Os sensores

Na fotografia digital, temos os sensores CCDs e CMOS, que são os principais componentes responsáveis pela captura da imagem. Os primeiros, são baseados em um CI que contém uma matriz de capacitores; já os segundos também, porém ao invés de capacitores, usam uma série de elementos utilizados em sistemas digitais (lógica digital), do mesmo modo que encontramos em microcontroladores. Cada uma apresenta as suas particularidades (vantagens e desvantagens), mas podem variar no aspecto relacionado à qualidade: enquanto os CMOS mais simples são bem inferiores aos CCDs (produzindo mais ruídos e outras anomalias), os mais sofisticados são geralmente utilizados em câmeras profissionais.

Diferenças dimensionais entre um típico sensor 1/2.5″ e 1/1.8″. Em vermelho, está a representação de um sensor 4/3″, tipicamente utilizados por câmeras semi-profissionais padrão “Four Thirds”.

“Quanto maior a densidade de MPs/área, maior será a incidência de ruídos”, eis uma importante regra: em virtude da alta concentração de pixels em um sensor bastante diminuto, a incidência de interferências eletro-magnéticas na captura de imagem é grande, embora atenuadas pelo pré-processamento realizado pelos processadores digitais das câmeras. E nos dias atuais, a indústria praticamente já chegou nos seus limites tecnológicos, no processo de desenvolvimento dos sensores com mais MPs, embora também tenha aperfeiçoado técnicas para reduzir o ruído.

Uma simples demonstração das diferentes densidade de pixels.

Se esta regra é especialmente válida para as câmeras compactas e de muitos celulares, não será diferente para as câmeras ultra-zoom: ambas são geralmente equipadas com os mesmos sensores, variando entre 1/2.33″ a 1/2.7″ e suportando uma resolução que vão dos 10″ aos 12″ MPs. Em contrapartida, a possibilidade de realizar configurações mais avançadas e a utilização de lentes de ótima qualidade poderão atenuar a incidência do tão odiado ruídos.

Claro que modelos de câmeras com menos MPs podem ser encontrados no mercado, mas estes certamente serão mais antigos que os atuais sendo vendidos. Tal como acontece com as CPUs & GPUs, o processo de desenvolvimento dos sensores é aperfeiçoado continuamente, atenuando as suas limitações e defeitos. Um sensor com apenas 6 MPs de 4 ou 5 anos atrás pode apresentar tanto ruído o quanto os atuais de mesmo tamanho, mesmo comportando 10 ou 12 MPs. Além do mais, quanto mais novos, mais aperfeiçoamentos serão contemplados, como a captura de cores mais ricas e a maior sensibilidade em ambientes com pouca luz.

As lentes também não se passam por desapercebidas. Desenvolvidas e fabricadas por grandes nomes do mercado, como a Leica, a Carl Zeiss e a Schreneider, seus atributos – como a distância focal e a luminosidade – são importantes elementos a serem avaliados na compra de uma câmera digital. No entanto, a o uso de sistemas de lentes para o uso geral acaba comprometendo a qualidade da imagem, dependendo das circunstâncias que serão utilizadas: distorções e aberrações são comuns, especialmente quando são utilizados o zoom mínimo ou o zoom máximo.

Enfim, isso tudo só para dizer que, em termos de qualidade de imagem, as câmeras digitais ultra-zoom não se diferem muito das câmeras digitais compactas que conhecemos. No máximo, algumas regulagens extras e o uso em situações especiais poderão conferir às ultra-zoom, melhores perspectivas de aproveitamento, mas nada além disso.

Veredicto: se querem mesmo tirar fotos de melhor qualidade, sugiro procurar câmeras digitais profissionais, semi-profissionais ou até mesmo certos modelos prosumers. Senão, não esperem muito das câmeras digitais ultra-zoom, pois embora elas ofereçam uma gama de recursos maior, ainda assim não passam de boas e eficientes câmeras digitais compactas. À não ser, que consigam encontrar um produto realmente diferenciado.