Os players de áudio são uma das áreas de aplicativos Linux em que existem mais opções. Existem vários motivos para isso, que vão desde a relativa facilidade em desenvolver novos aplicativos (afinal, o sistema já inclui os drivers e as bibliotecas que fazem o trabalho pesado, ficando faltando apenas a interface e os componentes adicionais que o desenvolvedor deseje incluir) e o fluxo constante de novas idéias com relação à organização das músicas e à conectividade com iPods e outros dispositivos e também com serviços online.
Um dos melhores representantes dessa nova safra é o Amarok. Ele é um player de áudio de “nova geração”, que trabalha com um conceito de organização de arquivos diferente do usado em programas mais antigos com o XMMS e o WinAMP. Ao invés de simplesmente colocar alguns arquivos ou pastas em uma playlist, você cria uma “coleção” contendo todas as suas músicas.
O Amarok utiliza um banco de dados para armazenar todas as informações sobre as músicas, incluindo o artista, o CD do qual cada uma faz parte, gênero e assim por diante. Parte das informações são retiradas das tags ID3 dos arquivos, outras são obtidas através de uma base de dados online.
Graças à combinação das duas coisas, o Amarok é capaz de reunir músicas que fazem parte de um mesmo CD (por exemplo), mesmo que elas estejam espalhadas em várias pastas diferentes. Se você tiver muitas músicas espalhadas, vai acabar percebendo que na verdade tem faixas de muitos CDs que nem imaginava que existiam. 🙂
O processo inicial de criação da coleção e catalogação das músicas pode demorar alguns minutos, caso você tenha muitas músicas, mas depois você notará que ele oferece muitos recursos interessantes, como exibir as letras das músicas que estão tocando e mostrar imagens das capas dos CDs (tudo baixado da web). Conforme vai usando o programa, ele começa a reunir uma série de estatísticas, como as músicas que são mais ouvidas, o número de vezes que ouviu cada uma e assim por diante. Ele também oferece recursos para ouvir rádios online (ele já vem com uma lista bastante completa), podcasts, suporte a iPods e outros MP3 Players e até opções para gravar músicas da coleção direto em CD.
A interface do Amarok possui muitas funções, por isso demora um pouco para se acostumar com ele, mas o conjunto de todas as funções faz com que ele seja atualmente um dos melhores programas da área, embora naturalmente não agrade todo mundo. A grosso modo, a organização das músicas por artistas e por CD faz sentido se a sua coleção de músicas realmente é composta predominantemente por álbuns completos, com as tags ID3 dos arquivos criadas corretamente. Se você tem um monte de arquivos soltos, a coleção dentro do Amarok vira uma bagunça.
A partir daí, você pode acessar o MP3 através da aba “dispositivos” da janela principal. Clique no “Conectar”, arraste as músicas da playlist para a janela de transferência e clique no “Transferir” para fazer o sincronismo.
Outro programa com recursos similares é o Rhythmbox (www.gnome.org/projects/rhythmbox/), que utiliza as bibliotecas do GNOME. Ele se integra ao Nautilus e à barra de tarefas do GNOME, fazendo com que ele seja mais usado em distribuições que utilizam o GNOME por padrão, como o Ubuntu e o Fedora.
Para quem procura um player de música mais simples, no estilo do WinAMP do Windows, a opção mais tradicional era o XMMS, que apesar de ainda ser baseado na biblioteca GTK1 e ter ficado muitos anos sem manutenção, era ainda bastante popular devido à simplicidade. O XMMS desapareceu nas distribuições atuais, onde foi substituído pelo Audacious, que oferece recursos muito similares, mas utiliza uma base de código atualizada e está sendo mantido ativamente.
A ideia central é ter acesso simples aos seus arquivos de música, sem precisar indexá-los ou ou ter muitas funções extras. No Audacious você simplesmente abre os arquivos ou adiciona as músicas na playlist e as escuta, sem rodeios. Existem alguns plugins, que permitem adicionar recursos extras, como vários tipos de filtros de áudio e até suporte a alguns modelos de controle remoto (útil para quem usa o PC como aparelho de som), mas o principal ponto positivo é justamente a simplicidade.
Em seguida temos o Audacity, um gravador e editor de áudio que inclui diversos efeitos, filtros e ferramentas de edição e é bastante simples de usar. Ele é um programa sem equivalentes, pois é ao mesmo tempo muito fácil de usar e tão poderoso quanto muitos programas de edição mais profissionais. Ele é ideal para quem não é profissional da área, mas precisa de um programa de edição para uso no dia-a-dia.
Ao abrir o programa, você pode gravar diretamente a partir do microfone (não existe limite para o tamanho da gravação, ele simplesmente vai gravando enquanto houver espaço no HD, o que é útil ao gravar palestras e concertos) ou importar um arquivo de áudio em .mp3, .ogg, .wav ou qualquer um dos outros formatos suportados.
Usando a ferramenta de seleção (Selection Tool) você pode selecionar trechos, que podem ser removidos (tecla DEL), copiados (Ctrl+C) ou colados em outro lugar (Ctrl+V). Você pode editar os canais de áudio simultaneamente, inclusive juntando múltiplas faixas. Se você tem uma banda de garagem, por exemplo, pode gravar voz e instrumentos separadamente (com a ajuda de um metrônomo) e depois juntar tudo usando o Audacity. Isso vai gerar uma gravação muito mais próxima da feita em estúdio, onde você pode ajustar individualmente o volume de cada instrumento, remover trechos ruins, ajustar o tempo e assim por diante.
Outro programa similar, porém voltado mais para o público profissional, é o Rezound, disponível via apt-get ou no http://rezound.sourceforge.net.
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