Definição de Core 2 Duo

Por Carlos E. Morimoto. Há .

O Core 2 Duo é o sucessor do Pentium 4. Ele nasceu como uma evolução do Pentium-M, que é, por sua vez, uma versão aprimorada do antigo Pentium III, um processador com menos estágios e menos transístores, incapaz de atingir freqüências de operação muito altas, mas que, em compensação, oferecia um desempenho por clock muito superior ao do Pentium 4.

A idéia era trabalhar para reforçar os pontos fortes do Pentium III e minimizar seus pontos fracos, produzindo um processador com um desempenho por ciclo ainda melhor, mas que, ao mesmo tempo, consumisse menos energia e fosse capaz de operar a freqüências mais altas.

A primeira encarnação do Pentium-M foi o core Banias (lançado em 2003). Muitos defendem que o Banias recebeu tantas melhorias em relação ao Pentium III, que pode ser considerado um novo projeto em vez de uma evolução deste. Como neste caso os critérios são subjetivos, você pode aderir a qualquer uma das duas linhas, como preferir.

O Banias foi fabricado numa técnica de produção de 0.13 micron, com 64 KB de cache L1 e 1 MB de cache L2 e em versões de até 1.6 GHz. O barramento com o chipset (o principal ponto fraco do Pentium III) foi substituído pelo mesmo barramento de 400 MHz utilizado do Pentium 4, reduzindo o gargalo na conexão com a memória.

O Banias recebeu ainda o reforço das instruções SSE2 e uma versão aprimorada do SpeedStep, que gerencia dinamicamente o clock, tensão e componentes internos do processador, desativando os componentes que não estão em uso e reduzindo a freqüência nos momentos de pouca atividade, reduzindo bastante o consumo do processador. Um Banias de 1.6 GHz consome 24 watts ao operar na freqüência máxima, mas consome pouco mais de 4 watts quando ocioso, operando na freqüência mínima.

Junto com o Banias, veio a marca "Centrino", uma jogada de marketing da Intel, para vender o pacote completo, com o processador, chipset e placa wireless. Apenas os notebooks com os três componentes podem usar a marca "Centrino", criando uma certa pressão sobre os fabricantes.

O Banias mostrou ser um processador promissor. Mesmo com o agressivo sistema de gerenciamento de energia (que causava uma pequena diminuição no desempenho, mesmo quando o processador operava na freqüência máxima), o Banias era cerca de 50% mais rápido que um Pentium 4 Northwood do mesmo clock (embora ficasse longe de superá-lo, já que operava a freqüências de clock muito mais baixas).

Em 2004 foi lançado o Pentium-M com core Dothan, equipado com 2 MB de cache L2, melhorias no circuito de branch prediction (que minimiza a perda de tempo com operações de tomada de decisão), um reforço nas unidades de execução de inteiros e melhoria no acesso aos registradores. Combinadas, estas melhorias resultaram num ganho real de cerca de 8% em relação a um Banias do mesmo clock.

O Pentium M com core Dothan atingiu 2.0 GHz (Pentium M 755), com um consumo de apenas 21 watts, menos que o Banias de 1.5 GHz.

Como de praxe, foi lançada também uma versão do Celeron baseada no Dothan, o Celeron-M, que se tornou bastante comum nos notebooks de baixo custo. Ele é castrado de duas formas, a fim de não concorrer diretamente com o Pentium-M: vem com metade do cache e com o suporte ao gerenciamento de energia desativado, fazendo com que o processador trabalhe sempre na freqüência máxima, desperdiçando energia e reduzindo a autonomia das baterias.

Aproveitando o baixo consumo do Dothan, a Intel desenvolveu o Yonah, um processador dual-core para notebooks, produzido usando uma técnica de 0.065 micron. O Yonah original passou a ser vendido sobre a marca "Core Duo", enquanto uma versão de baixo custo, com um único core assumiu a marca "Core Solo".

Assim como o Dothan, o Yonah possui 2 MB de cache L2. Entretanto, em vez de ser dividido entre os dois cores (1 MB para cada um), o cache é compartilhado, permitindo que ambos os cores acessem os mesmos dados, evitando assim duplicação de informações e desperdício de espaço. Nos momentos em que o processador está parcialmente ocioso, o segundo core pode ser completamente desligado (para economizar energia), deixando o primeiro core com um cache de 2 MB inteiramente para si.

A desvantagem do cache compartilhado é que ele aumenta o tempo de latência: são necessários 14 ciclos para acessar alguma informação no L2 do Yonah, contra 10 ciclos do Dothan. Apesar disso, o Yonah possui dois núcleos, o que acaba compensando a diferença e proporcionando um bom ganho em relação ao Dothan. Outro pequeno ganho é proporcionado pela inclusão das instruções SSE3.

Um processador dual core melhora bastante a responsividade do sistema ao executar várias tarefas simultaneamente, já que os processos podem ser divididos entre os dois cores, porém faz pouca diferença ao rodar aplicativos leves. Porém, hoje em dia é comum deixarmos muitos programas abertos simultaneamente, sem falar nos processos em background, o que faz com que um processador dual-core realmente proporcione uma melhora significativa, embora a maioria dos benchmarks não mostrem isso, já que simulam o uso de um único aplicativo.

O Yonah inclui uma versão atualizada do sistema gerenciamento de energia introduzido no Banias, que desliga partes do processador ociosas, mantendo apenas um dos cores ativos em momentos de pouca atividade. Isso faz com que o consumo médio de um Core Duo, em tarefas leves, não seja muito diferente de um Core Solo do mesmo clock, o que acaba juntando o melhor dos dois mundos.

Ao executar tarefas pesadas, um Core Duo de 2.0 GHz consome 31 watts, contra 21 watts do Dothan do mesmo clock. Ou seja, mesmo com os dois cores ativos, o consumo aumenta menos de 50%, muito longe de dobrar, como seria de se esperar.

Apesar de possuir um desempenho por ciclo de clock muito superior ao do Pentium 4 e do Pentium D, superando-os em muitas aplicações, o Yonah era um processador mobile e por isso era limitado a freqüências de operação relativamente baixas.

Surgiu então o Conroe, uma versão aperfeiçoada do Yonah, com foco no uso em desktops, que deu origem às primeiras versões do Core 2 Duo, lançadas em junho de 2006. Embora seja um chip radicalmente diferente, ele é produzido utilizando a mesma técnica de 0.065 micron utilizada na produção do Cedar Mill e do Presler e utiliza o mesmo encapsulamento que eles. Outra similaridade com o Pentium D é o uso do mesmo barramento de dados, o que permitiu que o Conroe continuasse utilizando o soquete LGA775, introduzido em 2004.

Praticamente todas as placas soquete 775 produzidas a partir de 2006 oferecem suporte ao Conroe, embora muitas precisem de um upgrade de BIOS. O grande problema são as placas antigas, que incluem quase todas as placas produzidas em 2004 e 2005 e parte das placas produzidas nos primeiros meses de 2006.

O Core 2 Duo precisa de uma placa com um regulador de tensão compatível com a especificação VRM 11, que foi finalizada apenas em 2006. Sem um regulador de tensão compatível, a placa não tem como gerar as tensões utilizadas pelo processador e acaba sendo incompatível, mesmo que utilize um chipset compatível e um BIOS capaz de reconhecer corretamente o processador.

Todos os Core 2 Duo utilizam o soquete 775, sem nenhum tipo de compatibilidade com as antigas placas soquete 478, que ficam limitadas aos Pentium 4 e Celeron D.

O Conroe não inclui nenhum tipo de controlador de memória integrado. Essa continua sendo uma exclusividade do Athlon 64 e sua principal arma, que permite reduzir de forma substancial o tempo de acesso à memória, ajudando assim a reduzir a pressão sobre os caches. O Athlon 64 também possui 128 KB de cache L1 (64k dados + 64k instruções), o dobro do Conroe, que possui apenas 64KB (dividido em dois blocos de 32 KB, para dados e instruções).

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