Definição de Plug-and-play

Por Carlos E. Morimoto. Há .

Atualmente, estamos acostumados a instalar o dispositivo, instalar os drivers e ver tudo funcionar, mas antigamente as coisas não eram assim tão simples, de forma que o plug-and-play foi tema de grande destaque.

Tudo começa durante a inicialização do micro. O BIOS envia um sinal de requisição para todos os periféricos instalados no micro. Um periférico PnP é capaz de responder ao chamado, permitindo ao BIOS reconhecer os periféricos PnP instalados. O passo seguinte é criar uma tabela com todas as interrupções disponíveis e atribuir cada uma a um dispositivo. O sistema operacional entra em cena logo em seguida, lendo as informações disponibilizadas pelo BIOS e inicializando os periféricos de acordo.

As informações sobre a configuração atual da distribuição dos recursos entre os periféricos é gravada em uma área do CMOS chamada de ESCD. Tanto o BIOS (durante o POST) quanto o sistema operacional (durante a inicialização) lêem essa lista e, caso não haja nenhuma mudança no hardware instalado, mantêm suas configurações. Isso permite que o sistema operacional (desde que seja compatível com o PnP) possa alterar as configurações caso necessário. No Windows 95/98, o próprio usuário pode alterar livremente as configurações do sistema através do gerenciador de dispositivos, encontrado no ícone sistema, dentro do painel de controle.

Na maioria das placas-mãe, você encontra a opção "Reset ESCD" ou "Reset Configuration Data" que, quando ativada, força o BIOS a atualizar os dados da tabela, descartando as informações anteriores. Em muitos casos, isso soluciona problemas relacionados à detecção de periféricos, como, por exemplo, ao substituir a placa de som e perceber que a nova não ser detectada pelo sistema.

Nos micros atuais, os conflitos de endereços são uma ocorrência relativamente rara. Na maioria dos casos, problemas de detecção de periféricos, sobretudo no Linux, estão mais relacionados a problemas no ACPI, ou à falta de drivers ou suporte por parte dos drivers existentes.

O ACPI é o responsável não apenas pelo suporte a economia de energia (incluindo o ajuste dinâmico da freqüência do processador), mas também pela inicialização de vários periféricos. É comum, por exemplo, que a placa wireless não seja detectada, ou que você não consiga ativar o transmissor usando os botões até que instale o driver ou utilitário fornecido pelo fabricante. No Acer 5043 (e outros modelos similares), por exemplo, você só consegue ativar o transmissor da placa wireless depois de instalar o Acer Launch Manager.

Em placas antigas, que ainda possuem slots ISA, existe um complicador adicional, já que placas legacy ISA (as configuradas via jumper) não são detectadas pelo BIOS e por isso não entram na tabela de endereços, o que pode fazer com que os endereços usados por elas sejam atribuídos a outras placas, causando conflitos, como nos velhos tempos.

Para evitar esse problema, é preciso reservar manualmente os endereços de IRQ e DMA ocupados por periféricos ISA de legado através da sessão "PNP/PCI Setup" do Setup. Se, por exemplo, você tiver uma placa de som não PnP, que esteja configurada para utilizar o IRQ 5 e os canais de DMA 1 e 5, você deverá reservar os três canais, para que o BIOS não os atribua a nenhum outro periférico.

O Windows (desde o 95) inclui algumas rotinas que permitem identificar estes periféricos antigos de maneira indireta, configurando-os e salvando as configurações no ESCD. A verificação é feita durante a instalação e através do utilitário "Adicionar novo Hardware". Apesar de não ser infalível, esse recurso permite diminuir bastante os conflitos gerados por periféricos antigos.

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