Câmeras compactas e antigas ainda valem a pena?

Infelizmente, a resolução de 5 MP é considerada modesta para os padrões atuais. No entanto, ainda continua sendo mais que suficientes para os fotógrafos ocasionais, que se limitam a tirar fotos em família e registrar momentos especiais. Ainda que existam outras limitações, muitas câmeras antigas de 5 MP (ou até menos) também possuem certas qualidades que não se encontram em muitos dos modelos atuais…

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Sony DSC-P8: uma ótima câmera, mesmo com a baixa resolução de 3.2 MP.

Senhores, conheçam a Sony DSC-P8, uma Cyber-shot ultra-compacta lançada em 2003, com a carcaça construída em alumínio e resolução de 3.2 MP. Pelos seus 6 aninhos de idade, muitos podem considerá-la obsoleta; no entanto, à exceção de algumas limitações óbvias (ausência de tecnologias avançadas, LCD muito pequeno e sensibilidade ISO limitada a 400), ela continuaria sendo bastante útil para o uso geral. E uma grande vantagem: embora a resolução máxima seja “baixa” para os padrões atuais, ela não sofrem tanto com o tão odiado ruído.

Geralmente, tais câmeras são equipadas com os sensores de mesmas dimensões que os atuais, o que lhe confere uma baixa densidade de megapixels por área. Quanto menor a quantidade de células fotoelétricas distribuídas em um sensor, maior área elas terão individualmente. Consequentemente, a interferência eletromagnética produzida por uma célula ao captar uma imagem (mais especificamente, um pixel) irá interferir menos no processo de captação executado pela célula vizinha.

Além das câmeras digitais compactas “de antigamente” manterem esta interessante vantagem em detrimento da atuais, certos modelos mais sofisticados para a sua época, possuem outra característica interessante: o uso de um sensor CCD sensivelmente maior que as suas contemporâneas!

Voltarei ao exemplo das Sony Cyber-shot DSC-P8 e a sua irmão maior DSC-P10 com 5.0 megapixels. A primeira utiliza um sensor CCD de 1.2/5″, ao passo que a seguinte utiliza um sensor CCD de 1.1/8″. Ambas tem praticamente a mesma densidade de pixels, o que tornaria a qualidade de imagem em ambas, equivalente. No entanto, uma tem tão somente 3.2 MPs e a outra, “generosos” 5.0 MPs (mas que são suficientes para os dias atuais). Se querem saber mais detalhes de como as dimensões do sensor influenciam na qualidade fotográfica, sugiro novamente a leitura do 1o. Artigo da série, intitulado “Os limites de uma câmera digital ultra-zoom”.

É claro que muitos celulares podem substituir as câmeras digitais mais antigas. No entanto, com o uso de sensores CMOS mais simples que, além de ter dimensões muito pequena, ainda produzem mais ruído, se comparado a um sensor CCD equivalente (devido às características próprias dos CMOS de baixo custo). Quanto ao flash embutido, nem dá para comparar: poucos são dotados de flash xenon, ao passo que a maioria dos celulares ainda utilizam LEDs para “tentarem” iluminar a cena! Pior ainda será quando os usuários sentirem a necessidade de um zoom óptico…

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Nokia N95: embora tenha uma boa câmera de 5 MPs, a ausência de um flash decente, bem como a remoção do protetor de lentes dos modelos posteriores, acabaram limitando as suas possibilidades de uso. Nem sequer possui o zoom óptico!

Pois bem, suponhamos que consegui convencer os leitores do GdH a comprar uma câmera digital antiga, já que os tempos de vacas magras não permitirão que obtenham os equipamentos mais atuais. Então, por quais modelos optar? Felizmente, existem muitos! Marcas consagradas como a Canon, a Sony, a Kodak, a Olimpus, entre outras, possuem excelentes modelos de câmeras digitais compactas, embora já estejam fora de linha. Além do mais, não será difícil encontrar vários reviews!

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Site DPreview: um “lugar” excelente para pesquisar por reviews (em inglês).

E onde comprar? Embora tais câmeras não estejam disponíveis à venda em lojas especializadas, os sites para o comércio de produtos usados (Mercado Livre) e os fóruns especializados em fotografia (na seção classificados) são ótimos pontos de partida para inciar a busca, como também procurar algum amigo ou conhecido que queira se desfazer de sua câmera antiga é outra ótima possibilidade. E se estiverem preocupados com a garantia e outras questões relacionadas, então procurem analisar o perfil do vendedor e a sua honestidade antes de fechar a compra.

Mas por favor, evitem comprar câmeras que utilizem baterias proprietárias e nem faça o uso das pilhas recarregáveis que forem fornecidas junto ao aparelho! As baterias, além de estarem com a idade avançada, certamente serão difíceis de se repor, tão logo a sua vida útil acabe; já as pilhas, além de não conhecermos a sua procedência, possivelmente ficaram um bom tempo guardadas dentro da câmera antes de serem vendidas, pois raramente um usuário vende alguma propriedade que usa constantemente.

Para finalizar, que sentido teria de comprar uma câmera digital das antigas, sabendo que as novas estão bem acessíveis? Simples: se a opção pela compra de modelos mais sofisticados é vetada por questões de custo, a escolha por um modelo antigo não só é interessante do ponto de vista econômico, como também será uma boa oportunidade de explorar as vantagens oferecidas, das quais não se encontram nos modelos atuais. Por acaso, quantas câmeras digitais compactas atuais não sofrem com o tão odiado ruído? &;-D

Por Ednei Pacheco <ednei.pacheco [at] gmail.com>
http://by-darkstar.blogspot.com/

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