Definição de MRAM
As memórias MRAM (Magnetoresistive RAM) utilizam células magnéticas para armazenar dados, ao invés de células que armazenam eletricidade, como nas memórias DRAM, SRAM ou Flash. O layout básico lembra um pouco um módulo de memória DRAM, onde temos um transÃstor para cada bit de dados. A grande diferença é que, no lugar de um capacitor, é usada uma célula magnética, que pode ser gravada e lida usando eletricidade e conserva seus dados por longos perÃodos (assim como nos HDs) sem precisar de refresh ou alimentação elétrica.
As memórias MRAM são quase tão rápidas quanto as memórias SRAM, consomem menos energia e suportam um número quase ilimitado de ciclos de leitura e gravação, ao contrário das memórias Flash. Elas são uma espécie de "Santo Graal" da informática, uma tecnologia que, se fosse suficientemente barata, poderia vir a substituir, com vantagens, a maioria dos demais tipos de memórias.
O problema é que as memórias MRAM são difÃceis de fabricar e até o momento nenhum fabricante foi capaz de produzir chips com densidades similares à memória RAM ou Flash.
Embora se fale nas memórias MRAM desde a década de 90, os primeiros chips disponÃveis comercialmente foram produzidos apenas em 2006 (pela Freescale).
O ponto positivo é que os chips trabalhavam com tempo de acesso de apenas 35 ms, tanto para leitura quanto para gravação, o que bate de longe os chips de memória Flash e rivaliza com os chips de memória SRAM usados em palmtops e no cache de HDs, oferecendo a vantagem de não perderem os dados armazenados e não precisarem de alimentação elétrica. O problema é que armazenavam apenas 4 megabits (512 KB) e custavam US$ 25 cada.
Estes chips foram produzidos em pequena escala, usando técnicas obsoletas de produção, por isso o preço e a densidade atingida tendem a melhorar conforme a tecnologia avance e os chips passem a ser produzidos em maior escala. Diversas empresas, entre elas a IBM e a Samsung, têm investido no desenvolvimento de memórias MRAM, por isso devemos ter progressos nos próximos anos.
De inÃcio, o concorrente das memórias MRAM são justamente os chips de memória SRAM, que são o tipo mais rápido e caro de memória em uso atualmente. As aplicações são óbvias: HDs com caches que não perdem os dados quando o micro é desligado no botão, além de palmtops e celulares menores e com uma maior autonomia de energia.
A longo prazo, pode ser que as memórias MRAM passem a ser usadas em PCs, substituindo a memória RAM. Um PC que utilizasse memórias MRAM como memória principal poderia manter o estado anterior depois de desligado, sem precisar de um novo processo de boot. Não haveria mais problema de perda de dados por causa de desligamentos incorretos, pois ao ligar o PC novamente, tudo estaria como antes.
A partir daÃ, quem sabe, novas técnicas de produção permitam que passem a concorrer com as memórias Flash, mas por enquanto, isso ainda é exercÃcio de futurologia. A menos que alguma grande revolução aconteça, as memórias MRAM devem demorar pelo menos mais 4 ou 5 anos para se tornarem competitivas com as memórias SRAM e pelo menos uma década para começarem a substituir as memórias DRAM em alguns nichos.