O hábito de se informar mudou radicalmente nos últimos anos. Nos Estados Unidos, mais da metade dos jovens com menos de 35 anos já acessa notícias por redes sociais e plataformas de vídeo, deixando televisão e sites tradicionais em segundo plano. Dentro desse cenário, o Facebook ainda é a principal rede social para acesso a notícias, embora em queda: de mais de 40% de alcance em 2016, a plataforma agora aparece com 26%.
No Brasil, o retrato é diferente. Segundo o Reuters Institute Digital News Report 2025, o YouTube já é a rede mais usada para acompanhar notícias, alcançando 37% dos usuários semanais, seguido de perto por WhatsApp (35%), Instagram (29%) e Facebook (27%).
A queda do Facebook e a ascensão dos rivais
Embora ainda lidere nos EUA, o Facebook perdeu força em quase todos os mercados. O Instagram dobrou sua relevância como fonte de informação, enquanto o TikTok se tornou um fenômeno: em 2020, apenas 1% usava a rede para se informar; hoje, já são 10%.
Esse avanço mostra que a lógica da notícia está migrando para o formato curto e visual, que se encaixa na rotina das gerações mais jovens.
O poder do YouTube no Brasil
No caso brasileiro, a força do YouTube impressiona não apenas pelos números, mas pelo perfil de consumo. 82% da audiência de notícias no YouTube vai para criadores independentes, enquanto apenas 22% é direcionada a veículos tradicionais. Esse dado mostra como a credibilidade está se descentralizando e passando também para influenciadores digitais.
Transformações globais: vídeo, criadores e IA
O relatório também aponta tendências que reforçam o novo cenário:
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75% das pessoas assistem vídeos de notícias semanalmente, sendo que 65% consomem esse conteúdo em redes sociais como YouTube, Instagram e TikTok.
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A inteligência artificial começa a ganhar espaço: 7% dos usuários globais já usam chatbots para acessar notícias — entre jovens abaixo dos 25 anos, o número sobe para 15%.
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A confiança no jornalismo segue baixa: apenas 40% dos entrevistados dizem confiar na maioria das notícias que recebem. Na América Latina, o índice cai para 36%, e no Brasil a queda foi de 12 pontos percentuais em apenas um ano.