A Starlink, subsidiária da SpaceX, enviou mais terminais de internet para a Ucrânia. Em especial pelas cidades bombardeadas pelo exército russo. Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, confirmou através de sua conta no Twitter o envio dos novos terminais. Ele agradeceu a Elon Musk pela ajuda. E por falar no bilionário, ele disse que não impedirá as agências de notícias russas de usarem a internet via satélite fornecida pela Starlink.
No dia 28 de fevereiro Elon Musk apontou os satélites da Starlink para a Ucrânia e enviou alguns terminais para o país. Dessa forma ele poderia ajudar os cidadãos ucranianos a se manterem conectados e em contato com os familiares. Devido ao ataque russo, o sinal da Starlink era o único em funcionamento nas áreas de combate.
Starlink é a única conexão funcional na Ucrânia
A ONG NetBlocks registrou várias oscilações de internet na Ucrânia. Em especial nas cidades de Kiev e Mariupol. As redes da maior operadora do país, GigaTrans, ficaram instáveis desde o início da guerra.
Isso faz dos terminais de internet da Starlink um verdadeiro alvo. Afinal de contas, é do interesse das forças russas que a Ucrânia tenha dificuldade em se manter conectada. E a Rússia tem décadas de experiência em triangular sinais de rede. Uma vez identificada a localização do terminal, basta bombardear o local para destruir um dos pontos de conexão.
Elon Musk se recusa a bloquear estatais russas
Além de fornecer internet para a Ucrânia, Elon Musk afirmou que recebeu vários pedidos para impedir que canais da mídia estatal russa conseguissem se conectar à internet da Starlink. Mas ele respondeu em seu Twitter:
“A Starlink recebeu um pedido de alguns governos (não o da Ucrânia) para bloquear fontes de notícia da Rússia. Nós não faremos isso a não ser sob a mira de uma arma. Desculpe ser um defensor da liberdade de expressão absoluta.”
Starlink has been told by some governments (not Ukraine) to block Russian news sources. We will not do so unless at gunpoint.
Sorry to be a free speech absolutist.
— Elon Musk (@elonmusk) March 5, 2022
A resposta do bilionário não foi bem recebida por todos, já que várias empresas de tecnologia bloquearam a mídia estatal russa de suas plataformas. Um de seus seguidores no Twitter argumentou que os canais da mídia estatal russa transmitem propaganda pró-Kremlin, incluindo diversas fake news para justificar a invasão. Daí ele respondeu: “todos os veículos de notícia fazem propaganda, alguns mais do que outros”.
Empresas de tecnologia aplicam sanções à Rússia
Assim, a Starlink fica sendo a única empresa de tecnologia a não bloquear os canais russos. Por exemplo, na semana passada, YouTube e Facebook suspenderam as contas de duas das maiores agências de notícias russas, a Russia Today e o Sputnik. Ambos os veículos estavam espalhando fake news para justificar a guerra. Antes disso, AMD, Intel e NVIDIA pararam de vender processadores e placas de vídeo para a Rússia.
Além disso, Samsung e Microsoft suspenderam as vendas de seus produtos na Rússia. O mesmo vale para a Apple. Os serviços de pagamentos Apple Pay e Google Pay também pararam de funcionar com cartões emitidos por bancos russos. O Paypal, por sua vez, também suspendeu os pagamentos feitos na Rússia. Ou seja, quanto mais esta guerra se estende, mais sanções à Rússia são estabelecidas.
Fonte: Engadget