Os processadores Cortex A9 oferecem um desempenho por clock mais do que competitivo em relação a processadores x86 de baixo consumo, como os Atom. Entretanto, existe uma grande barreira com relação à adoção deles em
computadores pessoais, que são os sistemas operacionais.
Não é segredo para ninguém que apesar do Linux vir lentamente crescendo em volume de usuários ao longo dos anos, o sistema operacional mais usado em micros PC é o Windows, que não possui uma versão para processadores ARM. A
Microsoft oferece apenas o Windows Mobile, que é muito limitado e possui um conjunto reduzido de softwares.
Com isso, quase todos os projetos de smartbooks, tablets e outros dispositivos baseados em processadores ARM tem sido baseados no Linux, que possui um port ARM bastante completo. Dois bons exemplos são os tablets da Nokia
(N770, N800 e N810, juntamente com o N900, que virou smartphone), que são são baseados no Maemo e os diversos dispositivos baseados no Android.
Eles oferecem bons recursos de navegação web, leitores de PDF, organizadores pessoais, players de mídia, jogos e outras funções, mas naturalmente não são capazes de rodar o AutoCAD ou o Photoshop (ou mesmo distribuições
Linux regulares, compiladas para processadores x86), o que cria uma divisão clara entre a plataforma ARM e a plataforma PC e impede uma competição mais direta entre as duas.
Um fabricante poderia criar um mini-notebook ou até mesmo um mini-desktop baseado em um processador Cortex A9 quad-core, equipá-lo com 1 GB de RAM e um HD de 250 GB e um LCD de 15 polegadas, mas o fato de a base de softwares
ser completamente diferente tornaria muito difícil vendê-lo.
Em vez disso, os fabricantes têm optado por utilizar os chips ARM em dispositivos de acesso à web (smartphones, smartbooks, etc.) e em dispositivos especializados, como Media Centers, atacando algumas áreas que são
território dos PCs, mas sem competir com eles diretamente.
Entretanto, as coisas podem começar a esquentar caso alguma empresa desenvolva um sistema operacional para desktops ARM baseado em Linux (como no caso do port do Ubuntu para ARM ou o Maemo) que seja bem aceito pelo público,
permitindo que empresas criem “PCs” baseados em processadores ARM e concorram mais abertamente com os processadores x86.
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