O TurboCache é uma tecnologia desenvolvida pela nVidia, que permite que a placa de vídeo utilize parte da memória RAM do sistema como extensão da memória de vídeo, realizando os acessos através do barramento PCI Express. A
ideia básica é oferecer placas com pouca memória de vídeo dedicada, permitindo que a placa “roube” memória do sistema para completar 128, 256 ou 512 MB de memória de vídeo. Como pode imaginar, é essencialmente uma derivação dos sistemas de memória
compartilhada encontrados em chipsets de vídeo onboard.
O TurboCache é encontrado em diversas placas de baixo custo da nVidia, incluindo as GeForce 6200 TC e SE, 7100 GS, 7200 GS, 7300 LE e GS, 7500 LE e na 8400 GS (na versão de 256 MB), além de alguns modelos da série GeForce
Go, destinados a notebooks.
Ele não é usado em placas de médio e alto desempenho, simplesmente porque seu uso não faz sentido em placas com mais memória. Apesar do nome “Turbo Cache”, ele não é um recurso destinado a melhorar o desempenho da placa (em
relação a uma placa com mais memória dedicada), mas simplesmente “remendar” placas de baixo custo, permitindo que elas utilizem mais memória do que fisicamente disponível. A pequena quantidade de memória dedicada é usada como uma espécie de “cache” para a
memória compartilhada, daí o nome.
A ATI utiliza o HyperMemory, uma tecnologia muito similar, que também se baseia no uso de uma pequena quantidade de memória de vídeo dedicada, combinada com uma quantidade maior de memória compartilhada. Ele é encontrado nas
placas da série HM e também em algumas placas de baixo custo, da série LE, além de nos modelos mais básicos da Mobility Radeon, destinada a notebooks.
Você pode classificar as placas com o TurboCache ou o HyperMemory como uma classe intermediária entre as placas onboard e as placas mais caras, com mais memória dedicada. A principal armadilha é que os fabricantes muitas
vezes vendem as placas (ou os notebooks baseados nas versões mobile das mesmas) anunciando a quantidade de memória total, incluindo tanto a memória dedicada quanto a memória compartilhada. Uma determinada placa pode ser anunciada como tendo “512 MB” de
memória, quando na verdade tem apenas 64 MB e pode utilizar mais 448 MB de memória compartilhada.
O exemplo mais comum de placa que utiliza o TurboCache é a antiga GeForce 6200 TC, lançada em 2005. Ela é uma placa bastante modesta, baseada no chipset NV44, uma versão reduzida do NV43, usada nas GeForce 6600. A placa pode
vir com 16, 32, 64 ou 128 MB de memória DDR (1) dedicada, operando à 550 ou 700 MHz e ligada à GPU através de um barramento de 32 ou 64 bits.
Esse arranjo resulta em um barramento com a memória de vídeo de 2.2 GB/s (550 MHz, 32 bits) a 5.6 GB/s (700 MHz, 64 bits), que é, em muitos casos, mais estreito que o barramento com a memória principal (que pode ser de até 4
GB/s, já que o acesso é feito através do barramento PCI Express). Nesses casos, a principal vantagem da memória onboard passa a ser o tempo de latência mais baixo. A placa pode utilizar 128 ou 256 MB de memória compartilhada, de acordo com o modelo e a
versão dos drivers usados.
Outro exemplo, mais recente é a GeForce 8400 GS de 256 MB, que suporta o uso de mais 256 MB através do TurboCache, totalizando 512 MB. Assim como no caso da 6200, o TurboCache resulta em um pequeno ganho desempenho, mas em
compensação reduz a quantidade de memória disponível para o sistema (um problema sério em PCs com apenas 1 GB) e faz com que a placa dispute o barramento da memória com o processador principal.
Embora o TurboCache não seja configurável, é possível desativá-lo através do RivaTuner. Basta configurar a opção “Power User > NVIDIA Forceware 163.75 w2k System > RMDisableRenderToSysmem” com o valor “1”. Isso pode
reduzir o desempenho da placa em alguns jogos, mas em compensação evitará que ela roube memória do sistema.
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