Durante uma conversa descontraída com John Collison, cofundador da Stripe, o presidente da OpenAI, Greg Brockman, lançou uma ideia ousada: e se a IA deixasse de ser apenas um assistente de tarefas e passasse a ser o chefe?
“O que eu acho que será muito interessante ver é se existe um mundo onde a IA se torna o chefe, te dá ideias e te atribui tarefas. Isso é algo totalmente oposto do que pensamos”, disse Brockman, entre risos, no podcast Cheeky Pint.. A fala carrega mais do que humor — ela projeta um cenário que pode reconfigurar a estrutura de trabalho como conhecemos.
Do apoio à liderança: a escalada da IA nas empresas
Nos últimos anos, o discurso mais comum sobre inteligência artificial no mercado de trabalho é o de auxílio: automatizar tarefas, acelerar fluxos, oferecer sugestões. Mas a ideia de uma IA ocupando funções estratégicas de liderança ainda parecia distante — até agora.
Segundo Brockman, a IA caminha para ser mais do que uma ferramenta operacional. Com a capacidade de compreender profundamente necessidades humanas e contextos corporativos, os sistemas poderiam, em tese, tomar decisões de alto nível, baseadas em dados e empatia simulada.
IA com empatia funcional: ficção ou próximo passo?
“Será que podemos alcançar resultados reais e tornar o trabalho mais significativo para as pessoas com uma IA que entende você tão bem quanto um médico entende seus pacientes?”, questiona Brockman.
Essa provocação reflete uma visão em que algoritmos não apenas organizam rotinas, mas também entendem motivações, talentos e emoções — o tipo de insight que, até hoje, se esperava de líderes humanos.
Entre tendências e temores: o que vem a seguir?
A declaração não vem sozinha. Dias antes, o CEO da OpenAI, Sam Altman, já havia defendido que a IA pode ajudar os profissionais a levar “vidas mais plenas”, ao aliviar o peso de tarefas repetitivas. Juntas, as falas apontam para uma visão otimista, e ambiciosa, de um mercado de trabalho reformulado.
Mas, para muitos, a ideia de uma inteligência artificial na cadeira de gestor ainda gera mais dúvidas do que entusiasmo. Como equilibrar autoridade algorítmica com valores humanos? Como evitar vieses? Como manter a empatia genuína?
As respostas ainda não existem. Mas os questionamentos, agora públicos, indicam um novo capítulo na relação entre tecnologia e liderança.