Em outubro de 2025, o Windows 10 chega oficialmente ao fim de sua vida útil. A Microsoft deixará de liberar patches de segurança e atualizações, marcando o encerramento de um ciclo que começou em 2015. O detalhe é que, a poucas semanas do prazo final, o sistema ainda está presente em milhões de computadores — inclusive no Brasil, onde responde por quase um terço do mercado.
Versões do Windows mais utilizadas no Brasil em 2025
Enquanto isso, o Windows 11 já domina com folga, mas enfrenta uma transição mais lenta que a dos seus antecessores. E, em meio a esse duelo de gerações, até versões históricas como Windows 7 e XP seguem vivas.
De acordo com o levantamento da Statcounter de agosto de 2025, este é o cenário no Brasil é o seguinte:
Versão do Windows | Participação de mercado no Brasil (ago/2025) |
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Windows 11 | 68,8% |
Windows 10 | 30,16% |
Windows 7 | 0,79% |
Windows 8 / 8.1 | 0,16% (0,08% cada) |
Windows XP | 0,08% |
O dilema do Windows 10
Globalmente, o Windows 10 recuperou terreno frente ao Windows 11 nos últimos meses. Em agosto, enquanto o sucessor caiu 4,43 pontos, o antecessor subiu 2,65.
A questão é que, no próximo 14 de outubro de 2025, o suporte acaba. Isso não significa que o PC vai parar de funcionar, mas que ficará mais vulnerável a ataques e falhas críticas. Para usuários comuns, restam três alternativas:
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Atualizar para o Windows 11 — gratuita, se o hardware for compatível.
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Pagar pelo suporte estendido (ESU) — renovado anualmente, válido até outubro de 2026.
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Manter o Windows 10 ou migrar para alternativas — como Linux, em cenários mais controlados.
Por que o Windows 11 não deslanchou mais rápido
O Windows 11 completou quase quatro anos no mercado, mas sua curva de adoção foi freada por exigências de hardware, como TPM 2.0 e processadores de gerações recentes.
Na prática, isso deixou milhões de computadores, perfeitamente funcionais com Windows 10, de fora da atualização. O resultado foi uma percepção de obsolescência forçada, algo que reforça a resistência ao novo sistema.
Pressão para o upgrade
Nos últimos meses, a Microsoft intensificou a pressão. Usuários do Windows 10 relatam notificações em tela cheia pedindo a atualização, mesmo após já terem recusado anteriormente.
As mensagens lembram o fim do suporte e oferecem opções de download imediato ou agendamento. Para convencer os resistentes, a empresa destaca recursos exclusivos do Windows 11, como integração com IA, interface redesenhada e atualizações mais frequentes.
Ainda assim, o risco é claro: se a companhia for rígida demais, deixará milhões de PCs vulneráveis. Se for flexível, atrasará a chegada do Windows 12, previsto para 2026.
O bug do SSD aumenta a desconfiança
Para piorar, a atualização de agosto de 2025 do Windows 11 foi acusada por usuários de inutilizar alguns SSDs. Casos relatados envolvem marcas como Corsair, SanDisk e Kioxia, com sintomas que vão da perda de arquivos à falha completa do drive.
A Microsoft nega relação direta com o patch de segurança KB5063878, mas reconheceu que está investigando em conjunto com fabricantes. Enquanto isso, especialistas recomendam cautela, como evitar transferências de arquivos muito grandes em unidades quase cheias.
O fantasma do Windows XP
O grande detalhe curioso dos números de 2025 é que o Windows XP ainda resiste. Mais de duas décadas após seu lançamento e catorze anos depois de ter sido oficialmente aposentado, ele segue presente em nichos inesperados do mundo digital.
No Brasil, aparece em 0,08% das máquinas, o que equivale a dezenas de milhares de computadores ainda em atividade. Globalmente, a fatia fica entre 0,1% e 0,2%. Pode parecer pouco, mas revela a força de um sistema que marcou uma geração e que, por razões práticas, continua vivo em lugares improváveis.
Parte dessa sobrevida se explica pelo custo de atualizar sistemas críticos. Ainda hoje, caixas eletrônicos, hospitais e até sistemas de transporte dependem do veterano, porque substituir hardware e revalidar softwares pode custar dezenas de milhares de dólares por máquina. Em alguns hospitais da Holanda, por exemplo, equipamentos médicos milionários seguem rodando XP simplesmente porque funcionam.
Para atenuar os riscos de segurança digital que isso representa, muitas instituições isolam esses sistemas em redes internas ou os mantêm em máquinas virtuais para reduzir riscos.