Definição de 386

Por Carlos E. Morimoto. Há .

Em outubro de 1985 a Intel lançou o 386, que marcou o início dos tempos modernos. Ele trouxe vários recursos novos. Para começar, o 386 trabalha tanto interna quanto externamente com palavras de 32 bits e é capaz de acessar a memória usando um barramento de 32 bits, permitindo uma transferência de dados duas vezes maior. Como o 386 pode trabalhar com palavras binárias de 32 bits, é possível acessar até 4 GB de memória (2 elevado a 32ª potência), mesmo sem usar a segmentação de endereços, como no 8088.

Assim como o 286, o 386 continua possuindo os dois modos de operação. A diferença é que no 386 é possível alternar entre o modo real e o modo protegido livremente. Os programas que rodavam sobre DOS podiam chavear o processador para o modo protegido, para se beneficiarem de suas vantagens e voltarem ao modo real sempre que precisavam usar alguma sub-rotina do DOS, de maneira transparente ao usuário. Nesse caso, era usado um programa de DPMI ("DOS Protected Mode Interface", ou "interface DOS de modo protegido") para fazer o chaveamento entre os dois modos.

Toda vez que o programa precisava usar alguma sub-rotina do DOS, ele passava o comando ao chaveador e ficava esperando. O chaveador, por sua vez, colocava o processador em modo real, executava o comando, chaveava o processador para o modo protegido e entregava o resultado ao aplicativo, que continuava trabalhando como se nada tivesse acontecido. Um bom exemplo de programa de DPMI é o DOS4GW, que é usado por muitos jogos antigos que rodam sobre o MS-DOS, como o DOOM, Sim City 2000 e vários emuladores de videogames.

O esquema de chaveamento também era utilizado pelo Windows 3.x, que incluía todas as rotinas necessárias, dispensando qualquer programa de DPMI. O Windows 95/98 também pode chavear para o modo real caso precise carregar algum driver de dispositivo de modo real. No Windows XP os programas DOS passaram a ser executados dentro de um emulador (ao invés de nativamente), o que reduziu a compatibilidade do sistema com os aplicativos MS-DOS.

Ter um processador 386 é o requisito mínimo para rodar qualquer sistema operacional moderno. Com um 386, memória RAM e espaço em disco suficiente, você pode rodar o Windows 95 e aplicativos, embora bem lentamente devido à pouca potência do processador. Você pode também instalar distribuições Linux antigas e (usando algum truque para burlar a detecção da configuração mínima ao instalar o sistema) até mesmo instalar o Windows 98.

Com um simples 286, no máximo você poderia rodar o DOS e aplicativos mais simples, que operassem em modo real. Também era possível rodar o Windows 3.0, porém em modo "Standard", onde era possível acessar todos os 16 MB de memória permitidos pelo 286, mas sem memória virtual nem multitarefa.

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