Com exceção do Mplayer e do VLC, que são baseados em bibliotecas próprias, quase todos os demais players de vídeo para o Linux são baseados em um backend externo. Em outras palavras, eles “terceirizam” o processamento dos arquivos de vídeo para outros aplicativos, cuidando apenas a interface e da exibição. Vamos à lista dos principais concorrentes:
Mplayer: O Mplayer é possivelmente o player de vídeo para Linux mais famoso. Ele foi o primeiro player de vídeo para a plataforma capaz de exibir vídeos em quase todos os formatos e DVDs protegidos. Muito do que existe hoje na área de suporte a formatos de vídeo e multimídia em geral, no Linux, surgiu graças ao trabalho feito no Mplayer.
Além de ser usado diretamente via linha de comando, o Mplayer acompanha uma interface simples baseada na biblioteca GTK, o gMplayer, além de ser utilizado como backend por outros players.
O grande problema com o Mplayer é que ele incorpora código de diversos outros projetos, incluindo componentes vindos de codecs proprietários. Isso faz com que ele seja um vespeiro do ponto de vista das patentes de software, em que as grandes distribuições não se arriscam a mexer. Devido a isso, muito embora o Mplayer seja ainda muito usado, ele precisa quase sempre ser instalado através de um repositório externo, como no caso do PLF (no Mandriva), do Medibuntu (no Ubuntu) ou do Debian-Multimedia.
Além da interface padrão (o gMplayer), que já está bastante ultrapassada, existem diversas outras interface para o Mplayer, que se diferenciam nos recursos e na biblioteca usada.
Um exemplo bastante promissor é o SMPlayer (http://smplayer.sourceforge.net), que é normalmente encontrado nos mesmas repositórios que oferecem o Mplayer padrão e pode ser também baixado diretamente através da página oficial.
Além de oferecer uma interface atualizada, baseada na biblioteca QT4 (por não utilizar componentes do KDE, ele é bastante leve mesmo quando usado sobre o GNOME), ele oferece algumas funções por enquanto exclusivas, com a de lembrar o ponto em que parou de assistir cada vídeo e abrí-los exatamente na mesma posição da próxima vez (a opção está disponível no General > Ajustes de Mídia” na configuração) e de permitir localizar legendas para vídeos automaticamente (com a ajuda do opensubtitles.org).
Totem: Apesar de as primeiras versões do Totem terem sido bastante deficientes, ele acabou evoluindo e se tornando o player de vídeo padrão do GNOME, o que garantiu um posto de destaque na maioria das distribuições baseadas nele. Ele ele é o único player que vem pré-instalado no Ubuntu, por exemplo.
Diferente do Mplayer, que oferece um grande volume de opções, o Totem segue a filosofia oposta, escondendo toda a complexidade e mostrando uma interface bastante espartana ao usuário, com as decisões sobre os drivers, codecs e outras opções sendo tomadas automaticamente.
Dragon Player: O Dragon Player é o equivalente do Totem dentro do KDE 4, um player de interface bastante simples, que terceiriza o trabalho pesado para outros componentes do sistema.
O Dragon Player utiliza o Solid e o Phonon para acesso ao hardware (placa de vídeo, som, etc.) e para decodificação dos vídeos. Na maioria das distribuições, o Phonon é configurado para utilizar o GStreamer como backend, o que faz com que a compatibilidade com formatos seja muito similar à do Totem.
Kaffeine: O Kaffeine é o player de mídia default do KDE 3.5 e ainda utilizado em muitas distribuições. Ele é também capaz de exibir vídeos em diversos formatos, música, DVDs e até TV, caso você tenha uma placa de captura.
O grande problema é que ele foi escrito para rodar sobre o KDE 3.5, com o uso do Arts como servidor de som (ou acesso direto à placa de som através do Alsa) e outras peculiaridades do ambiente. Enquanto escrevo (abril de 2009), ele ainda não foi portado para o KDE 4, o que coloca em risco a continuidade do software.
VLC: O VLC é outro player independente, que é capaz de exibir arquivos em diversos formatos. Ele foi também o primeiro player a oferecer suporte a DVDs protegidos no Linux. Assim como o Mplayer, algumas das bibliotecas utilizadas por ele possuem problemas relacionadas à distribuição, por isso ele fica disponível em muitas distribuições através de repositórios extras (a partir daí, basta instalá-lo através do pacote “vlc”).
Apesar de estar caindo em popularidade devido à concorrência de outros players, ele oferece a vantagem de ser bastante leve, e ser por isso uma boa opção para uso em micros antigos ou em netbooks. Diferente do Totem e do Dragon Player, ele não utiliza bibliotecas do KDE nem do Gnome.
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