O cinema acaba de atravessar uma fronteira simbólica. “28 Years Later” (Extermínio: A Evolução), sequência aguardada do cultuado “Extermínio” (2002), estreou no topo das bilheterias dos EUA com uma façanha inesperada: foi filmado, majoritariamente, com o iPhone 15 Pro e iPhone 15 Pro Max.
Em seu fim de semana de estreia, o longa arrecadou US$ 30 milhões e ficou atrás apenas de “Como Treinar o Seu Dragão” — que já estava em cartaz. Mais do que números, o feito representa um divisor de águas: pela primeira vez, um blockbuster de verão optou por um smartphone como câmera principal.
Danny Boyle queria realismo, e o iPhone entregou
Dirigido por Danny Boyle, o mesmo de “Trainspotting” e “Quem Quer Ser um Milionário?”, o filme apostou na portabilidade extrema dos iPhones para filmar em regiões remotas e pouco exploradas. “É leve, barato e nos levou a locais que não viam sinais de presença humana há décadas”, disse o diretor em entrevista à IndieWire.
Essa decisão técnica não foi apenas estética — foi estratégica. A mobilidade dos celulares permitiu filmagens em cenários onde câmeras convencionais seriam impraticáveis. E mais: o uso de múltiplos iPhones (em certos momentos, até 20 simultaneamente) ofereceu um leque de ângulos e dinamismo raramente viável no cinema tradicional.
Atuação crua, câmera próxima: os bastidores da experiência
Aaron Taylor-Johnson, protagonista do filme, relatou como a presença de um iPhone em vez de uma câmera de cinema impactou sua performance. “É mais invasivo. Ele chega muito perto. Não dá pra se esconder. Isso te força a estar completamente presente na cena”, contou ao Mashable.
Esse “realismo brutal” virou parte da linguagem visual do filme — e funcionou. A estética crua, quase documental, combinou com o tom distópico da narrativa e aumentou a imersão do público.
Nem tudo foi gravado com celular — mas quase
Embora manchetes tenham afirmado que tudo foi filmado com iPhones, Boyle esclareceu: algumas cenas específicas ainda exigiram equipamentos tradicionais. Mesmo assim, a maior parte do filme foi capturada com iPhone 15 Pro e Pro Max — um marco que dificilmente passará despercebido por outros cineastas.
Apple colhe os frutos: cinema vira vitrine para o iPhone
A produção se soma a uma estratégia mais ampla da Apple para posicionar seus dispositivos como ferramentas criativas de alto nível. Com “28 Years Later” e o futuro lançamento de F1: The Movie, que também teve cenas filmadas com o iPhone, a gigante de Cupertino reforça sua presença em Hollywood — não apenas como fornecedora de hardware, mas como aliada técnica da nova geração de cineastas.
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