Definição de TransÃstor
O primeiro projeto surgiu em 16 de Dezembro de 47, onde era usado um pequeno bloco de germânio (que na época era junto com o silÃcio o semicondutor mais pesquisado) e três filamentos de ouro. Um filamento era o polo positivo, o outro o polo negativo, enquanto o terceiro tinha a função de controle. Tendo apenas uma carga elétrica no polo positivo, nada acontecia, o germânio atuava como um isolante, bloqueando a corrente. Porém, quando uma certa tensão elétrica era aplicada usando o filamento de controle, uma fenômeno acontecia e a carga elétrica passava a fluir para o polo negativo. Haviam criado um dispositivo que substituÃa a válvula, sem possuir partes móveis, gastando uma fração da eletricidade gasta por uma e, ao mesmo tempo, muito mais rápido. Este primeiro transÃstor era relativamente grande, mas não demorou muito para que este modelo inicial fosse aperfeiçoado. Durante a década de 50, o transÃstor foi gradualmente dominando a indústria, substituindo rapidamente as problemáticas válvulas. Os modelos foram diminuindo de tamanho, caindo de preço e tornando-se mais rápidos. Alguns transÃstores da época podiam operar a até 100 MHz. Claro que esta era a freqüência que podia ser alcançada por um transÃstor sozinho, nos computadores da época, a freqüência de operação era muito menor, já que em cada ciclo de processamento o sinal precisa passar por vários transÃstores. Mas, o grande salto foi a substituição do germânio pelo silÃcio. Isto permitiu miniaturizar ainda mais os transÃstores e baixar seu custo de produção. Os primeiros transÃstores de junção comerciais foram produzidos partir de 1960 pela Crystalonics. A idéia do uso do silÃcio para construir transÃstores é que adicionando certas substâncias em pequenas quantidades é possÃvel alterar as propriedades elétricas do silÃcio. As primeiras experiências usavam fósforo e boro, que transformavam o silÃcio em condutor por cargas negativas ou condutor por cargas positivas, dependendo de qual dos dois materiais fosse usado. Estas substâncias adicionadas ao silÃcio são chamadas de impurezas, e o silÃcio "contaminado" por elas é chamado de silÃcio dopado. O funcionamento e um transÃstor é bastante simples, quase elementar. É como naquele velho ditado "as melhores invenções são as mais simples". As válvulas eram muito mais complexas que os transÃstores e mesmo assim foram rapidamente substituÃdas por eles. Um transÃstor é composto basicamente de três filamentos, chamados de base, emissor e coletor. O emissor é o polo positivo, o coletor o polo negativo, enquanto a base é quem controla o estado do transÃstor, que como vimos, pode estar ligado ou desligado. Quando o transÃstor está desligado, não existe carga elétrica na base, por isso, não existe corrente elétrica entre o emissor e o coletor (temos então um bit 0). Quanto é aplicada uma certa tensão na base, o circuito é fechado e é estabelecida a corrente entre o emissor e o receptor (um bit 1). Outro grande salto veio quando os fabricantes deram-se conta que era possÃvel construir vários transÃstores sobre o mesmo waffer de silÃcio. Havia surgido então o circuito integrado, vários transÃstores dentro do mesmo encapsulamento. Não demorou muito para surgirem os primeiros microchips. Atualmente, os processadores contém milhões de transistores. Um Pentium 4 possui 42 milhões, um Athlon Thunderbird possui 37 milhões e assim por diante. Apesar disso, tudo o que é processado baseia-se nestes dois estados: 1 e 0. Existe um segundo tipo de transÃstor, que ainda é razoavelmente usado em situações onde é necessário lidar com uma grande tensão elétrica, que tem a mesma função, mas é composto de um bloco de germânio ao invés de silÃcio. O germânio também é um material semicondutor e foi a base dos primeiros transÃstores.
Uma observação é que o termo original, em inglês é "transistor", sem o acento. O problema é que em português pronunciamos "transÃstor" e não "transistor", por isso é comum que ao escrever em português o termo seja "aportuguesado" e escrito com o acento. O mesmo acontece com a palavra "micron", que é muitas vezes escrita com acento (mÃcron), indicando a pronúncia mais usada. Nestes casos você fica livre para escrever da forma que preferir.