar o modem ADSL como roteador, onde o modem funciona como um servidor de conexão, efetuando a conexão e compartilhando com os micros da rede local. Você obtém a configuração via DHCP e pronto. Pesquise sobre a configuração do seu modem; a maioria oferece esta função. A configuração pode ser acessada através do navegador ou via telnet, de acordo com o modelo.
Nas instalações atuais a conexão é autenticada via PPPoE, uma forma dos provedores exigirem autenticação, terem controle sobre a banda consumida e o tempo de conexão. Neste caso use a opção: “Configurar ADSL/PPPoE“.
Esta opção chama o pppoeconf, o utilitário que permite ativar a conexão com a Web casa você utilize algum serviço de banda larga que exija autenticação. Naturalmente, o utilitário só funciona se a sua placa de rede tiver sido detectada durante o boot. Lembre-se de que você só precisa se autenticar ao manter o modem configurado como bridge. Configurando o modem como roteador, o problema é resolvido.
Nos serviços de acesso via cabo, o modem funciona como um bridge, conectando seu micro à rede do provedor. Para acessar, você precisa apenas obter o endereço IP via DHCP. Compre sempre um modem que se conecta diretamente à placa de rede, isso facilita muito a configuração. Os modems que são ligados à porta USB precisam de um driver adicional e nem todos os modelos são suportados no Linux.
Ao contrário do ADSL, não é usada autenticação, mas em compensação sua conta é relacionada ao endereço MAC da placa de rede do micro onde foi configurado o acesso. Se você tentar acessar a partir de outro micro (ou trocar de placa de rede), não conseguirá acessar a menos que ligue para a central e peça que alterem o endereço cadastrado.
Se você precisar se conectar em outro micro, ou se precisou trocar de placa de rede, existe uma dica para conseguir modificar o endereço MAC da nova placa no Linux, de forma que você consiga receber IP sem precisar ligar para o suporte. Isso pode ser feito de forma muito simples utilizando o comando ifconfig. Abra um terminal e logue-se como root. Comece desativando a placa de rede, como em:
Use em seguida os parâmetros “hw ether”, seguidos pelo endereço MAC desejado, para trocar o endereço físico da placa, como em:
Execute então o comando “dhclient eth0” e você verá que o micro recebe a resposta do servidor DHCP, mesmo usando a placa diferente.
Outra peculiaridade do acesso via cabo é que você não consegue obter uma nova resposta do servidor DHCP até que a primeira conexão seja encerrada (o timeout varia de 90 a 180 minutos, de acordo com a operadora). Isto causa problemas quando você tem Linux e Windows em dual-boot, pois é preciso esperar até três horas ao trocar de sistema, até que vença o leasing do endereço e o servidor DHCP volte a responder sua chamadas.
A solução neste caso é liberar o IP antes de reiniciar, usando o comando “dhclient -r eth0”. Ele avisa ao servidor DHCP que a conexão está sendo encerrada, permitindo que você consiga configurar a rede novamente depois de reiniciar no Windows. Para isso use:
Continuando, temos os serviços de “acesso via rádio“. Eles podem ser divididos em duas categorias. A primeira são os serviços onde você acessa a rede do provedor usando uma placa wireless. Neste caso, vale a configuração de redes wireless que veremos a seguir. A segunda, muito comum em condomínios, é que seja usada uma rede wireless apenas para criar o link entre um servidor instalado no seu prédio e o servidor do provedor. Neste caso, o servidor com a antena wireless é instalado no topo do prédio e são usados cabos de rede tradicionais para levar a conexão até os apartamentos.
O servidor compartilha a conexão e os assinantes precisam apenas configurar a rede com os endereços fornecidos pelo provedor de acesso. Na verdade, apesar do nome, você acessa através de uma conexão de rede local, geralmente utilizando um endereço de rede interna ao invés de um IP válido.
Uma última possibilidade são as conexões via ISDN. O Kurumin suporta vários modems ISDN, através do isdn-config. A lista inclui também alguns modelos internos. Basta indicar o modelo do modem e fornecer os dados do provedor de acesso. O ISDN utiliza um tipo especial de modem, que estabelece uma conexão de 64k ou 128k usando uma linha telefônica comum. Entretanto, além da taxa mensal, você continua pagando pulsos (conectando a 128k você paga dois pulsos, como se estivesse usando duas linhas telefônicas simultaneamente), além a mensalidade do provedor. Embora o ISDN seja um pouco mais rápido e mais estável que o acesso via modem, ele nunca foi muito popular por causa do custo. Hoje em dia está caindo em desuso por causa da concorrência do ADSL, cabo, rádio e wireless.
Se o “isdn-config” não estiver disponível na sua instalação, você pode instalá-lo via apt-get, usando o comando:
Conectando via modem
O modem é, provavelmente, o único componente dos PCs atuais que regrediu em relação à década passada. Antigamente, usávamos os famosos hardmodems, que são modems completos, que fazem todo o trabalho de modulação e correção de erros. Eles são controlados pelo sistema operacional através de comandos AT simples, entregando de volta os dados já devidamente processados.
Configurar um hardmodem é simples, pois você precisa apenas indicar a porta usada por ele na aba “dispositivo” do kppp e discar. Embora os hardmodems estejam praticamente extintos, ainda é possível encontrar alguns modems externos, que são ligados a uma das portas seriais do micro. Estes modems custam normalmente por volta de R$ 200, mas possuem uma qualidade muito boa. Se você tiver um micro antigo, é possível ainda usar um hardmodem ISA, que (usados) são muito baratos hoje em dia.
Os softmodems começaram a se popularizar por volta de 1999, a partir do ponto em que os micros passaram a vir com processadores poderosos o suficiente para manter o modem funcionando sem que houvesse uma degradação muito grande no desempenho.
A única vantagem dos softmodems é mesmo o fato de serem mais baratos. Eles são, na verdade, apenas uma interface entre o processador e a linha telefônica, gerando o sinal analógico que é transmitido através dela. Um software de controle que faz parte do driver fica encarregado de fazer todas as demais tarefas, usando o processador como burro de carga.
O grande problema dos softmodems no Linux é justamente o fato de serem componentes muito baratos. Os fabricantes vêem os modems como uma forma de commoditie, um tipo de dispositivo barato, vendido com margem reduzida de lucro, no qual não vale a pena fazer grandes investimentos. Muitas vezes não investem sequer em resolver os problemas do driver for Windows, quanto mais em desenvolver e dar suporte para uma versão Linux.
Desenvolver um driver para um softmodem é uma tarefa complexa, pois é preciso implementar via software todas as funções que o modem propriamente dito não executa, como a modulação do sinal, correção de erros e muito mais. Para você ter uma idéia, o módulo para uma placa de rede SiS900 tem 22 kbytes, enquanto que o módulo que dá suporte ao modem Intel 537EP tem 1.5 MB, mais de 60 vezes maior.
No final, temos uma situação em que os fabricantes têm pouco interesse em desenvolver um driver e não divulgam as especificações. Poucos desenvolvedores têm interesse em encarar o hérculeo trabalho de desenvolver um driver fazendo engenharia reversa simplesmente porque não acessam via modem e, para completar, cada vez mais gente acessa via banda larga, fazendo com que a demanda por drivers seja cada vez menor.
Mesmo assim, vários modems possuem suporte no Linux. Pesquisando um pouco, você pode comprar diretamente um modem compatível, evitando muita dor de cabeça. Se você tem em mãos um modem que não possui driver, não perca tempo com ele: venda ou troque com alguém que usa Windows e compre um modem suportado. A menos que você seja um ubber-geek e pretenda escrever o driver para ele, não há o que fazer.
O Kurumin inclui a maioria dos drivers disponíveis pré-instalados. Os modems não são detectados automaticamente, por isso você precisa primeiro carregar o driver, usando as opções do menu “Iniciar > Internet > Conectar na Internet ou Configurar a Rede > Ativar Suporte a SoftModems”:
Caso você não faça a mínima idéia de qual é o modelo do seu modem e esteja com preguiça de pesquisar, pode apelar para técnica da tentativa e erro. Simplesmente vá testando todos os drivers. Clique em um, tente discar com o Kppp, tente outro e assim por diante, até achar o que funcione no seu modem.
Os scripts foram feitos para serem “resistentes a cliques múltiplos”. Ao ativar um dos drivers, ele primeiro desativa o anterior, de modo a evitar qualquer problema. Depois de ativar o driver correto, o modem já estará pronto para o uso. Você pode discar e efetuar a conexão usando o kppp, incluído no Kurumin. Ele oferece várias opções de configuração, incluindo um recurso para calcular o gasto com telefone baseado no tempo de conexão e horários de uso:
Se você tem acompanhado o Kurumin desde versões anteriores, vai notar que o número de modems suportados varia de acordo com a versão. O Kurumin 3, por exemplo, possuía drivers para alguns modems que não são mais suportados nas versões atuais, embora, por outro lado, o Kurumin 7 também traga alguns drivers que não estavam disponíveis nas versões antigas.
Isso acontece porque muitos drivers deixaram de ser desenvolvidos nos últimos anos, conforme os modems a que davam suporte deixavam de ser produzidos. A partir de um certo ponto, os drivers antigos não funcionam mais em conjunto com as novas versões do Kernel e outros componentes do sistema, assim como um driver para Windows 3.11 não funciona no XP.
Os drivers incluídos no Kurumin 7 são:
- Intel 537 AC’97: Este driver dá suporte aos modems Intel AC97, encontrados em muitos notebooks (incluindo a maioria dos Intel Centrino), aos modems onboard encontrados em placas com chipset nVidia nForce e também a alguns modems PCI com chipset Intel ou PC-Tel. Alguns notebooks utilizam modems que ainda não são suportados pelo driver. O sintoma, neste caso, é que você recebe uma mensagem de “No Carrier” ao tentar discar. Outra observação é que, em alguns casos, carregar o driver do modem faz com que a placa de som pare de funcionar.
- Lucent e Agere: Este driver parou de ser desenvolvido em 2002 e não funciona com os modelos novos, vendidos atualmente, que usam o chipset SV92 (o código vem decalcado no chip do modem). Estes novos modems não são suportados, por isso evite comprá-los.
- Modem Ati IXP: Este é um driver novo, que dá suporte aos modems onboard encontrados em notebooks com o chipset ATI IXP, como o Toshiba A70. Apesar da ATI ser uma novata no ramo de chipsets, o modem é bem suportado e mantém conexões estáveis.
- Modem Via (chipset VIA 82xx): Este é um driver ainda em estágio inicial de desenvolvimento, que dá suporte aos modems onboard encontrados em placas-mãe e notebooks recentes, com chipset Via, incluindo muitas placas da PC-Chips, ECS e Phitronics com modem onboard.
- PC-Tel AMR ou onboard: Este driver é uma espécie de “curinga”, um driver desenvolvido pela Smartlink que funciona com os modems PC-Tel onboard, Modems PCI LG Netodragon e grande parte das placas PC-Chips e ECS com modem onboard.
Existe ainda um driver para os modems Conexant HCF e HSF. O Conexant HCF é um modem PCI que foi um dos mais comuns à venda por volta do final de 2001, mas depois deixou de ser produzido, pois era mais caro que os PC-Tel e Lucent. O Conexant HSF é um modem encontrado onboard em alguns modelos de notebooks e desknotes, mas não é tão comum quanto os PC-Tel, por exemplo. Estes drivers não são incluídos no Kurumin, pois são drivers comerciais (e pagos), desenvolvidos pela Linuxant, que desenvolve os drivers e dá suporte a eles, sem apoio do fabricante. Honestamente, não acho que vale a pena pagar US$ 19 pelo driver, nem estimular o desenvolvimento de drivers pagos, mas você pode baixar a versão demo (onde a conexão fica limitada a 14.4k) ou comprar o driver completo no http://www.linuxant.com.
Existe uma versão “GPL” do driver da Linuxant disponível no http://linmodems.technion.ac.il/packages/, que não possui a limitação, mas não tenho informações conclusivas sobre seu status legal.
Os Winmodems da US Robotics não possuem suporte no Linux, são uma espécie de peso de papel de luxo. Entretanto, alguns modelos de Winmodems não usam chipset da US Robotics, mas sim um chipset da Conexant, que funciona com o driver para modems Conexant HSF.
Os modems Motorola não possuem um bom suporte no Linux. O fabricante patrocina o desenvolvimento de um driver proprietário, que é mais um exemplo de incompetência que de boa vontade. Ele dá suporte a apenas umas poucas versões do Kernel e não pode ser adaptado para outras. Existe uma receita disponível na web para fazê-lo funcionar em versões antigas do Kernel (dá série 2.4), que envolve modificar o código fonte de dois módulos e recompilar tudo para que o driver funcione. Existe ainda uma versão disponível no site da Motorola que, em teoria, dá suporte ao Mandrake 10, mas na prática simplesmente não funciona.
Se você dá valor ao seu tempo, recomendo que troque seu Motorola por um modem melhor suportado, ao invés de ficar perdendo seu tempo fazendo gambiarras para tentar fazê-lo funcionar no Linux.
O melhor lugar para garimpar drivers e baixar novas versões é o repositório do Linmodems, que você acessa através do http://linmodems.technion.ac.il/packages/.
Configurando redes wireless
Não é preciso dizer que as redes wireless cresceram rapidamente em popularidade nos últimos anos. Devido à sua grande flexibilidade, elas são usadas atualmente em desde pequenas redes domésticas e escritórios, até grandes redes de longa distância (neste caso utilizando antenas especiais, de alto ganho). Todos os notebooks novos vendidos atualmente possuem placas wireless integradas e os pontos de acesso e placas PCI para micros desktop também estão caindo de preço rapidamente. É de se esperar que esta tendência de popularização se mantenha nos próximos anos.
Felizmente, acompanhando todo este crescimento, o suporte a placas wireless no Linux também se tornou bastante completo. Atualmente, existem drivers para praticamente todos os chipsets wireless disponíveis, incluindo os chips Atheros, Realtek, Prism, Intel, ADM, Ralink e outros. Até mesmo as placas Broadcom, que é uma espécie de “pária” entre os desenvolvedores, devido à falta de suporte e hostilidade, ganharam um driver open-source, incluído a partir do Kernel 2.6.17.
A maioria das placas suportadas são detectadas automaticamente pelo Kurumin 7. Entretanto, em alguns casos, podem existir problemas de ACPI ou relacionados ao roteamento de IRQs por parte do BIOS, que precisam ser resolvidos através das opções de boot apropriadas antes que a placa possa funcionar. Um dos exemplos mais conhecidos são as placas Broadcom usadas nos notebooks Acer, onde o transmissor só é ativado corretamente se você utilizar a opção “kurumin irqpoll” na tela de boot.
Se a sua placa não está sendo detectada, se o transmissor não é ativado durante a configuração ou se existem problemas de estabilidade, recomendo que, antes de mais nada, experimente as opções de boot relacionadas à solução de problemas, como a “kurumin acpi=off”, “kurumin noapic”, “kurumin irqpoll” e assim por diante.
Para as poucas placas que não possuem drivers, ou para casos em que o driver ainda não suporta todos os recursos da placa (como no caso das placas Broadcom), existe o ndiswrapper, um utilitário que permite ativar a placa usando o driver para Windows XP.
O Ndiswrapper usa uma camada de compatibilidade para que estes drivers possam se comunicar com o Kernel do Linux. O driver acha que está instalado no Windows e o Kernel acha que está conversando com uma placa compatível com o Linux. Os dois lados são enganados, mas no final a placa funciona, que é o que nos interessa. A cada versão do Ndiswrapper, mais placas são suportadas.
Combinando os drivers nativos com o ndiswrapper, posso dizer que pelo menos 98% das placas atuais podem ser usadas no Kurumin 7 sem limitações. Se por acaso sua placa não estiver funcionando corretamente ou se souber de um driver novo, que ainda não está incluído no sistema, poste uma mensagem no fórum de desenvolvimento do Kurumin: https://www.hardware.com.br/comunidade/v-f/9
As redes wireless são um pouco mais complicadas de configurar que uma rede tradicional, pois incluem mais opções. Antes de mais nada, você pode usar a opção “Verificar pontos de acesso disponíveis” dentro do painel de configuração de redes wireless, que você acessa através do painel de controle:
Clicando no “Configurar os parâmetros da rede wireless” você abre o assistente que se encarrega da configuração da placa. Ele começa mostrando uma mensagem com a placa wireless que está sendo configurada. Neste screenshot, estou usando uma placa Intel IPW2200BG, que é reconhecida pelo sistema como “eth1”. Caso você tenha mais de uma placa, ele pergunta qual configurar.
Se neste ponto ele disser que não encontrou nenhuma placa para configurar, experimente usar o ndiswrapper para carregar o driver Windows da placa, como veremos a seguir.
Continuando, o script pede o ESSID da rede a que você está se conectando. O ESSID é uma espécie de “nome” para a rede, definido na configuração do ponto de acesso. É o uso de diferentes ESSIDs que permite que várias redes diferentes coexistam no mesmo ambiente, sem que uma interfira com a outra.
Com exceção de redes públicas, pouca gente deixa sua rede wireless aberta hoje em dia, já que, de outra forma, qualquer um dentro da área de cobertura pode se conectar à rede e fazer o que quiser. Ao ativar a encriptação via WEP ou WPA no ponto de acesso, você define uma chave de acesso, que precisa ser fornecida na configuração dos clientes. Apenas quem souber a chave consegue se conectar à rede.
No passo seguinte, o script pergunta qual o sistema de encriptação usada na rede. Note que a opção “WPA-Ralink” é usada apenas se você usa uma placa com chipset Ralink e está se conectando a uma rede com encriptação via WPA. Se você está se conectando a uma rede WEP ou sem encriptação (mesmo que usando uma placa Ralink), ou usa qualquer outro modelo de placa, use as outras opções.
Seja qual for o sistema de encriptação usado, o passo seguinte é fornecer a chave de acesso, de forma que o sistema possa ativar a conexão com o ponto de acesso. Você pode confirmar a conexão usando o comando “iwconfig” (como root). Ele deve retornar o endereço MAC do ponto de acesso.
Se tudo correu bem, falta apenas configurar os parâmetros da rede, seja via DHCP ou informando os endereços manualmente, como de praxe. Se você está usando o Kurumin instalado no HD, você terá também a opção de salvar a configuração.
Continuando, temos a opção de ativar a placa usando o driver do Windows, através do ndiswrapper:
O primeiro passo aqui é naturalmente achar o driver para a sua placa. Na maioria dos casos, você pode usar o driver incluído no CD de drivers da placa. Atualmente, muitos notebooks estão vindo sem os CDs com drivers, de forma que você acaba sendo obrigado a baixar o driver através do site do fabricante.
Uma situação comum é que o driver seja disponibilizado na forma de um arquivo “.exe”, ou invés de um arquivo compactado, como de costume. Nestes casos, você precisa primeiro descompactar o arquivo usando o comando “cabextract”, como em:
O cabextract vem pré-instalado no Kurumin 7, mas ao usar versões anteriores, ou outras distribuições, você pode instalá-lo manualmente usando o apt-get, como em “apt-get install cabextract”.
Com o driver em mãos, clique no “Ativar a placa Wireless usando o Ndiswrapper”. O script pede que você indique o arquivo .inf dentro da pasta com os drivers da placa. Ele é o mesmo arquivo que você indicaria ao instalar a placa no Windows:
Depois de carregado o driver, a configuração da placa corre de forma normal, com a configuração das opções que acabamos de ver.
Em alguns casos (cada vez mais raros), pode ser que o ndiswrapper só funcione corretamente com uma versão específica do driver, ou que funcione com algumas limitações (falta de suporte a WPA, por exemplo). Você pode encontrar dicas e observações sobre o suporte a cada placa no: http://ndiswrapper.sourceforge.net/mediawiki/index.php/List. Esta página é bem longa e completa, contendo uma longa lista de placas testadas, links para baixar os drivers que foram usados e dicas para solucionar problemas comuns.
Você pode descobrir o modelo exato da sua placa usando o comando “lspci” no terminal. Procure pela linha referente à placa wireless, como neste screenshot:
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