A AMD iniciou então o desenvolvimento de uma linha de chipsets, além de desenvolver um conjunto de placas de referência, projetos de placas-mãe que podem ser usados pelos fabricantes interessados. O principal objetivo não era realmente entrar para o ramo de chipsets, que na época estava fora das pretensões da AMD, mas sim estimular os demais fabricantes a desenvolverem produtos para a plataforma, quebrando a hegemonia da Intel.
O primeiro foi o AMD 750 (Irongate), o primeiro chipset para o Athlon. Ele era um projeto clássico, composto pelos chips AMD 751 (a ponte norte) e AMD 756 (a ponte sul), que eram interligados através do barramento PCI, assim como no Intel 440BX. O chipset suportava interfaces IDE ATA-66, AGP 2x e utilizava memórias SDRAM.
A falta de suporte a AGP 4x, e alguns problemas de estabilidade tornaram o AMD 750 uma alternativa um tanto quanto inadequada. Como disse, a idéia do AMD 750 não era ser uma plataforma definitiva, mas sim servir como um ponto de partida. A primeira variação usada pelos fabricantes de placas mãe foi combinar a porte norte do AMD 750 com a Ponte sul do VIA Apollo 133, criando uma espécie de solução híbrida, que combinou os recursos do AMD 750 com o suporte a ate 4 portas USB e a slots AMR. Exemplos de placas que adotaram esta solução mista são a Asus K7M e a FIC SD11.
A K7M foi um caso bastante curioso. Apesar de ser fabricada pela Asus, ela era vendida em uma caixa branca, sem nenhuma menção à marca no manual ou no CD de drivers. Até hoje não é possível encontrar qualquer referência à ela no site da Asus. Existem várias possíveis explicações para a história, que vão desde receio de represálias por parte da Intel, até medo de associar à marca a uma plataforma ainda incipiente.
De qualquer forma, a K7M foi uma boa placa dentro das limitações do chipset. Ela era uma placa full-ATX típica, com 1 slot AGP, 5 slots PCI, um slot ISA (compartilhado com o último PCI), além de som onboard e um slot AMR para a conexão de um modem, ambos cortesia do chip VIA 686A, usado como ponte sul:
Ao contrário do que tivemos com o Pentium III e Celeron, onde era possível utilizar um adaptador de 20 reais para instalar um processador soquete 370 em uma placa slot 1, não chegaram a ser fabricados adaptadores que permitissem instalar processadores soquete A em placas slot A (embora fossem tecnicamente possíveis), o que abreviou a vida útil das placas slot A, limitando seu uso à primeira leva de processadores Athlon.
O próximo da lista foi o AMD 760, que trouxe o suporte ao barramento EV6 266, que nada mais é do que uma versão atualizada do barramento original, capaz de operar a 133 MHz (mantendo as duas transferências por ciclo), além do suporte a memórias DDR. Ele incluiu também o suporte a AGP 4x e interfaces ATA-100.
Inicialmente, existiam planos para lançar um terceiro chipset, o AMD 770, que traria suporte a multiprocessamento e seria utilizado pelo AMD Mustang, uma versão do Athlon destinada a servidores, com mais cache L2. A promessa acabou não se materializando e no lugar do 770 foi lançado o AMD 760MP, uma versão atualizada do 760, que trazia suporte a multiprocessamento. O próprio Mustang acabou engavetado, dando lugar ao Athlon MP, uma versão do Athlon Palomino com suporte a SMP.
O 760MP fez um relativo sucesso, sendo utilizada em diversas placas destinadas a servidores e workstations, incluindo a Tyan Tiger MPX. Um problema na controladora USB que passou desapercebido até que o chipset já estivesse em produção fez com que toda a safra inicial de placas fossem vendidas em conjunto com uma placa USB externa, com as portas USB onboard desativadas no setup.
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