Finalmente, temos o Debian, que é provavelmente a maior distribuição Linux não-comercial, tanto em volume de desenvolvedores quanto em número de usuários, diretos e indiretos.
O primeiro anúncio público do Debian foi feito em agosto de 1993, mas a primeira versão (chamada Buzz) foi finalizada apena em 1996. A demora se deu devido ao tempo necessário para desenvolver as ferramentas de gerenciamento
de pacotes, as ferramentas de atualização do sistema e de manutenção dos repositórios e toda a metodologia de desenvolvimento que continua até hoje.
O Debian utiliza um sistema de desenvolvimento contínuo, onde são desenvolvidas simultaneamente 3 versões, chamadas de Stable (estável), Testing (teste) e Unstable
(instável). A versão estável é o release oficial, que tem suporte e atualizações de segurança freqüentes. A versão estável atual é o Etch (4.0), lançado em dezembro de 2006. Antes dele vieram o Sarge (3.1), lançado em junho de 2005; o
Woody (3.0), lançado em julho de 2002, e o Potato (2.2), lançado em agosto de 2000. Atualmente, novas versões estáveis do Debian são lançadas a cada 18 meses, sendo que a próxima, chamada de Lenny, está planejada para 14 de fevereiro.
A versão instável do Debian (chamada Sid) é a mais peculiar. Ela é uma eterna versão de testes, que não é finalizada nunca. Ela serve como um campo de testes para novos programas e novas versões dos pacotes
já existentes, permitindo que os problemas sejam detectados e corrigidos. Ao usar o Sid, você tem acesso às versões mais recentes de todos os programas, mas, em compensação, não existe garantia de estabilidade. Um programa que funciona perfeitamente hoje
pode deixar de funcionar amanhã e ser novamente corrigido na versão seguinte. Um erro em algum dos pacotes base pode fazer com que o sistema deixe de inicializar depois de atualizado e assim por diante.
As versões estáveis do Debian são tão estáveis justamente porque ficam congeladas, recebendo apenas atualizações de segurança e correções de bugs. Diz a teoria que se você continuar corrigindo bugs em um programa, sem
adicionar outros no processo, em um determinado momento você chegará a um programa livre de falhas.
O maior problema é que, devido ao longo intervalo entre os lançamentos das versões estáveis, os pacotes acabam ficando defasados em relação a outras distribuições, que utilizam um ciclo de releases mais curto. Para amenizar
o inconveniente, existe a opção de usar o Testing, que é uma prévia da próxima versão estável. Como o Testing é uma versão “incompleta”, que ainda está em desenvolvimento, normalmente o utilizamos em conjunto com o Unstable, de forma que pacotes que ainda
não estejam disponíveis no Testing, possam ser instalados a partir dele.
Tipicamente, os pacotes começam no Unstable, onde recebem uma primeira rodada de testes e, depois de algumas semanas, são movidos para o Testing. Periodicamente, os pacotes no Testing são congelados, dando origem a uma nova
versão estável. Além destes, existe o Experimental, usado como um laboratório para a inclusão de novos pacotes.
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