Definição de Sempron

Por Carlos E. Morimoto. Há .

Com o lançamento do Athlon 64 e da plataforma soquete 754, o Athlon XP se tornou um processador de baixo custo dentro da linha da AMD. O problema é que essa posição já era ocupada pelo Duron, de forma que o Athlon XP acabou ficando no meio, atrapalhando tanto as vendas do Athlon 64, quanto do Duron.

Para colocar ordem na casa, a AMD decidiu descontinuar tanto o Duron quanto o Athlon XP em 2004, dando origem ao Sempron, sua nova linha de processadores de baixo custo.

O Sempron soquete A nada mais é do que um Athlon Thoroughbred-B, Thorton ou Barton, vendido sob um índice de desempenho um pouco "afrouxado", onde o índice dos processadores foi aumentado em de 100 a 200 pontos, sem que fossem feitas mudanças na arquitetura. Basicamente, a AMD usou a linha para vender todos os processadores soquete A que ainda tinha em estoque, aproveitando enquanto havia procura.

A versão 2800+, por exemplo, era na verdade um Thorton, operando a apenas 2.0 GHz, enquanto o 3300+ era um Barton operando a 2.2 GHz. A explicação oficial é que no Sempron o índice passou a ser calculado em relação ao desempenho do Celeron D (que seria seu concorrente direto) e não mais em relação ao Pentium 4.

Os Semprons soquete A conviveram com os processadores soquete 754 por algum tempo, até que a plataforma soquete A foi finalmente descontinuada.

Apesar de serem processadores completamente diferentes que os Semprons soquete A baseados no Barton, Thorton e Thoroughbred-B, a AMD continuou utilizando a marca "Sempron" ao lançar a linha de processadores de baixo custo, baseada na arquitetura K8.

Além da questão do cache menor, as versões iniciais do Sempron vinham sem suporte ao AMD64, ou seja, sem suporte às instruções de 64 bits, incluindo os registradores extra e as outras melhorias trazidas pela arquitetura. Embora fossem baseados na arquitetura K8, eles eram processadores de 64 bits, sem praticamente nenhuma das inovações trazidas por ela.

Outra diferença é que o índice de desempenho do Sempron é calculado com relação ao desempenho do Celeron D e não ao Pentium 4. Isso faz com que exista uma diferença significativa entre o desempenho de um Sempron "3000+" e de um Athlon 64 também "3000+".

Por exemplo, o Athlon 64 3000+ baseado no core Newcastle (2.0 GHz, soquete 754, com 512 KB de cache) tem um desempenho parecido com o de um Sempron de 2.2 GHz com 256 KB de cache, baseado no core Palermo. O problema é que o Palermo de 2.2 GHz recebe o índice "3400+", 400 pontos acima do índice do Athlon 64 equivalente.

Overclock do Sempron derivado da família Athlon 64:

Assim como os demais processadores dentro da família do Athlon 64, o Sempron não é particularmente generoso com relação aos overclocks. Os melhores dentro da família são os com core Manila, do 2800+ ao 3200+ (1.6 a 2.0 GHz). Eles utilizam uma tensão dual de 1.25v - 1.4v e, na maioria dos casos, podem ser overclocados para até 2.4 GHz com estabilidade, desde que a placa-mãe suporte a freqüência necessária e você aumente a tensão do processador em 0.1v.

A maioria das placas baratas, baseadas em chipsets SiS e VIA podem trabalhar com o FSB a até 220 MHz com estabilidade, o que permitiria fazer overclock das versões de 1.6, 1.8 e 2.0 GHz para, respectivamente, 1.76, 1.98 e 2.2 GHz. Neste caso o overclock é simples e na maioria dos casos você não vai precisar sequer aumentar a tensão do processador (embora um aumento de 0.05v possa ajudar a manter a estabilidade):

A partir daí, as possibilidades dependem das opções disponíveis no Setup da placa-mãe. O primeiro problema é a freqüência do barramento HyperTransport (HT Frequency), que é particularmente sensível. Nas placas soquete 754 o HyperTransport trabalha a 800 MHz (200 MHz x 4) e nas soquete 939 ou AM2 ele trabalha a 1.0 GHz (200 MHz x 5). Em ambos os casos, ele não suporta trabalhar com estabilidade a mais do que, respectivamente, 900 ou 1100 MHz, o que nos restringe ao humilde overclock de 10% do passo anterior.

Para ir além, é necessário que a placa-mãe ofereça a opção de ajustar o multiplicador do barramento HyperTransport. Desta forma, você pode reduzir o multiplicador de 4x ou 5x para, respectivamente, 3x e 4x, o que permitirá aumentar o FSB para até 250 MHz com relativa segurança. Usando um multiplicador de 4x e 250 MHz em uma placa AM2, o HyperTransport trabalharia a 1.0 GHz, sua freqüência padrão. Em uma placa soquete 754, você poderia aumentar o FSB para até 270 MHz e ainda assim (com multiplicador 3x) o HyperTransport estaria operando a 810 MHz.

Reduzindo o multiplicador do HyperTransport e aumentando a tensão do processador em 0.1v, você poderia aumentar a freqüência do FSB para 240 MHz e assim obter 1.92, 2.16 e 2.4 GHz. No caso das versões de 1.6 e 1.8 GHz, você poderia ir um pouco mais longe e ajustar o FSB para 250 MHz, obtendo 2.0 e 2.25 GHz, respectivamente.

A até 2.4 GHz, o processador deve funcionar sem problemas utilizando um cooler padrão, desde que o gabinete seja bem ventilado. A partir daí, os resultados variam muito de acordo com a série do processador, placa-mãe, cooler usado e até mesmo com a qualidade da fonte de alimentação, já que quanto maior a freqüência, maior o consumo elétrico e consequentemente maior o stress sobre ela.

Praticamente todas as placas soquete 754, 939 e AM2 oferecem a opção de manter a memória operando de forma assíncrona. Isso permite que você aumente a freqüência do FSB (e consequentemente do processador) sem mexer na freqüência da memória. Depois de testar o overclock do processador, você pode obter um pequeno ganho adicional aumentando a freqüência, ou baixando os tempos de espera da memória. Neste caso as possibilidades dependem das opções oferecidas pela placa e da qualidade dos módulos de memória instalados.

Para overclocks mais extremos, outra opção útil é o "PCI/AGP Lock", opção suportada por placas com chipset nVidia e algumas com chipset VIA, onde é possível justar a freqüência do FSB de forma independente da freqüência dos demais barramentos da placa. assim como no caso da memória.

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